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Venda de Motos: Cenário positivo para 2019

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22/01/2019

Notícia divulgada pelo site Moto Online


Os números são muito consistentes e por vários ângulos que se analise, o desempenho de venda de motos no Brasil em 2018 mostra que há uma sólida retomada do ciclo de crescimento do mercado brasileiro. Apesar de ser apenas o início da retomada, desta vez os números mostram crescimento mais equilibrado e distribuído por vários segmentos, tamanhos e marcas de motos, ao contrário do que ocorreu no ciclo anterior – de 2.000 a 2.011 – quando o mercado cresceu com vendas concentradas e estimuladas apenas pelo crédito fácil.

Venda de motos nos últimos 11 anos: ajuste para crescer de forma sustentável

O melhor sinal da inconsistência daquele ciclo de crescimento, aliás, foi a enxurrada de novas marcas que apareceram com operações aventureiras e enganosas (aos consumidores, claro) e que ao primeiro sinal de dificuldade desapareceram (2009 a 2012). Seguiu-se um período duríssimo pelo qual o setor de motos passou, com seis quedas consecutivas (2012 a 2017). Esse calvário fez amadurecer as operações da indústria e das redes de distribuição e o resultado parece ser uma base sólida e pronta para sustentar por longo prazo esse novo ciclo de crescimento. E vários números corroboram esse otimismo.

Antes de analisar o desempenho de cada marca, é importante destacar que ainda aparecem nos emplacamentos cerca de 20 marcas de motos sem qualquer expressão. Algumas já estiveram por aqui, como Sundown, Kasinski e Traxx, e outras são marcas completamente desconhecidas e com nomes esquisitos. A soma dos emplacamentos destas marcas todas representa 0,9% do total do mercado brasileiro. Das 14 marcas que consideramos nesta análise, 9 apresentaram crescimento em 2018 quando comparado com 2017. As duas principais marcas – Honda e Yamaha – tiveram crescimento praticamente igual – 11,8%, mas é significativo que ambas cresceram acima da média do mercado, que avançou 10,8%, sobretudo levando em consideração que ambas juntas somam 93% das vendas de motos no Brasil.

mercado_2018

Destacado em amarelo, as marcas que venderam menos em 2018, apesar do crescimento do mercado

Das 938.140 motos vendidas em 2018, 93% foram Honda e Yamaha (79,4% Honda e 13,7% Yamaha), o que representa um volume de 873.909 motocicletas. Essa forte concentração ainda é fruto da presença marcante, principalmente da Honda, nos segmentos das motos street, motonetas e scooter. Os 7% restantes estão distribuídos entre as outras 12 marcas mais presentes e conhecidas, além daquelas outras tantas absolutamente desconhecidas, mas que aparecem nos mapas de emplacamentos registrados pelo Denatran e divulgados pela Fenabrave – Federação Nacional dos Distribuidores e Veículos Automotores – fonte dos números desta reportagem.

Para agregar algumas informações, buscamos os dados oficiais da Abraciclo sobre o número de funcionários, capacidade de produção e concessionárias no Brasil das empresas fabricantes de motocicletas associadas à entidade. E alguns dados são bem representativos como a diferença de produtividade entre Honda e Yamaha, que é muito grande a favor da Honda (149 contra 61 motos por funcionário). Outra curiosidade sobre o tema são os números idênticos para Harley-Davidson e Triumph (54 motos por funcionário), o que levanta um questionamento para a BMW, que vende mais, tem mais funcionários, mas seu índice fica bem abaixo (41 motos por funcionário).

Marca

Venda em 2018% de mercadoEmpregos diretosNúmero de lojasCapacidade de Produção (anual)

Produtividade (Venda por funcionário direto)

Honda745.02779,42%5.0001.1001.600.000149
Yamaha128.88213,74%2.100324300.00061
Haojue9.3190,99%n/dn/dn/dn/d
Shineray9.2460,99%n/dn/dn/dn/d
BMW7.1620,76%1754110.00041
Kawasaki5.9430,63%1803320.00033
Harley-Davidson5.7470,61%10721n/d54
Suzuki5.6050,60%223313300.00025
Triumph4.3970,47%82157.00054
10ºDafra4.1610,44%1928030.00022
11ºKymco1.2570,13%n/dn/dn/dn/d
12ºDucati9980,11%5572.00018
13ºKTM7490,08%n/dn/dn/dn/d
14ºRoyal Enfield5220,06%n/dn/dn/dn/d
Outras marcas9.1250,97%n/dn/dn/dn/d
TOTAL938.1407.9672.0812.269.000

Uma surpresa no ranking nacional de vendas por marca é a presença da chinesa Haojue na terceira posição com menos de 1% de participação (9.319 motos). A Haojue e a Kymco foram trazidas ao Brasil em 2017 pela JTZ, empresa “irmã” da JTA – João Toledo da Amazônia – que monta as motos Suzuki no polo industrial de Manaus (AM). Apesar de não ser possível confirmar, pois ninguém na JTZ ou na JTA fala sobre o assunto, tudo leva a crer que as motos das três marcas (Suzuki, Kymco e Haojue) são montadas na mesma fábrica em Manaus, inclusive porque todas são distribuídas pelas mesmas lojas em todo o Brasil.

Praticamente junto na terceira posição do ranking nacional de venda de motos está a outra chinesa, Shineray, que ainda tem expressiva participação nos emplacamentos de ciclomotores (cinquentinhas) no Nordeste do País e que distribui suas motos a partir de uma operação no estado de Pernambuco. Sobre ela também pouco se sabe pois a empresa não se comunica oficialmente com a imprensa e também ninguém fala no assunto. Por fim, outro número que chama a atenção é a vertiginosa queda da Dafra, que vendeu em 2018 apenas 10% do volume vendido pela marca em 2011 (44.059 contra 4.161).

Mas a Dafra, que assumiu a posição de “marca brasileira de motos”, montando por aqui bons modelos de motocicletas de outras marcas fabricantes na India (TVS), China (Haojue) e Taiwan (SYM), não conseguiu consolidar sua operação. No entanto, a empresa, que durante alguns anos montou as motos da BMW em sua unidade em Manaus, hoje segue sendo a montadora para a italiana Ducati e a austríaca KTM. Para esta última a Dafra é também responsável pela rede de distribuição e vendas. Curiosamente, as três marcas – Dafra, Ducati e KTM – são, junto com Shineray e Suzuki, as que venderam menos motos em 2018, apesar do crescimento geral do mercado.

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