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Vendas externas do Amazonas totalizam US$ 105.85

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04/02/2022

A corrente de comércio exterior do Amazonas cresceu pelo terceiro mês consecutivo, em dezembro. Desta vez, o incremento acabou vindo tanto das importações, que são majoritárias na balança comercial amazonense, quanto das exportações. Houve desaceleração nas aquisições no mercado externo, que foram puxadas por insumos para o PIM. As vendas externas foram carreadas por concentrados e soja – graças à demanda da Turquia e da Rússia. Motocicletas, barbeadores e TVs também foram destaque na pauta. É o que mostram os dados do governo federal, disponibilizados no portal Comex Stat.

lpAs vendas externas do Estado totalizaram US$ 105.85 milhões e foram 33,68% mais fortes do que as de novembro de 2021 (US$ 79.18 milhões), além de ficarem 53,07% acima do registro de 12 meses atrás (US$ 69.15 milhões). As importações, contudo, totalizaram US$ 1.07 bilhão, correspondendo a um decréscimo de 10,83% ante o mês anterior (US$ 1.20 bilhão) e a uma expansão de 26,73% no confronto com novembro de 2020 (US$ 844,28 milhões). Na análise anual, o peso total foi 184,02% maior, no primeiro caso (71,22 mil toneladas), e 17,32% inferior, no segundo (170,33 mil toneladas).

Os números do comércio exterior amazonense seguem positivos no acumulado do ano, tanto nas exportações, quanto nas importações. As vendas externas somaram US$ 978.14 milhões, correspondendo a um aumento de 26,36% sobre o dado do mesmo período do ano passado (US$ 774.07 milhões). Em paralelo, as aquisições do Amazonas no estrangeiro avançaram 36,11%, ao passar de US$ 9.72 bilhões (2020) para US$ 13.23 bilhões (2021), de janeiro a dezembro de 2021. Em termos de volume, as exportações (474,46 mil toneladas) ficaram virtualmente estagnadas na variação anual, enquanto as importações (2,31 milhões de toneladas) foram apenas 1,20% maiores.

As importações do Amazonas foram encabeçadas, como de costume, por insumos para o PIM, além de alguns bens finais. Os itens mais adquiridos foram circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 277.45 milhões), partes e peças para televisores, celulares e decodificadores (US$ 148.55 milhões), polímeros de etileno (US$ 71.21 milhões), celulares (US$ 65.35 milhões), máquinas e aparelhos de ar condicionado (US$ 39.70 milhões), platina (US$ 35.96 milhões) e partes e acessórios para veículos de duas rodas (US$ 34.44 milhões). Apenas o sexto item da lista teve número pior na variação anual.

A China (US$ 480.32 milhões) voltou a liderar o ranking de fornecedores do Amazonas, no mês passado, com alta de 25,73% ante o 12º mês de 2020 (US$ 382.02 milhões). Os Estados Unidos (US$ 120.23 milhões) recuperaram o segundo lugar, ultrapassando o Vietnã (US$ 94.47 milhões). Foram seguidos por Coreia do Sul (US$ 66.71 milhões), Taiwan (US$ 64.81 milhões), Japão (US$ 37.75 milhões) e Tailândia (US$ 25 milhões). Todos os demais países citados avançaram em relação ao dado de 12 meses atrás.

De acordo com o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, um dos fatores que deve ser levado em consideração também na análise dos números da balança comercial é a valorização do dólar. “As importações cresceram em valores, no ano. Mas, se você for observar em termos de peso, a diferença não foi muito significativa. Houve uma pequena redução em relação a novembro, porque dezembro é um mês em que as fábricas compram pouco, para atender à demanda de janeiro, já que entram em férias coletivas”, avaliou.

Concentrados e soja

As preparações para elaboração de bebidas/concentrados (US$ 16.04 milhões) mantiveram a liderança do ranking de exportações, ficando 14,82% acima do número do mesmo período de 2020 (US$ 13.97 milhões). Depois de um mês de liderança e dois na vice-liderança, as motocicletas (US$ 10.89 milhões) caíram da terceira para a quarta colocação, sendo precedidas por soja (US$ 15.68 milhões) e ferro-ligas (US$ 11.99 milhões). Na sequência estão óleo de soja (US$ 9.61 milhões), extratos de malte (US$ 8.65 milhões) e açúcares (US$ 6.90 milhões). Nenhum dos itens citados da lista experimentou retração anual.

Apesar da liderança de concentrados e motocicletas, os próximos manufaturados do PIM presentes na pauta de vendas externas de setembro só aparecem na oitava, nova, décima, 15ª e 21ª posições, entre outras, respectivamente: aparelhos de barbear (US$ 2.30 milhões), aparelhos de TV (US$ 1.96 milhão), máquinas e aparelhos de escritório”, como distribuidores automáticos de papel moeda (US$ 1.84 milhão), canetas (US$ 940.424) e isqueiros (US$ 572.593), e diversos componentes fabris, entre outros.

A Venezuela (US$ 31.25 milhões) renovou a liderança entre os destinos das vendas externas amazonenses, e subiu 98,29% sobre o dado de dezembro de 2020 (US$ 15.76 milhões). A Argentina (US$ 9.04 milhões) cai da segunda para a quarta posição, sendo ultrapassada por Colômbia (US$ 12.42 milhões) e Turquia (US$ 11.19 milhões). As colocações seguintes foram ocupadas por China (US$ 8.66 milhões), Bolívia (R$ 5.08 milhões), Rússia (US$ 4.48 milhões), Estônia (US$ 4.11 milhões) e Estados Unidos (US$ 3.27 milhões), entre outros. Apenas Argentina e EUA retraíram o volume de compras na comparação com o 12º mês do ano passado.

“Ano de recuperação”

O gerente executivo do CIN, considerou que a taxa de expansão nas exportações amazonenses não causa surpresa, embora os aumentos detectados mês a mês, ao longo do ano, tenham sido “bastante discretos”. O especialista destaca também que o Estado conseguiu fechar o ano com um valor próximo dos US$ 1 bilhão de exportações, previsto em entrevistas anteriores à reportagem do Jornal do Commercio. Mas, não deixa de reforçar que a variação cambial, independentemente do crescimento vegetativo, também ajudou nessa dinâmica, assim como outros fatores.

“A Venezuela continua despontando como primeira no ranking, embora os produtos que compra não sejam produzidos na Zona Franca de Manaus, mas alimentos e produtos de higiene e limpeza revendidos por atacadistas locais. Os EUA caíram um pouco, mas ainda são um grande parceiro nosso. Esses países, assim como Colômbia e Argentina é que estão mantendo o nível de nossas exportações. Com os outros países, as aquisições seguem dentro do razoável”, ponderou.

Lima diz que a China é um “grande parceiro” e observa que esta não apenas “vende muito” para o Amazonas – especialmente insumos industriais –, como também compra em “valores significativos” da região Norte, principalmente minérios e produtos agrícolas. Ele ressalta também que a Rússia tem importado soja do Estado e de Roraima com alguma frequência, embora tenha estranhado a presença da Turquia na lista dos compradores do produto.

Para o executivo, o Estado deve “dar graças a Deus” pelos resultados de 2021. “Com toda essa pandemia, conseguimos manter o nível de negócios e a corrente de comércio exterior de forma razoável. Realmente, fico satisfeito, pois estamos próximos de US$ 1 bilhão em exportações, que é um valor que não atingíamos há alguns anos, em função das crises que atravessamos. Mas, a tendência é de recuperação e vamos aguardar 2022. Espera-se que as negociações do Amazonas sejam bastante positivas, porque o mercado está começando a responder, em que pesem todas essas turbulências”, finalizou.

Fonte: JCAM

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