03/02/2020
Fonte: Amazonas 1
Paula Litaiff
A cruzada do governo federal para reduzir e até extinguir os incentivos tributários da Zona Franca de Manaus (ZFM) – com o apoio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), dos veículos de comunicação do Sul e Sudeste e da ampla bancada de parlamentares paulista – é um “caminho sem volta” para que os entes públicos busquem de forma urgente e planejada os novos modelos econômicos viáveis ao Amazonas.
Mais de 86 mil empregos do Polo Industrial de Manaus colocados em xeque com a proposta do governo federal de “gestão” da Amazônia (Suframa)
A certeza de que não haverá piedade da gestão federal com o Polo Industrial de Manaus (PIM) veio com a última declaração do ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, que de forma equivocada associou a implantação da Bioeconomia no Amazonas ao fim dos incentivos de impostos para o Polo de Duas Rodas da ZFM.
Ao longo dos últimos dez dias, técnicos econômicos, entre eles o consultor Rodemarck de Castello Branco e o especialista em atividades do Terceiro Setor, Takashi Yamauchi, têm afirmado que na atual conjuntura de isolamento é melhor buscar substitutivos ao PIM do que pedir clemência a um algoz que já está convencido de sua sentença.
Futuro no presente
Em entrevista à RÁDIO DIÁRIO, nesta quinta-feira (30), Takashi Yamauchi disse que não haverá solidariedade com o prazo de maturação de um novo modelo econômico ao Amazonas.
Culpa de todos
“A substituição (da principal matriz econômica do Amazonas) deve ocorrer de qualquer jeito, e se não temos um novo modelo de substituição ao PIM a culpa é de todos, não só de políticos”, disse o especialista.
‘Parece brincadeira’
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, se posicionou sobre a fala de Ricardo Salles aos benefícios que mantém as indústrias na ZFM. “Parece brincadeira de mau gosto, desconhecimento ou a ignorância conveniente”, afirmou.
Apelo ao algoz
Esperançoso com mudanças, Périco disse que ele e um grupo de empresários deve ir com o presidente Bolsonaro apelar para que bote ordem em seus subordinados e com isso não causem mais prejuízos à Zona Franca de Manaus e ao Brasil.
Sem consulta
Como se suspeitava, o governo federal não ouviu os ambientalistas nem pesquisadores do Amazonas para a criação e implementação do Conselho da Amazônia e Secretária da Amazônia, com sede em Manaus.
Efeitos do silêncio
A confirmação da falta de diálogo entre os pesquisadores do Amazonas e a gestão de Bolsonaro foi confirmada pelo cientista do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Niro Higuchi, e do pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Rogério Fonseca.
Averso à academia
Os dois estudiosos da Amazônia fizeram um apelo ao presidente Bolsonaro para que ouça mais a ciência e disseram que apesar de não serem ouvidos, eles encaminharam dezenas de vezes e-mails ao presidente para explicar dados científicos sobre a região.
Época para Josué
A coluna de política do jornalista Guilherme Amado no site da revista ‘Época’ mostrou, na quarta-feira (29), que a mobilização realizada no Amazonas pelo deputado estadual Josué Neto (PSD) em colher assinaturas para a formalização do partido do presidente Jair Bolsonaro, Aliança pelo Brasil, está ganhando visibilidade fora de Manaus.
Amazonas x Amazônia
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Helenom, confundiu, nesta quinta-feira (30), os nomes de Amazônia e Amazonas, e atribuiu ao jornal DIÁRIO DO AMAZONAS uma matéria fake news do jornal Diário da Amazônia, em Rondônia.