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Vendas de motos de alta cilindrada aceleram

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17/07/2014

Apesar de representarem uma fatia pequena do volume total de emplacamentos, as marcas que têm nas motos de alta cilindrada seu principal negócio estão alheias ao difícil momento vivido pelo setor. Os consumidores deste nicho não têm dificuldade para aprovação de crédito, fator que contribui para a evolução do segmento premium no País, hoje o quinto maior do mundo.

"Com a tendência de aumento da renda do brasileiro, vamos certamente ampliar as nossas vendas", afirma o gerente-geral da Triumph Motorcycles do Brasil, Marcelo Silva. A marca britânica comercializa motos acima de 600 cilindradas no País, com preços que variam de R$ 29.900 até R$ 79.900. "Apesar da desaceleração do setor como um todo, o mercado premium de motocicletas está estável", pondera Silva.

A Triumph é considerada a primeira fabricante de motos do mundo e voltou a ser comercializada no Brasil no final de 2012. De acordo com Silva, no primeiro semestre deste ano, a marca obteve 40% de crescimento sobre o mesmo período do ano passado.

"Apesar da nossa base de comparação, tivemos um crescimento expressivo, considerando o cenário", destaca Silva.

Para se ter uma ideia de como o setor duas rodas está operando, enquanto a BMW cresceu 2% no primeiro semestre, a líder do mercado brasileiro Honda e a Dafra registraram queda de 13,3% e 22,3%, respectivamente, na mesma base de comparação.

"O impacto maior no segmento de baixa cilindrada é o poder aquisitivo. Este consumidor, além de enfrentar restrição ao crédito, tem visto sua renda corroída ao longo dos últimos três anos", diz o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian.

Os emplacamentos de motos acima de 450 cilindradas cresceram 12,7% no primeiro semestre deste ano, enquanto o mercado total caiu 4,1%. Para o ano, a projeção de crescimento do segmento premium é de 17,8%. "O setor de motocicletas, no País, vem se solidificando cada vez mais e isso significa que os consumidores estão migrando para cilindradas maiores. O mercado brasileiro premium é o quinto maior do mundo", diz Fermanian.

O Brasil também já é a quinta operação da Triumph no mundo. "Passamos mercados tradicionais como Japão, Itália e Espanha", comemora o gerente da marca. Para este ano, a montadora projeta vendas de 4,5 mil unidades no País, alta de 83% em relação a 2013. "Somos uma marca de nicho e não de volumes", explica Silva. Nesta quinta-feira (16), a Triumph lança no Brasil o modelo Thunderbird Commander, que entra para brigar principalmente com as motos da concorrente Harley-Davidson. "Somos uma marca forte com produtos de qualidade. Vamos entrar na disputa por market share", garante.

De olho no movimento do mercado atual, todas as marcas de motos estavam voltadas para o lançamento de modelos acima de 450 cilindradas no último Salão Duas Rodas, em 2013, inclusive aquelas com forte atuação no segmento de base, como é o caso da líder Honda.

Projeções


A Abraciclo revisões, nesta quarta-feira (16), as projeções para o ano. "Neste período de Copa, os resultados vieram abaixo do previsto", afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Por esse motivo, para 2014, as vendas devem cair pela primeira vez em alguns anos, cerca de 1%. Já a produção e as exportações podem recuar ainda mais - sobre uma base já fraca -, muito impactadas pelas restrições da Argentina. "Não há sinais de que devemos recuperar o efeito Argentina neste ano", pondera Fermanian.

Os estoques do setor já somam cerca de um mês, quando o normal não passa de 15 dias. "Temos tentado conversas com os bancos para destravar o crédito", afirma o presidente da Abraciclo.

Ele ressalta que, hoje, apenas 20% dos pedidos de financiamento no segmento até 150 cilindradas (que representam 80% das vendas no País) são aprovados. "No segmento premium, o índice de aprovação chega a 70%", diz Fermanian.

Fonte: DCI

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