10/01/2019
Reportagem publicada pelo Jornal do Commercio
A indicação do novo chefe da autarquia federal, o coronel reformado do Exército Alfredo Menezes, para assumir a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) é comemorada por representantes da indústria e empresários do setor. A aproximação de Alfredo Menezes com o presidente Jair Bolsonaro deve facilitar as articulações em torno de temas voltados aos interesses da ZFM (Zona Franca de Manaus). Na estrutura do novo governo, a Suframa estará vinculada ao Ministério da Economia.
O novo superintendente terá como desafio a missão de continuar com o trabalho de desburocratização, que segundo o ex-superintendente da autarquia, Appio Tolentino, é um dos entraves que travam projetos. “A Suframa deve estar a disposição e a serviço das empresas instaladas na Zona Franca. Não se justifica que o órgão volte a ser um entrave, mas deve ser um nicho de resolução de dificuldades. Um núcleo de apoio onde o empresário resolva os seus problemas e não onde se crie dificuldades. Entre elas, a questão da hora marcada com muita antecedência, para resolver os problemas que são pontuais para atender o empresário, que acaba gerando decurso de prazo termina perdendo. Não pode esperar um mês para resolver problemas que surgem em determinado momento.
Para Appio, na economia, a solução precisa ser mais rápida, ou seja, precisa ter um fluxo de entrada de processo na superintendência onde o documento não fique dando voltas. “Tudo é tempo”. Appio acredita que a influência política de Menezes com o novo governo, deve otimizar tudo isso, porque têm entraves que precisam acabar, e se tiver uma força política isso se resolve. Outro desafio mencionado por Tolentino , são as questões dos PPBs (Processos Produtivos Básicos) necessário trazê-los para dentro da competência da Suframa. “Esses processos precisam ser ampliados”. Appio disse ainda que o projeto de “Atração de Investimentos”, lançado no CAS, ajudam a atrair empresas aqui para o Estado e seria interessante se houvesse continuidade. “São muitos anos de Zona Franca. Temos 470 empresas com concessão de benefícios fiscais, isso é pouco. Esse programa busca exatamente despertar o interesse de novos negócios. A Suframa não pode fazer isso sozinha. Tem que ter diálogo. Isso gera investimento e renda”.
O ex-superintendente citou outros projetos em andamento que geram grandes benefícios, inclusive para os municípios do Estado e finalizou desejando sorte ao novo superintendente. “Eu espero que ao assumir ele faça um bom trabalho. Quem tem que ganhar é o Amazonas. Ele vai ter que agir internamente e ter uma equipe que possa suprir as necessidades que o Estado precisa. Não podemos errar mais e nem brincar com a economia. Não tem rivalidade e nem competição. Precisamos nos unir para fazer um bom trabalho e fortalecer ainda mais no nosso modelo”.
Indicação é vista com bons olhos
Entidades ligadas à indústria veem a indicação com bons olhos e com grande otimismo. O presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, declarou que sem indicação política a escolha é muito salutar para a Suframa. “Pessoa de confiança do Presidente e das Forças Armadas, o que pode ajudar nas ações de infraestrutura utilizando a estrutura e knowhow das próprias forças armadas - vide essa novela das vias do Distrito Industrial”. Ele ressalta que é Importante acrescentar que precisamos, também, destravar a questão de novos PPBs, assim como desenvolver novas atividades explorando as potencialidades da região Amazônica e a Suframa é o principal agente de desenvolvimento do Governo Federal para isso na Região Norte.
“O resgate da representatividade e da autonomia da autarquia é de extrema importância para o futuro.Assuntos relativos a ZFM devem ser debatidos e decididos aqui para sairmos das amarras dos técnicos de Brasília.Temos servidores competentes para cuidar disso aqui na Suframa, buscando sempre o que é melhor para a Região , para o País e respeitando os direitos constitucionais do modelo ZFM.Destravar os PPBs para atrairmos novos investimentos e geramos mais empregos.Explorar novas matrizes econômicas para sairmos dessa dependência do modelo ZFM”, frisou.
O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, também mantém a mesma confiança e disse que o foco principal é a defesa dos interesses do modelo, que sofre constantes ataques e se tratando de uma pessoa com viés militar, traz na bagagem um grande conhecimento e um alto grau de capacidade e preparação para ajudar a política econômica do PIM. Ele também defende sobre as questões do PPPs “Esperamos que ele venha com o propósito de unir e somar, principalmente na questão dos PPBs que dificultam a instalação de novas empresas na região. Por conta do viés militar e o bom trânsito no âmbito do Governo Federal, acredita-se que ele seja de suma importância para a articulação de demandas do Governo do Estado e a bancada federal. Mas, além disso, é necessário também procurar uma interação com os demais Estados da Amazônia Ocidental que fazem parte da atuação da Suframa. Esperamos que ele nos ajude a resgatar a velha Suframa que era conhecida por sua força econômica".
Para empresários do setor a garantia de um novo momento para o PIM, é irrefutável, pelo menos é o que avalia o presidente da Aficam ( Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Mário Okubo, que defende a indicação e prevê que o novo comando vai trazer fluidez e agilizar projetos a serem aprovados. “Vai facilitar bastante porque se trata de uma gestão que está em contato direto com Brasília. Isso vem para somar. A expectativa é que ele vai vir para solucionar muitas coisas que estão precisando e paradas, no Estado e no município. Não podemos viver só do PIM, temos muitos outros potenciais. Desde que sejam aprovados, automaticamente, os investimentos vão surgir”, avaliou.