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Uniformes com qualidade made in AM para a Marinha do Brasil

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31/07/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

Empresa de indústria têxtil do Amazonas BDS (Bicho da Seda) Confecções desenvolve projeto do novo uniforme da Marinha e prevê cenário positivo para o setor no PIM (Polo Industrial de Manaus). O novo camuflado é resultado de um trabalho integrado com a empresa Santista Work Solution, responsável em projetar os aspectos tecnológicos do tecido. O Uniforme está em processo de desenvolvimento desde 2018, como Produto Estratégico de Defesa.

O trabalho rendeu a BDS o título EED (Empresas Estratégicas de Defesas), dado pelo Ministério de Defesa. O título é dado à empresas que têm produtos de alto valor tecnológico mundial reconhecidos pelas Forças Armadas. De acordo com o diretor presidente Luiz Augusto Rocha, a expectativa é que o início da produção gere novos postos de trabalho no PIM (Polo Industrial de Manaus) e dê uma injetada de ânimo no setor da indústria têxtil local.

“Em um momento onde existem no Brasil milhões de desempregados, a segunda maior indústria empregadora não pode deixar de realizar o esforço para fornecer para as Forças Armadas do Brasil os uniformes que ela utiliza. E nós estamos falando de um grande volume de uniformes. São 220 mil de usuários somente no exército. Nós temos praticamente três polos industriais de Manaus de gente usando roupa só do exército. Na Marinha são mais de 80 mil, que hoje atende a maior parte de produtos confeccionados importados”, disse.

Além disso, a ideia é que o trabalho no uniforme se estenda para as outras instituições das Forças Armadas como exército e aeronáutica. “A nossa ideia é que o trabalho ocorra de forma satisfatória e consiga evoluir cada vez mais, no sentido de que não só a marinha, mas as demais forças armada, optem por uma produção brasileira”, ressaltou.

Segundo o diretor, os novos camuflados passaram por um processo de testes, no Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais – Batalhão Tonelero e também foram utilizados, em caráter experimental, por um pelotão de Fuzileiros Navais durante a Operação Formosa, entre os dias 8 e 17 de julho, no município de Formosa-GO.

“O teste foi finalizado e estarei indo ao Rio de Janeiro para finalizar uma outra rodada de reuniões para verificar os resultados do teste e as possíveis mudanças para melhorar o produto final. Vamos verificar se podemos incrementar melhorias tecnológicas no uniforme”, disse.

Oportunidades

Segundo dados do SIPRI (Instituto Nacional de Investigação a Paz de Estocolmo), em 2018, o mundo gastou 1,8 trilhão de dólares em defesa, o maior valor destinado a esta questão desde o fim da guerra fria. Na análise de Luiz Roberto, o setor de têxtil e confecção é o segundo maior empregador da indústria da transformação no Brasil. Em meio a uma crise econômica no país, fabricar o fardamento para a Marinha do Brasil é uma boa chance de alavancar a indústria nacional, para que a mesma volte a ocupar um lugar de destaque no segmento mundial.

“Temos que compreender mais a indústria da defesa. A tendência do mundo hoje é se firmar nesse setor. Um segmento que traz mais investimentos, mais uniformes, mais pessoas, mais valores. E o Brasil que já foi o oitavo maior exportador mundial de produtos da defesa tem um grande potencial para voltar a ocupar uma posição de destaque”, disse.

Características do uniforme

O tecido que a Santista produziu para os fuzileiros navais foi batizado de camuflado multinacional, por reúne várias funcionalidades em um mesmo produto,. No tecido, pode ser encontrado as mesmas propriedades específicas e ideais para o segmento militar que demanda uniformes de alta performances. As funcionalidades são a proteção anti mosquito, que repele a ação de insetos; a proteção antimicrobial, que evita os odores da transpiração com uma maior sensação de conforto; e o sistema de nanotecnologia que permite o tecido utilizar propriedades de secagem e absolvição de mais rápida; proteção solar; baixa leitura térmica. que dá mais segurança para o militar onde ele estiver em operações onde ele pode ser monitorado com equipamentos de raio x.

O trabalho é uma parceria que tem a direção do CMatFN (Comando do Material de Fuzileiros Navais), por meio da Gerência de Equipagens Operativa, que está à frente do projeto e trabalha para testar e aperfeiçoar o uniforme juntamente com o SENAI/CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), que cuida do projeto e da integração da cadeia de fornecimento.

“Como resultado de um tecido tão tecnológico conseguimos entregar para o fuzileiro, um uniforme extremamente confortável e seguro, que é fundamental para as operações militares. O resultado de uma atuação integrada da cadeia têxtil de confecção brasileira. Os testes mostraram que os uniformes estão no mesmo patamar das principais forças especiais do mundo, como os Estados Unidos”, explicou o gerente de marketing da Santista S.A, Inácio Silva.

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