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Variante é nova ameaça à recuperação mundial

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01/12/2021

No melhor cenário, o impacto econômico da ômicron pode ser "modesto" na ordem de 0,25% no crescimento mundial se a variante causar "sintomas leves" e as vacinas forem "eficazes". No pior cenário, com alta letalidade, aeconomiapodecairde4,5%para2,3%.

1 bilhão de doses

Foi quanto a China prometeu enviar de vacinas contra covid para países do sul da África.

Economistas já estão baixando todas as projeções econômicas para 2022 por conta das incertezas causadas pela cepa ômicron

Vítima brutal da pandemia, a economia mundial convalescente já é afetada pela variante ômicron do coronavírus, que vem acompanhada de medidas restritivas, principalmente no setor de transporte aéreo.

Reportada pela primeira vez há menos de uma semana à Organização Mundial da Saúde (OMS) pela África do Sul, esta nova cepa foi detectada do Pacífico à Europa, passando pelo Canadá, levando cerca de40 países a anunciar novas restrições de viagem.

A gravidade do impacto econômico dependerá do perigo apresentado por esta nova variante, da cobertura vacinai da população mundial e da resistência da cepa às vacinas disponíveis.

No entanto, do cenário mais favorável às hipóteses mais sombrias, os economistas já estão baixando todas as projeções para 2022.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) assinala há meses que a covid-19 continua sendo o principal fator de risco para a economia mundial e apela para a aceleração da vacinação.

Em outubro, esperava um crescimento de 4,9%para o próximo ano.

O impacto econômico pode ser "modesto" na ordem de 0,25 ponto percentual no crescimento mundial se a ômicron causar "sintomas relativamente leves" e as vacinas forem "eficazes", comenta Gregory Daco, economista-chefe da Oxford Economics.

PIOR CENÁRIO

No pior cenário, onde a variante se torna extremamente letal e força uma grande parte da população mundial a ser confinada, o crescimento estimado para 2022 poderia ser reduzido para 2,3% contra os 4,5% estimados pela Oxford Economics antes do surgimento desta variante.

Mesmo nesse cenário, não é certo que os governos que gastaram bilhões de dólares em ajudas desde o início da pandemia estejam dispostos a tomar mais medidas de estímulo fiscal, especialmente se houver vacinas disponíveis, observa Daco.

"Esses aspectos serão fundamentais para determinar em que medida afetará a economia mundial e o comportamento das pessoas", enfatiza Erik Lundh, economista do Conference Board.

Além das medidas tomadas pelos governos o medo de se infectar pode levaras pessoas a não viajar o u sair para jantar, por exemplo, reduzindo o risco de contágio, mas também de consumo, afetando o crescimento, acrescenta.

LOGÍSTICA

Outro risco é a exacerbação dos problemas nas cadeias de abastecimento globais e pressões inflacionárias.

Porque "grande parte do transporte aéreo passa por voos que transportam passageiros", lembra Erik Lundh. "Se houver cancelamento de voos, interrupção da demanda por voos comerciais de passageiros, corre-se o risco de limitar o frete aéreo", afirma.

Além disso, uma onda de infecções pela ômicron "pode fazer com que alguns trabalhadores deixem temporariamente a força de trabalho e desencoraje outros de retornar, exacerbando a atual escassez de mão de obra", diz Neil Shearing, economista-chefe da Capital Economics, em uma nota.

JUROS

A ameaça de uma nova variante potencialmente mais grave, no entanto, complicará a tarefa dos bancos centrais, que podem' 'adiar seus planos de aumentar as taxas de juros até que a situação fique mais clara", aponta Shearing.

O Federal Reserve (Fed) se reunirá no dia 15 de dezembro, e vários outros, incluindo o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra, no dia seguinte. "Saberemos muito do que há para saber (sobre a ômicron) em algumas semanas", disse o CEO da Pfizer, Albert Bouria, à rede americana CNBC na segunda-feira.

Enquanto isso, "a incerteza é prejudicial", observa Gregory Daco. ' 'Cada vez que o clima de incerteza e medo retorna, a recuperação da economia mundial desacelera''.

Na segunda-feira, o próprio presidente do Fed, Jerome Povvell, alertou que a ômicron é um risco para a economia americana, um dos motores da atividade global junto com a China e a Europa.

Nova cepa já estava circulando na Europa

As autoridades de saúde da Holanda afirmaram ontem que a variante ômicron do coronavírus já estava presente no país em 19 de novembro, ou seja, uma semana antes do que se acreditava até agora.

Também anunciaram que estão fazendo testes para descobrir se a variante se propagou rapidamente.

O Instituto Holandês de Saúde e Meio Ambiente (RIVM) "detectou a variante ômicron em dois testes feitos no país em 19 e 23 de novembro, afirmou a instituição em um comunicado. Até agora se pensava que os primeiros casos de ômicron na Holanda eram os 14 positivos que desembarcaram em Amsterdã em dois voos procedentes da África do Sul em 26 de novembro.

Os dois contágios revelados nesta terça-feira aconteceram, portanto, antes de cientistas da África do Sul informarem a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 24 de novembro, sobre a descoberta de uma nova cepa, denominada ômicron e considerada como "preocupante".

"Ainda não está claro se os infectados estiveram no sul da África", afirmou o RIVM, que informou os envolvidos e acrescentou que os serviços municipais procuram possíveis contatos.

"Serão realizados estudos para determinar a distribuição da variante ômicron na Holanda", explicou o instituto, que vai examinar novamente amostras anteriores à busca pela cepa.

Com 16 casos confirmados, o país é um dos mais afetados pela variante ômicron na Europa.

Os 14 casos que chegaram a Amsterdã estão atualmente em quarentena.

Preço do petróleo cai de novo

Os preços do petróleo caíram novamente, nesta terça-feira, arrastados por um dólar mais forte e temores de que a nova variante ômicron do coronavírus prejudique a demanda em um mercado inquieto.

Pouco depois das 17h05 GMT (14h05 no horário de Brasília), o preço do barril de WTI para entrega em janeiro caiu drasticamente em 6,28%, para US $ 65,56.

O petróleo Brent do Mar do Norte para janeiro, que está sendo negociado no último dia, caiu 4,07%, para US$70,45.

O contrato de referência do Brent para entrega em fevereiro, que tomou a maior parte das operações, caiu 6,27%, para US $ 68,63.

Os preços, que temporariamente voltaram a níveis não registrados desde 23 de agosto, despencaram 15% em relação às primeiras operações de sexta-feira.

“Novas restrições de viagens em todo o mundo, provocadas pela variante ômicron, não são um bom presságio para a demanda de petróleo”, observou o analista da FXTM Lukman Otunuga, “em um momento em que os casos de covid estão aumentando na Europa”.

Os preços também foram afetados por declarações pouco animadoras sobre a eficácia das vacinas da Moderna e a alta do dólar.

Sem pânico

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou na segunda-feira que "não há motivo para pânico", mesmo que o país tenha sido colocado em "alerta precoce".

'A resposta mundial deve ser calma e coordenada’

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu ontem aos Estados-membros uma resposta "racional e proporcional" à ômicron, a nova variante do coronavírus que provoca pânico há vários dias.

"A resposta mundial dever ser calma, coordenada e coerente", declarou Tedros Adhanom Ghe-breyesus, em uma reunião de informação sobre a nova variante na sede da OMS em Genebra. "Compreendo a preocupação de todos os países por proteger seus cidadãos contra uma variante que ainda não entendemos perfeitamente. Mas também estou preocupado com o fato de que vários Estados-membros implantem medidas gerais e brutais que não são fundamentadas em evidências nem são eficazes por conta própria, e que apenas agravarão as desigualdades", afirmou.

"Pedimos a todos os Estados- membros que adotem uma resposta racional e proporcional ao risco, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional", disse, ao mencionar o instrumento jurídico de referência para a OMS e os países que integram a organização.

"Ainda temos mais perguntas que respostas sobre a ômicron", destacou.

Também disse que não se deve ficar surpreso com o fato de que o vírus evolui. "É o que os vírus fazem", insistiu.

"Quanto mais permitirmos que a pandemia se eternize, sem remediaras desigualdades no acesso às vacinas ou não aplicando medidas sociais e de saúde pública de maneira adaptada e coerente, mais possibilidades daremos ao vírus para que sofra uma mutação de um modo que não podemos antecipar nem impedir", afirmou Tedros.

Tedros agradeceu a "Botsuana e África do Sul por terem detectado, sequenciado e alertado sobre a variante de maneira tão rápida" e se declarou "profundamente preocupado porque estes países estão sendo penalizados por terem feito o que deveriam fazer".

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