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Um novo ciclo da Borracha – editorial

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31/01/2020

Fonte: Jornal A Crítica

Desde o início do século XX, quando a Ásia tirou do Brasil o posto de maior produtor mundial de borracha natural, os asiáticos se mantiveram no topo da produção; e souberam muito bem fazer a migração para a borracha sintética poucas décadas depois, mais barata, produzida a partir de hidrocarbonetos. Essa etapa enterrou de vez as pretensões do Brasil de retomar o protagonismo no fornecimento do produto, atingindo duramente a produção de borracha natural no País, para tristeza de milhares de seringueiros que ainda mantinham a atividade extrativista, principalmente na Amazônia.

Porém, essa sequência de reveses não foi suficiente para encerrar a extração de látex para produção de borracha, atividade que nunca deixou de integrar a economia do Amazonas.
Com a valorização crescente de produtos ecológicos, fabricados a partir de matérias primas naturais e não poluentes, o mercado para a borracha natural ressurgiu com força, principalmente na produção de pneus para a indústria automotiva.

Nesse cenário, o Amazonas tem a faca e o queijo na mão, já que é produtor de borracha natural, e pode oferecer aos investidores os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, uma combinação que por si só, já está dando resultados. A fábrica Neotec, da multinacional francesa Michelin, é uma demonstração desse potencial.

Para ampliar suas exportações para mercados como México e países da América do Sul, a Michelin precisa comprar 1.500 toneladas de borracha natural neste ano, mas a produção do Estado em 2019 foi de apenas 400 toneladas.

A solução é adotar um amplo programa de revitalização da produção de borracha natural, com reativação de seringais, apoio aos pequenos extrativistas e solução de questões logísticas. O mercado está pronto: a Michelin pretende dobrar a aquisição de matéria-prima local nos próximos dois anos, só depende do Amazonas conseguir atender a demanda. Trata-se da típica relação “ganha-ganha”: estado fomenta a economia do interior, que é a mais carente, com uma atividade que não agride a natureza, pelo contrário, se beneficia da floresta preservada.

A empresa por outro lado, agrega valor ao seu produto, que gera grande impacto socioambiental positivo. É uma experiência que pode atrair novos investimentos nessa área para a Zona Franca, desenvolvendo o sub-setor da borracha natural.

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