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Vendas do PIM em dólares avançaram 12,91% em janeiro deste ano

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11/04/2023

O faturamento do PIM começou 2023 novamente em alta. As vendas do Polo Industrial de Manaus em dólares avançaram 12,91%, na comparação de janeiro com o mesmo mês de 2022 – quando o Amazonas passava pela terceira onda de covid-19. O setor somou US$ 2.56 bilhões (2022) contra US$ 2.27 bilhões (2021). Em reais, a cifra passou de US$ 12,17 bilhões (2021) para US$ 13,08 bilhões (2022), indicando elevação nominal de 7,47%. Vale notar que o crescimento se deu em um ambiente em que o dólar (R$ 5,0993) já havia se desvalorizado em 4,82%, passados 12 meses. No mesmo período, o real há havia sido erodido por uma inflação de 5,67%.

Praticamente todos os subsetores que carreiam o PIM fecharam o mês no azul, com destaque para eletroeletrônicos, duas rodas, termoplástico, metalúrgico, químico, mecânico e relojoeiro. A única baixa veio do segmento de bens de informática – justamente o de maior participação nas vendas da indústria incentivada. A geração de empregos, por outro lado, desacelerou. A média de vagas ficou em 106 mil, registrando declínio em relação ao mês anterior e também a janeiro de 2022. É o que revelam os Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta segunda (10).

Na análise em dólares, 19 dos 26 subsetores listados pela Suframa tiveram faturamento ascendente em janeiro. A maior alta proporcional se deu na divisão industrial de minerais não metálicos, que decolou 412,52%, ao somar US$ 9.52 milhões. Foi seguido de longe pelos segmentos de vestuário e calçados (+276,47% e US$ 977.765), beneficiamento da borracha (+93,50% e R$ 8.61 milhões) e brinquedos (+77,30% e US$ 4.74 milhões). Os tombos mais significativos vieram dos subsetores naval (-51,02% e US$ 3.35 milhões), de couros e similares (-40,23% e US$ 348.184) e ótico (-23,62% e US$ 7.30 milhões).

Majoritários e responsáveis por quase metade do faturamento total do PIM, os polos de bens de informática e de eletroeletrônicos foram cada um para uma direção. O primeiro amargou sua primeira queda em 11 meses (-15,24% e US$ 639.94 milhões), embora tenha permanecido na liderança de participação no Polo, respondendo por 24,95% de seu faturamento global. O segundo teve 18,54% de share e viu suas vendas escalaram 31,92% (US$ 475.53 milhões), após meses de oscilações. Na sequência do ranking de participação das vendas estão os subsetores de duas rodas (17,43%), de “outros produtos” (12,74%), químicos (9,79%), termoplásticos (9,24%) e metalúrgico (7,30%).

Produtos e empregos

Uma das linhas de produção do PIM em destaque em janeiro foi a de motocicletas, motonetas e ciclomotores, com 130.041 unidades fabricadas e incremento de 53,78% em relação ao mesmo mês de 2022. A lista inclui principalmente televisores com tela de LCD e OLED (+51,90% e 1.023.807), assim como relógios (+20,22% e 484.344), e equipamentos de fitness (+14,80% e 2.987). No outro extremo, bicicletas (-31,05% e 43.961), celulares (-11,84% e 1.133.364), tablets (-26,85% e 122.901), condicionadores de ar split system (-2,95% e 358.913), entre outros, amargaram quedas.

Depois de encerrar 2022 com seu maior quantitativo de empregos nos últimos sete anos, o PIM reduziu as contratações em janeiro. A média mensal de mão foi de 106.710 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados, o que equivale a uma redução de 2,27% ante 2021 (109.133). Foi o número mais baixo desde abril do ano passado (106.412), embora tenha superado o dado de janeiro de 2021 (104.035) – mês inicial da segunda onda de pandemia. Houve também desaceleração ante dezembro de 2022 (110.492), mês de começo de férias coletivas no Distrito, indicando que parte expressiva dos trabalhadores temporários não pode ser efetivada na virada do ano.

Levando em conta só a mão de obra efetiva, o saldo interrompeu uma sequência de sete meses positivos para entrar no vermelho. No total, foram eliminadas 137 vagas, dado o predomínio dos desligamentos (2.627) sobre as contratações (2.490). Os maiores índices de crescimento de vagas registrados no primeiro mês deste ano vieram dos segmentos industriais de vestuário e calçados (+181,97% e 829), madeireiro (+97,94% e 1.829) e eletroeletrônico/bens de informática (+92,20% e 50.579). Somente os polos têxtil (-37,32% e 257) e ótico (-10,10% e 374) e eliminaram vagas.

Otimismo e reindustrialização

O texto divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa aponta que o faturamento em reais acumulado ao longo de 2022 configurou um novo recorde para o PIM – sem descontar a inflação do período. No mesmo texto, o superintendente interino da Suframa, Marcelo Pereira, assinala que há motivos para otimismo em 2023. “Os dados mostram que o Polo Industrial de Manaus começou o ano de forma aquecida e em boas condições de seguir uma trajetória ascendente nos próximos meses. Tivemos um forte desempenho dos segmentos mais representativos do PIM, como eletroeletrônicos e duas rodas, e itens como televisores e motocicletas puxando o crescimento de produção e faturamento”, declarou.

Segundo a Suframa, a verticalização produtiva e o “bom momento” do PIM também chamaram a atenção do secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviço do Mdic, Uallace Moreira, que esteve na semana passada, em Manaus, visitando empresas, instituições de Ciência e Tecnologia e realizando reuniões com empresários e entidades de classe da região. Na avaliação do secretário, a Zona Franca de Manaus têm condições plenas de contribuir para a nova política brasileira de reindustrialização, baseada em inovações tecnológicas e na economia verde.

“O novo governo entende que a indústria é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e, dentro desse contexto de neoindustrialização, a ZFM tem papel relevante nessa agenda, também por conta do seu potencial de contribuição para o desenvolvimento regional. Todas as empresas que estão aqui serão tratadas como devem, porque contribuem sensivelmente com investimentos e com a geração de emprego, renda e inovação tecnológica para a região, e para nós isso é fundamental”, afirmou Moreira.

Sazonalidade e oscilações

O presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, concorda que os resultados do PIM em janeiro são dignos de comemoração. “Nestes últimos anos, tenho buscado enxergar o desempenho econômico do Polo, de maneira ampla, sem focar em um ou outro segmento devido a variação que ocorre de um período para outro e que, pode ser pontual devido alguma sazonalidade específica, uma vez que temos uma diversificação grande de produtos, e isso é ótimo”, celebrou.

O dirigente reforça que os números são crescentes e positivos, em virtude da dedicação e do comando de todos aqueles que não esmoreceram diante das dificuldades e buscaram por em execução o “exitoso modelo” diante de todo o Brasil. Mas, preferiu não entrar em detalhes sobre projeções. “Não costumo tentar prever cenários, temos tido referências de oscilações em alguns segmentos específicos da indústria fora do Polo. Vamos acreditar que seja novamente pontual e que possamos também comemorar mês após mês, um ótimo desempenho para a indústria nacional”, finalizou.

Fonte: JCAM

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