23/07/2018
Notícia publicada pelo Portal D24AM
O volume de trabalhadores do Polo Industrial de Manaus (PIM)
que ganhava até dois salários-mínimos caiu 34%, enquanto que aqueles
empregados com remuneração acima de dez salários caiu 25%, em cinco
anos. De acordo com dados da Superintendência da Zona Franca de
Manaus (Suframa), esse ano, os trabalhadores com menores salários
correspondem a 60,5% da média mensal, bem abaixo de 2013, quando
chegou a 64%, já os mais remunerados passaram de 3,12%, em 2013, para
3,3% da média mensal, em 2018.
O modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) foi criado para atrair a iniciativa
privada como incentivos fiscais
e mão de obra barata, explica o economista
Francisco Mourão Jr. “A mão de obra mais barata possui uma rotatividade
maior, as empresas tentam evitar que esses trabalhadores quem
mais
tempo, porque, à medida que um trabalhador desse passa um ou dois
anos na empresa, o salário é corrigido pelos dissídios sindicais, então, a
partir de dois anos, é mais interessante fazer rotatividade para outra mão
de obra com salários mais baixos”, arma.
Para Mourão Jr, é preciso rever os custos de contratação do trabalhador
com a reforma previdenciária. “Devido à crise econômica, as empresas
estão tentando diminuir os custos e a questão salarial, infelizmente, pesa
por causa dos encargos”, destaca.
Gerentes, diretores e funções mais especializadas são os cargos que
recebem os maiores salários no PIM, de acordo com o vice-presidente da
Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo. “Em
qualquer reajuste salarial esse funcionário acima de dois salarios-minimos
pode causar uma distorção nos custos da empresa, por isso os
funcionários com maiores salários têm valor negociado xo”,
disse.
Remuneração
A média mensal de mão de obra efetiva do PIM caiu de 113,2 mil para 79,5
mil, em cinco anos, um recuo de quase 30%, enquanto a média salarial
passou de R$ 3,8 mil para R$ 5,6 mil, alta de 47%. O volume de salários dos
trabalhadores, com exceção dos terceirizados e temporários, somou R$
449 milhões em 2018, contra R$ 434,4 milhões, em 2013. Esse ano, a média
mensal de empresas no PIM é de 440.
O setor eletroeletrônico é que paga a maior média salarial do PIM com
relação ao volume de trabalhadores. As fábricas de televisores, celulares e
computadores, entre outras, empregaram uma média de 32,9 mil pessoas por mês e pagou R$ 5,09 mil. Já o setor relojoeiro aparece em seguida com
uma média de R$ 3,5 mil na remuneração, com 1,9 mil trabalhadores em
média. O setor de Duas Rodas é o terceiro, com maior média salarial R$ 8,1
mil e 12,3 mil postos em média.
A participação dos dispêndios, que somam os salários, encargos e
benefícios sociais, passaram de 6,26%, em 2013, para 5,97%, em 2018.
A média mensal de mão de obra, inclusive terceirizados e temporários, é
de 87,5 mil trabalhadores, em 2013 eram 121,6 mil. Abril teve a menor
quantidade de mão de obra (86,4 mil) e fevereiro a maior (88,7 mil).
Dados indicam uma leve recuperação de empregos
Dados dos indicadores industriais da Suframa e do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), indicam uma retomada da geração de empregos, no
Amazonas.
Segundo a Suframa, a mão de obra ocupada, em abril, de 86,4 mil
trabalhadores, representou variação de 1,98% na comparação com abril do
ano passado (84,7 mil trabalhadores). A média mensal de mão de obra no
ano, de janeiro a abril, está em 87,5 mil trabalhadores, o que indica um
aumento de 2,44% ante a média registrada no mesmo período de 2017
(85,4 mil).
Mais atualizados, os dados do Caged, de janeiro a junho, revelaram o
primeiro saldo de empregos (na relação entre contratações e demissões),
em junho, após quatro anos de redução de vagas.
Foram criadas 629 vagas no sexto mês do ano, enquanto o primeiro
semestre ainda registrou o encerramento de 362 postos de trabalho. Em
12 meses, o saldo entre empregados e desempregados no Estado é de 6,3
mil vagas.
Em junho, a indústria do Amazonas puxou o resultado positivo com a abertura de 252 postos de trabalho, seguida pela construção civil, com saldo de 184 vagas e serviços com 131 ocupações.
Nenhum dos oito setores registrou perda de postos de trabalho, em junho. Atualmente, segundo o Caged, a indústria responde por 25% do estoque de empregos, no Amazonas.
No cenário nacional apurado pelo Caged, a indústria está entre os destaques negativos, com 176,2 mil admissões, em junho, contra 196,7 mil demissões, apresentando a perda de 20,4 mil vagas de trabalho.