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Vaga tem, mas...

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22/12/2021

Andreia Leite

As lojas de confecção, especialmente no Centro de Manaus, saem na frente quando o assunto é demanda nas contratações para dezembro. No entanto, na mesma proporção que as oportunidades surgem, as vagas não estão atraindo candidatos e seguem em aberto. Paralelo a isso, é observado aumento no número de pessoas atuando na informalidade.

Na última pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Trimestral, revela que em outubro, a taxa de desocupação no Amazonas chegou a 18,8%. No Amazonas, havia 1,34 milhão de pessoas ocupadas em outubro, dentre as quais, 490 mil (36,5%) eram pessoas que trabalhavam por conta própria.

Na análise do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira, o comportamento, dos dados da Pnad Contínua, mostram que os postos de trabalho estão voltando. E, essa movimentação no momento, vem confirmar uma tendência que ocorre nos finais de ano. "O comércio, principalmente, adota as contratações temporárias. Já os trabalhadores informais aproveitam o período de festas para elevar seus ganhos".

Segundo ele, o trabalho informal no Estado está acima de 55% do total de ocupados. "Neste momento ele está funcionando como uma alternativa para o trabalhador que não tem um trabalho formal disponível".

A sondagem divulgada pelo IBGE, representa a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em maio. Isso corresponde a 312 mil pessoas sem trabalho no Estado, uma variação de 0,6 ponto percentual na comparação com setembro (18,2%); variação de 3,7 pontos percentuais em relação a junho, e de 6,8 pontos percentuais em relação a maio.

O presidente da CDL Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag, reconhece que muitas lojas não conseguiram completar o seu quadro de colaboradores, o que também impacta na menor redução das vendas porque dezembro é um período de grande demanda. Por outro lado, ele opina que os governos municipal e estadual deveriam fazer uma pressão para ambulantes não estarem nessas áreas, o que atrapalha as vendas das próprias lojas que pagam todos impostos e acaba credenciando essas pessoas para continuar na informalidade ao invés de estarem treinando e trabalhando para que fiquem formais. "Muitas lojas perdem vendas porque a informalidade sem pagar impostos segue crescendo, e usufrui de todos os benefícios que o Estado dá com saúde, educação e com os mesmos direitos. Isso tem que ser ajustado. Sabemos que há um problema social, mas se não for cobrado do governo o problema só amplia".

informalidade é motivada por recurso financeiro

A demanda desse comércio de rua não é uma tendência apenas do Centro da cidade. A cena se repete em outras localidades da capital. Na ótica do presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Jorge Lima, desde o início da pandemia, cresceu o número de informais, "O mercado da informalidade, principalmente o de ambulante, está cada vez mais diversificado no Centro da cidade, vai da comercialização de frutas em bancas e até em carros estacionados, café da manhã, se vende de tudo. É uma infinidade de opções que demonstram o desafio dos órgãos competentes em dar assistência a essas famílias. Ao mesmo tempo, o varejo local busca por pessoas para preencher as vagas de fim de ano. Mas falta mão de obra qualificada para contratação".

Outro fator que tem impulsionado o emprego informal vem em virtude do aporte financeiro que o governo liberou, por meio dos auxílios. "Todos os governos entraram com essa contribuição social e muitas das vezes as pessoas não fazem questão de trabalhar com CLT para não perder esse benefício. O que tem motivado boa parte a deixar de ir em busca de colocação no mercado. Além disso, a chegada de refugiados na capital contribui muito para o aumento de vendedores ambulantes principalmente no centro da cidade. "Esse comércio é dominado por eles".

O auxílio beneficiou 34.4 milhões de famílias. Vale lembrar que a ajuda do governo federal não será ampliada. Quem deve suprir a demanda de 17 milhões de pessoas é o novo formato do antigo programa do Bolsa Família, com um valor de R$ 400 segundo dados do Ministério da Cidadania.

Cadastramento

Segundo a Semacc (Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal), existem cadastrados junto à Secretaria, cerca de 8.000 trabalhadores do comércio informal, entre permissionários, que estão instalados nas Galerias Populares Espírito Santo e Remédios, no Centro e Shopping Phelippe Daou, na zona Leste, bem como os camelôs, que são os trabalhadores que possuem bancas com autorização do poder público para funcionar em vários pontos de Manaus.

A Secretaria informa, ainda, que iniciou este ano um recadastramento desses trabalhadores, ainda em andamento, para identificar quem são esses camelôs, onde estão localizados e traçar um perfil qualitativo e quantitativo da categoria.

"Apesar de, por conta da pandemia, a emissão de novas autorizações estarem suspensas, principalmente para o Centro de Manaus, somente a partir da conclusão deste censo é que poderemos afirmar se houve um aumento do quantitativo e sua localização por zona da cidade", diz o texto.

Dados da Pnad Contínua, do IBGE, mostram que os postos de trabalho estão voltando

Fonte: JCAM

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