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Vendas de bicicletas em Manaus triplicam durante a pandemia

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20/07/2020

Fonte: Rebeca Mota

Enquanto grande parte das empresas sofre por conta das restrições à circulação de pessoas em decorrência da pandemia da Covid-19, em Manaus um setor conseguiu crescer, mesmo em meio às adversidades ou até mesmo por causa delas: as lojas de bicicletas e acessórios em Manaus triplicaram as vendas no período de isolamento social.

O proprietário da Capacete e Cia, Arthur Ribeiro, foi surpreendido com as vendas da sua loja que tiveram as vendas triplicadas no período de isolamento social.

“Nós tivemos as vendas na pandemia com um crescimento bem considerável. A procura foi muito grande por bicicleta. As previsões eram que seria bem duro para nós, mas houve o contrário, tripliquei as vendas no período da pandemia”, ressalta Ribeiro.

O mesmo crescimento foi sentido pelo Eriodo Pinheiro, proprietário da Oficebike Manaus. De acordo com Pinheiro, as vendas na sua loja aumentaram 30%. “As vendas no início de pandemia foi devagar, mas depois quando começou a abrir a parte de esportes e bicicletaria, aumentou para nós”, revela.

A Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) registrou aumento de 50% nas vendas apenas no mês de maio, por exemplo, na comparação com o mesmo período do ano passado.

“O que se pode concluir deste levantamento é que a pandemia e o processo de saída dela estão oportunizando, ao mercado de bicicletas, acesso a um público novo, que está buscando uma nova forma de se locomover. Tanto para fugir das aglomerações no transporte público quanto do alto custo e do estresse de se deslocar de carro”, comenta Giancarlo Clini, presidente da Aliança Bike.

Bicicletas mais vendidas

De acordo com os lojistas de Manaus, as bicicletas mais vendidas na pandemia foram na faixa de preço entre R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. A mountain bike foi a categoria mais vendida, correspondendo 90% das vendas totais, além das bikes urbanas e speed

“O mercado aqui em Manaus é crescente no geral. Existe diferentes públicos, há que usa a bike para ir ao trabalho, outros que usam a bicicleta para competir e outros que usam somente lazer”, destaca Arthur.

Corridas às bicicletarias viram fenômeno global

Não foi só em Manaus, porém, que o ‘fenômeno das bicicletas’ foi registrado. Londres, Barcelona, Paris, Nova York, Bogotá e Roma têm pedalado para reagir ao coronavírus — literalmente. Essas são algumas das cidades ao redor do mundo que estão preterindo o transporte público em favor das bicicletas, meio recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por facilitar o distanciamento social.

No Reino Unido, por exemplo, a venda de bikes cresceu 60% em abril, informou o jornal The Guardian. Entre os modelos mais baratos, que custam entre 400 e mil libras, o número de unidades comercializadas mais que dobrou. Nos Estados Unidos, houve até uma ‘corrida’ às bicicletarias no final de maio.

Além disso, em países como China, Alemanha, Irlanda, Inglaterra e Estados Unidos foi registrado um aumento no tráfego em ciclovias, o que tem obrigado muitos governos a responder com a abertura de ciclovias de emergência.

“Setor de manutenção e reposição aquecido por um tempo”

De acordo com o lojista, o setor se manterá aquecido por um tempo. “Vendemos bike, acessórios e manutenção. Creio que com este crescimento de bikes na rua, automaticamente o setor de manutenção e reposição se manterá aquecido por um bom tempo”

As pessoas estão optando pelas bikes por uma questão de saúde. “As pessoas vão procurar mais saúde no esporte e a bike é perfeito para isso, além de ser um meio de transporte individual, não oferece risco como o transporte público por conta da aglomeração. É um meio de transporte sustentável”.

38 Km de ciclovias/ciclofaixas

Segundo a Prefeitura de Manaus, a capital amazonense conta com apenas 38 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas em toda a cidade. Para a contagem de ciclovia, a medição é a soma da extensão de ida e volta. Então, em quilômetros, a avenida Senador Álvaro Maia tem 4,6 km de ciclovia, avenida Natan Xavier (6 km) e avenida Campos Sales (3,2 km).

Alguns parques e praças da cidade também contam com espaço delimitado para os ciclistas. O Parque Ponte dos Bilhares possui uma ciclofaixa de 1.450 metros nas duas etapas. No passeio do Mindu são (0,733 km de ciclofaixa e 0,833 km de ciclovia); Complexo Turístico Ponta Negra (2,9 km de calçadão compartilhado); e Parque Campo Dourado (200 metros de calçadão compartilhado).

Com a inauguração do projeto Manôbike (bike compartilhada), foram criadas mais 14,4 km de ciclorrotas no Centro Histórico de Manaus. Na avenida do Futuro são 4 km.

Ainda de acordo com a Prefeitura, está sendo implantando 47,5 novos quilômetros de ciclovias e ciclofaixas na cidade, que irão beneficiar trechos como a avenida Senador Álvaro Maia (Boulevard), Zona Centro-Sul, avenida Brasil até a Ponta Negra, Zona Oeste, avenida governador José Lindoso (das Torres) e avenida Itaúba, Zona Leste.

A outra grande obra que a Prefeitura de Manaus promete e que deverá ser palco de grandes eventos esportivos é o velódromo municipal, que está em andamento no conjunto Aruanã, bairro Compensa, Zona Oeste. O espaço, antes ocioso, tem de seis mil metros quadrados dará lugar a um complexo que englobará as modalidades de ciclismo, com pista oval, e de tênis, com uma quadra na área no centro da pista. As estruturas terão medidas oficiais para realização de eventos locais e nacionais.

A Prefeitura de Manaus também está finalizando o edital para chamamento público de empresas interessadas em administrar o sistema de bicicletas compartilhadas, o “Manôbike”. A novidade será um sistema que poderá ter bicicletas compartilhadas, bikes elétricas, patinetes e veículos que se enquadrem nos requisitos do edital.

Produção de bicicletas ultrapassa as 45 mil unidades em junho

A produção de bicicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM) totalizou 46,9 mil unidades em junho. Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), esse volume representou uma alta de 117,3% na comparação com maio do presente ano (21.587 unidades), mês em que as fábricas começaram a retomar gradualmente suas atividades. Em relação a junho do ano passado (58.467 unidades) houve queda de 19,8%.

No primeiro semestre de 2020 a produção totalizou 249.494 bicicletas, correspondendo a uma retração de 36,2% na comparação com o mesmo período do ano passado (391.188 unidades).

Cyro Gazola, vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Abraciclo, destaca que o resultado alcançado em junho comprova uma reação do setor, mas reconhece que a recuperação depende da normalização das operações de varejo. “O estímulo ao uso da bicicleta como alternativa de mobilidade urbana pelas autoridades seria outro fator importante para a recuperação do segmento”, diz. “A recomendação de utilizar a bicicleta para locomoção durante e pós pandemia nos deslocamentos vem da própria Organização Mundial da Saúde – OMS. É um modal individual que ajuda a evitar a disseminação do vírus da covid-19”, completa.

O gerente geral da Sense Bike, fábrica de bicicletas em Manaus, Joel Silva, destacou que durante a pandemia a produção de bikes na fábrica aumentou significativamente, apesar de não puder divulgar os números.

“Durante a pandemia tivemos um bom crescimento de vendas, elevado pelo uso da bicicleta como um meio alternativo no modal urbano de deslocamento e como opção de atividade física. Este crescimento nos mantém confiante em crescer e atender as expectativas para os próximos meses fornecendo o que tivermos de melhor a nossos consumidores”, revela.

Durante o isolamento social, a fábrica não parou a produção, mas o gerente adianta que foi seguido as orientações governamentais para produzir com segurança para saúde dos colaboradores.

Benefícios da bike

De acordo com Christian Drumond, médico cardiologista e apresentador do canal Segredos do Mountain Bike, existem inúmeros benefícios que a bike pode trazer para a sua saúde.

“O primeiro benefício e o mais importante é o abandono do sedentarismo. Dados da literatura científica mostram que o sedentarismo mata mais que o tabagismo. Outro dado é que uma pessoa cardiopata, mas que é fisicamente ativa, vive mais que uma pessoa normal sedentária”, explica.

Para o médico, o exercício físico é considerado como uma necessidade básica como tomar banho, cortar unha, lavar os cabelos e escovar dentes. “Nada no planeta terra faz com que a saúde física seja mantida, prolongada e até melhorada como a atividade física”.

Segundo o cardiologista, pedalar faz com que a pessoas faça dois tipos de exercícios físicos: o dinâmico e estático, em que ao mesmo tempo a pessoa fortalece as pernas e também todo o corpo. “A bicicleta ela tem a característica de ser uma atividade física com um padrão de ser um movimento sem impacto”.

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