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28/01/2022

Há oito décadas, o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) contribuem de forma expressiva para o desenvolvimento da indústria e do país. Neste período, o SENAI transformou-se no maior complexo de Educação Profissional da América Latina, com 2,3 milhões de matrículas anuais – 67% das quais com gratuidade.

Desde que foi criada, já formou mais de 75 milhões de trabalhadores, em 28 setores da indústria. Atualmente, possui 583 unidades fixas e 457 móveis, entre as quais dois barcos-escola, que atuam na região Amazônica, levando educação profissional gratuita para moradores de comunidades ribeirinhas localizadas em áreas de difícil acesso.

Presente em 3 270 municípios, a instituição emprega 28 300 profissionais das áreas de educação profissional, tecnologia e inovação. Uma demonstração da excelência do ensino que o SENAI ministra foi o 1º lugar que seus alunos conquistaram em 2015 na WorldSkills, a olimpíada internacional de educação profissional, à frente de equipes de países que são referência em educação, como Coreia do Sul e Alemanha. Na edição de 2017, eles ficaram no 2º lugar geral, concorrendo com estudantes de 62 países.

O SENAI também tem contribuído de forma expressiva para a inserção de empresas nacionais na 4ª revolução industrial, também conhecida como Indústria 4.0. A entidade possui 58 institutos de tecnologia, que prestam serviços de metrologia, testes de qualidade e processos produtivos, e realizam cerca de 1,5 milhão de ensaios laboratoriais por ano. Nos últimos anos, foram investidos 3 bilhões de reais na implantação da maior rede de inovação industrial do país.

Em parceria com indústrias, startups e renomadas instituições internacionais – como o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos –, os 26 Institutos SENAI de Inovação já desenvolveram diversos equipamentos e soluções inovadoras, tais como nanossatélites, robôs submarinos autônomos e tintas nanorregenerativas.

O SESI, por sua vez, oferece educação básica e continuada para trabalhadores da indústria, tendo realizado, apenas em 2019, cerca de um milhão de matrículas – um terço das quais gratuitas. Suas escolas apresentam os melhores desempenhos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com índices superiores aos de escolas municipais e estaduais. São também a principal referência nacional em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Outro foco de sua atuação do SESI são programas de saúde e segurança no trabalho, com ações que beneficiam anualmente cerca de 4 milhões de pessoas – incluindo aplicação de quase um milhão de doses de vacinas. A instituição mantém, ainda, nove centros de inovação, que desenvolvem tecnologias voltadas para a melhora do bem-estar dos trabalhadores. Ao todo, possui 116 unidades de vida saudável e 526 escolas, que empregam 34 500 mil profissionais das áreas de educação, saúde e segurança do trabalho, cultura e ação social.

Ressalte-se que o trabalho desenvolvido por SESI e SENAI tem um elevado grau de reconhecimento por parte da população. Pesquisa do Ibope revelou que mais de 90% dos entrevistados consideram ótimos ou bons os diversos serviços prestados pelas duas instituições.

Outro levantamento mostra que nove em cada dez empresas industriais dão preferência para a contratação de ex-alunos do SENAI, nos diversos segmentos, em função da excelência da formação deles. Atualmente, a entidade é responsável pela capacitação de 95% da mão de obra empregada na indústria nacional, sendo que 80% dos técnicos que forma são das classes C, D e E.

*Robson Braga de Andrade, empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Gigantes da educação

Conhecidos em grupo como Sistema S, os serviços sociais autônomos são um conjunto de organizações das entidades representantes da indústria, da agricultura, do comércio e do transporte voltadas para a educação, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica.

Fazem parte do Sistema S o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Social da Industria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem do Comercio (Senac), Serviço Social do Comercio (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), Serviço Social de Transporte (Sest), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Juntas, essas instituições contribuem há oito décadas, de forma efetiva e permanente, com a inserção de jovens e trabalhadores brasileiros no mercado de trabalho, sobretudo os de classes menos favorecidas e têm um compromisso com a construção de um Brasil mais próspero, desenvolvido e com oportunidades para todos.

O Sistema S se mantém com contribuições compulsórias das empresas, calculadas sobre a folha de pagamento. Ao contrário dos impostos, a contribuição é recolhida apenas de determinadas categorias profissionais e empresas, e tem de ser destinada a propósitos específicos, como previsto nos Artigos 145, 149 e 195 da Constituição Federal. A contribuição é um investimento, pois é revertida na prestação de serviços essenciais às empresas.

Apoio à indústria

O Sistema Industria é uma rede nacional de caráter privado, que atua em diversas frentes de apoio ao setor industrial brasileiro. Integram essa rede a Confederação Nacional da indústria (CNI), o Serviço Social da indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), as Federações Estaduais da Industria dos 26 Estados e do Distrito Federal, além de 1 280 Sindicatos Patronais Industriais.

A estrutura foi criada para atender as necessidades especificas e auxiliar no desenvolvimento da indústria brasileira, que emprega 9,7 milhões de trabalhadores e tem 20,4% de participação no emprego formal no Brasil. O SESI e o SENAI se dedicam à educação básica e profissional, à inovação e tecnologia e à promoção da saúde e da segurança no trabalho do setor. Para administração das duas entidades, a CNI recebe 4% da receita do SESI e 2% do SENAI.

Dois colossos

Hoje instituições consolidadas nacional e internacionalmente, o SESI e o SENAI ajudam a elevar o nível da formação educacional dos brasileiros e são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento de uma indústria mais inovadora e competitiva.

Criado em 1942 por meio do Decreto-Lei no 4.048/42, o SENAI tem a missão de ajudar a indústria brasileira a ser mais competitiva por meio de ações que aumentam a produtividade das empresas, sobretudo com a qualificação profissional, a inovação e a execução de serviços técnicos.

Já o SESI foi criado em 1946 pelo Decreto n° 57.375/65 para auxiliar as indústrias em programas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e na promoção da saúde e da educação dos trabalhadores, seus dependentes e também a comunidade.

O SESI é uma referência na educação básica, que compreende o ensino infantil, o fundamental e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), enquanto o SENAI é a principal instituição brasileira, e uma das maiores do mundo, na formação profissional de jovens e trabalhadores, incluindo a oferta de cursos de iniciação profissional, qualificação, técnicos, tecnólogos, graduação, aperfeiçoamento e pós-graduação.

A subordinação das entidades às indústrias e à entidade sindical não só é prevista na Constituição Federal, mas estratégica. Isso porque seus objetivos precisam estar alinhados ao empresariado, para atender às suas demandas das indústrias no tempo exigido pelo mercado. Nem as próprias empresas nem as instituições de ensino publicas são capazes de suprir a necessidade no tempo e de forma adequada à agenda empresarial.

Sendo assim, o SENAI e o SESI são entidades privadas e os recursos que financiam suas atividades também são privados a partir do momento em que ingressam nos cofres das entidades.

Educação básica

O SESI oferece educação básica focada na formação para o futuro do trabalho a mais de 200 000 jovens. Sua metodologia é de reconhecida excelência e seus alunos têm elevado desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Distribuídas em todo o território brasileiro, as 526 escolas da Rede SESI são orientadas às necessidades do mundo do trabalho e adotam metodologias e currículos inovadores, com foco nas áreas de STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). A rede conta com materiais pedagógicos, formação docente e infraestrutura de excelência para oferta da educação infantil, ensino fundamental e médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA) – inclusive de forma articulada com a educação profissional SENAI.

Além disso, para diminuir o índice de afastamentos do trabalho e estimular um estilo de vida saudável para os industriários, o SESI oferece programas de promoção da segurança, saúde e qualidade de vida, com soluções para atender às demandas da indústria e aumentar sua produtividade.

Mais recentemente, o SESI criou uma rede com oito Centros de Inovação em SST, que conta com parceiros internacionais, para desenvolver soluções em saúde e segurança do trabalho capazes de reduzir o absenteísmo, os acidentes laborais e aumentar a produtividade.

Formação profissional

O SENAI é a principal instituição de ensino técnico e profissional do país, com mais de 80 milhões de trabalhadores formados em oito décadas de atuação, e tem também a maior infraestrutura de tecnologia e inovação do Brasil. Seu modelo de formação mantém o currículo sempre alinhado à evolução tecnológica da indústria, o que se traduz em inclusão e empregabilidade para os jovens capacitados em diversos setores da indústria.

Para manter essa formação conectada com as transformações e novas tecnologias do mercado de trabalho e verificar a qualidade de seus cursos, o SENAI realiza sistematicamente pesquisas e avaliações. Trabalho reconhecido pelo setor privado nacional e organizações internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para se ter uma ideia da qualidade da educação profissional brasileira ofertada pelo SENAI, na Worldskills – competição mundial das profissões técnicas – entre os cerca de 70 países que disputam, o Brasil ficou em 1º lugar em 2015, na competição disputada em São Paulo; ocupou o 2º lugar em 2017, em Abu Dhabi, e 3º lugar em 2019, na Rússia.

Em um país que amarga números crescentes de desemprego, a pesquisa de egressos de 2020 mostra que sete em cada dez ex-alunos SENAI estão empregados e que ex-alunos SENAI com curso técnico têm 22,7% a mais de renda média. Os dados mostram ainda que ex-alunos de cursos de qualificação profissional do SENAI têm 30% de chances a mais de conseguir emprego no período de um ano após terem sido demitidos.

Anualmente, dois terços (66,66%) da Receita Líquida de Contribuição Compulsória Geral são destinados ao custeio, investimento e à gestão, de forma a viabilizar vagas gratuitas nos Cursos Técnicos e de Formação Inicial e Continuada.

Mais importante do que nunca, como demostrou a pandemia, a inovação é o carro-chefe de outra frente de atuação do SENAI. Foi por meio da rede de Institutos de Inovação e de Tecnologia que o Brasil conseguiu desenvolver um substituto nacional para o insumo essencial para a produção do álcool em gel, item de linha de frente no combate à Covid-19, assim como tecidos antivirais, desenvolvimento de testes rápidos para detecção do vírus, sem falar da mobilização nacional que consertou e devolveu aos hospitais mais de 2 500 respiradores, aumentando as chances de mais de 25 000 pessoas de sobreviver o coronavírus.

Os institutos são aliados ímpares da indústria na pesquisa, desenvolvimento e inovação, em metrologia e testes de qualidade, a fim de permitir que os produtos brasileiros estejam em conformidade com normas técnicas, condição fundamental para competir em um mercado globalizado. A rede conta ainda com parcerias com universidades e instituições renomadas, como o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos.

Os 26 Institutos SENAI de Inovação, presentes em 12 estados, já atenderam mais de 600 empresas e executaram mais de 1,2 bilhão de reais distribuídos em 1 332 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação com a indústria. A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores. Já os 61 Institutos SENAI de Tecnologia, localizados em 17 estados e no Distrito Federal, realizaram mais de 59 000 atendimentos somente em 2020. Ao todo, 10 083 empresas foram atendidas. São mais de 1 300 especialistas e consultores para o desenvolvimento de tecnologias e inovação em empresas dos mais diversos portes e segmentos.

O fascínio da robótica

Duas instituições brasileiras, reconhecidas internacionalmente, têm sido pioneiras no esforço de melhorar a educação no país e aproximar o Brasil das boas práticas internacionais: o Serviço Social da Indústria (SESI), com mais de 400 escolas e 270 000 alunos (da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos – EJA), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), com mais de 520 unidades operacionais e 465 unidades móveis para ensino técnico e profissional.

Em comum, elas têm o uso de tecnologias educacionais e metodologias inovadoras como parte do seu DNA, foco nas áreas de STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes/Design e Matemática) e orientação para o mundo do trabalho. Materiais pedagógicos autorais e exclusivos, infraestrutura de excelência, e quadro técnico atualizado – professores e instrutores que passam por formação continuada – são outros diferenciais.

Dentro da proposta de valorizar a cultura de conhecimento aplicado, também chamada de mão na massa (maker), o SESI tem se tornado referência no uso da robótica educacional. Atualmente, quase 200 000 alunos da rede são beneficiados com as atividades, que começaram a ser adotadas em sala de aula em 2006. O SESI também organiza torneios desde 2012, abertos para estudantes de outras redes de ensino.

Parceira da organização sem fins lucrativos FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), a instituição é responsável pela operação, no Brasil, das competições FIRST LEGO League Challenge (FLL) e FIRST Tech Challenge (FTC). Além de participar do projeto educacional da Fórmula 1, F1 in Schools, e ter estudantes competindo na FIRST Robotics Competition – categoria mais avançada para estudantes do ensino médio. Já passaram por essas competições mais de 30 000 estudantes, que também representaram o Brasil em torneios internacionais e levaram mais de 60 prêmios.

A prática e as competições de robótica são uma importante ferramenta de ensino. Os estudantes são desafiados a pesquisar, com metodologia científica, e apresentar soluções para problemas reais na temática da temporada, como a produção de lixo, a qualidade de vida dos idosos e as cidades inteligentes, e a construir, programar e manusear robôs.

Competidores afirmam que a experiência foi essencial para a sua vida estudantil, pessoal e profissional ao proporcionar desenvolvimento socioeducacional. Pais e docentes concordam que aproxima os estudantes da ciência e da tecnologia e estimula as soft skills, como raciocínio lógico, trabalho em equipe, criatividade e comunicação.

Na temporada 2020/2021 dos torneios nacionais de robótica, encerrada em julho, foi possível constatar as valiosas lições de um grupo que, movido pela paixão em tecnologia e educação, superou as dificuldades e surpreendeu com o bom desempenho. São as equipes de garagem, de Organizações Não Governamentais (ONGs) e escolas públicas.

Na etapa regional do FIRST LEGO League Challenge (FLL) – modalidade para alunos de 9 a 17 anos com robôs feitos de peças de lego –, das 424 equipes inscritas, 41 eram de escolas públicas e oito de ONGs ou de garagem. Dessas, classificaram-se para o torneio nacional, dois times de escolas públicas, um de ONG e quatro de garagem.

Já na modalidade dos robôs maiores, de até 19kg, o FIRST Tech Challenge (FTC), das 35 equipes inscritas no Festival SESI de Robótica, uma é de escola pública: a Sanja Storm, da EE Prof. Alceu Maynard Araújo, em São José dos Campos (SP). O colégio já tem uma equipe na FIRST Robotics Competition (FRC), competição internacional de robôs gigantes, que chegam a 54 kg, mas essa foi a estreia no FTC.

Encontro de gerações

Apesar da ligação com a escola, o projeto é aberto a jovens de toda a região onde ela se localiza, o que dificultou ainda mais os encontros da equipe, formada por sete integrantes. “O treinamento para fazer o robô, a elaboração do projeto, foi tudo virtual. Só na hora de montar que nos encontramos. Como era nossa estreia, tivemos que aprender as novas regras, correr atrás dos componentes, fabricar chassi. Os alunos projetaram e fabricaram o robô com apoio de patrocinadores, para corte da chapa e dobraduras, por exemplo”, conta o técnico Ricardo Akio Iamamoto.

Aos 62 anos, sendo 34 dedicados à Embraer, onde exerceu a função de engenheiro aeronáutico, Iamamoto virou voluntário do projeto há seis anos com um empurrãozinho da esposa, coordenadora pedagógica do colégio.

Desde então, a troca de experiências com a nova geração tem sido um aprendizado constante. Segundo o engenheiro aposentado, práticas e termos tão distantes da sala de aula, como cronograma de projeto, acompanhamento e análise de risco acabam despertando o interesse e entrando para a rotina dos estudantes.

“A gente aprende a conversar com eles. A idade pega um pouquinho, mas conseguimos instigá-los. Eles fazem uma pergunta, eu devolvo com outra, ajudo eles a pensar, a buscar soluções. Trazemos um pouco do trabalho na indústria, o processo de desenvolvimento de um produto, como tomar uma decisão. Cada um tem uma ideia e acha que é melhor, então como canalizar isso?”, reflete Iamamoto.

A missão de democratizar a robótica

Apesar das diferenças em relação aos técnicos mais experientes, Igor dos Anjos da Silva Santos, 17 anos, teve o mesmo desafio: engajar e garantir a união dos estudantes sem as aulas presenciais. Ex-aluno do SESI em Candeias (BA), ele foi técnico destaque na competição regional da Bahia do FLL, à frente da Black Gold, equipe de garagem formada por seis integrantes, em sua maioria, colegas da Escola Estadual Ouro Negro.

“Estudei no SESI entre 2015 e 2017, lá tive meu primeiro contato com a robótica. A professora de português tinha conversado com a minha mãe que eu era muito ansioso e precisava de uma atividade para usar a criatividade”, lembra. De anjo a competidor e técnico, já são seis anos dedicados aos torneios.

“Fui para a escola pública no ensino médio e vi a necessidade de ter a robótica ali. Os alunos também precisam ter esse aprendizado. Fundamos a equipe com intuito de democratizar a robótica entre as escolas públicas do município”, explica o mais jovem técnico do FLL, Igor dos Anjos.

O SESI apadrinhou o time, doando a mesa da arena e o tapete das missões, além de maletas LEGO. O grupo também conseguiu apoio da Secretaria Estadual de Educação, que concedeu notebooks para os alunos. E a prefeitura disponibilizou a biblioteca municipal para a gravação dos vídeos submetidos à organização do torneio. Todo o esforço valeu a pena e a equipe ficou em segundo lugar no regional, classificando-se para o nacional.

Apoio para equipamentos

Outro time que conquistou o segundo lugar no regional – neste caso, do Rio Grande do Sul (RS) – contando com a paixão de ex-competidores foi a Lobóticos. No início da temporada, três ex-alunos da Escola Municipal Heitor Villa Lobos, em Porto Alegre, que hoje estudam no 1o ano do ensino médio no Instituto Federal da Restinga (IFRS) entraram em contato com a técnica Cristiane Pelisolli Cabral, animados para competir.

O colégio tem certa tradição nos torneios, mas, neste ano, havia a dificuldade de fechar equipe. Com o incentivo dos veteranos, eles conseguiram se inscrever com três representantes do IFRS e quatro do colégio municipal. O tapete, onde o robô cumpre suas missões, também foi cedido pelo SESI. Eles contam que tiveram apenas quatro dias para montar o robô – período em que o estado saiu da bandeira preta.

Para começar e manter uma equipe nas competições, sejam elas regionais, nacionais ou internacionais, os competidores buscam diferentes formas de apoio, incluindo patrocínio de empresas e incentivos dos governos municipais e estaduais. Técnico e fundador da Doctors Machines, do Colégio Estadual Padre Cláudio Morelli, em Curitiba (PR), o professor de matemática Thadeu Angelo Miqueletto lembra que, no início, em 2016, eles esbarraram num problema comum aos iniciantes, o investimento.

“Mas a vontade de colocar o projeto em prática foi maior, então surgiu a ideia de montar rifa com ajuda da comunidade e pedir ajuda financeira de uma empresa particular da região, a Mili. Assim nasceu a Doctors Machines. Tudo que conquistamos foi com a ajuda da comunidade e da direção escolar”, orgulha-se o técnico Thadeu Miqueletto.

A equipe compete desde a temporada 2016/2017 e, neste ano, contou com a participação de nove integrantes. Eles também ocuparam o pódio – 2º lugar – no regional do Paraná.

Um histórico de evoluções

Lançada em setembro do ano passado, a temporada 2021/2022 das competições First Lego League Challenge (FLL) e First Tech Challenge (FTC) marca a celebração de 10 anos de realização das competições de robótica pela instituição no Brasil.

A Senior Solutions, realizada em 2012/2013, foi a primeira participação do SESI Nacional nas competições FLL no país, em cooperação com EDACON, Instituto Aprender Fazendo (IAF) e SESI São Paulo. Na final, o torneio contou com cerca de 600 competidores, distribuídos em 60 equipes de 11 estados. Nessa edição, os estudantes apresentaram inovações para melhorar a qualidade de vida dos idosos, a partir de soluções para problemas de acesso e locomoção.

Na temporada seguinte, Nature’s Fury, o SESI mobilizou cerca de 2.200 competidores, em 367 equipes. Em comparação com a temporada anterior, esses números mostram um crescimento de 266% em participação de estudantes na competição.

Ao passar dos anos, mais e mais estudantes começaram a participar dos Torneios de Robótica FLL. O resultado disso é uma década de muitos aprendizados, competição saudável (mais conhecida como Gracious Professionalism) e marcada pela cooperação entre equipes e competidores, a famosa Coopertition.

O torneio de robótica FLL foi criado e é realizado, em nível global, pela organização sem fins lucrativos For Inspiration and Recognition of Science and Technology (FIRST). A modalidade é destinada a jovens de 9 a 16 anos, de escolas públicas, privadas e da rede SESI. Os estudantes integram equipes de dois a dez pessoas e são supervisionadas por dois adultos. Eles devem construir e programar robôs LEGO para cumprir uma série de missões. Além disso, as equipes precisam trabalhar em sintonia tendo como base os valores: respeito, ganho mútuo e competição amigável, dentre outros.

Na 10ª temporada da FLL, a partir do tema Cargo Connect, os competidores irão explorar o futuro do transporte, desde o envio de pacotes em áreas rurais e urbanas até a entrega para ajuda em desastres e trânsito aéreo de alta tecnologia.

Já a modalidade FTC, adotará o tema Freight Frenzy. Na temporada, as equipes irão repensar inovações de transporte mais rápidas, mais confiáveis, inclusivas e sustentáveis que melhor conectem as comunidades e economias em todo o mundo.

Ao incentivar os participantes do FTC a pensar sobre a sustentabilidade do transporte no futuro, o SESI os prepara para serem a próxima geração de líderes inovadores, enfrentando os desafios mais difíceis do mundo.

Desafios do novo ensino médio

Todas as instituições públicas e privadas do país têm até 2022 para entrar em conformidade com as regras do Novo Ensino Médio aprovadas pela Lei 13.415/2017. Levantamento realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) no início de dezembro identificou os avanços e os desafios enfrentados pelas redes públicas no processo de implementação. As informações foram obtidas por meio de entrevistas com os coordenadores do Novo Ensino Médio das Secretarias Estaduais de Educação e complementadas com base em informações disponibilizadas pelo Ministério da Educação e pelo Movimento pela Base.

O Novo Ensino Médio sobrepôs o modelo único, rígido e carregado de disciplinas obrigatórias que caracterizava o Ensino Médio brasileiro. O novo modelo está estruturado em três grandes frentes: a garantia de direitos de aprendizagem comuns a todos os jovens definidos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC); o desenvolvimento do protagonismo dos estudantes e do seu projeto de vida, por meio da escolha dos itinerários formativos; e a valorização da aprendizagem, com a ampliação da carga horária de estudos.

A nova organização curricular mais flexível foi estruturada com o objetivo de garantir uma formação integral e aproximar o processo educativo à realidade dos estudantes, considerando as novas demandas do mundo do trabalho e a complexidade crescente da vida em sociedade. A reforma do Ensino Médio impõe inúmeros desafios, especialmente para a escola pública, como a elaboração dos novos currículos, a adaptação dos materiais didáticos, a formação e alocação dos professores, as mudanças no sistema de matrículas e a adequação da infraestrutura.

A crise na Educação, instalada por conta da pandemia do coronavírus, acendeu um sinal de alerta em relação ao cumprimento do cronograma de implementação. A urgência da implementação contrasta com o ritmo das ações e com o enfrentamento de um conjunto de obstáculos como as mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, todas as Secretarias Estaduais de Educação desenvolveram projetos piloto. Ao todo foram 4.117 escolas em 2.077 municípios. Em 2021, a rede estadual de São Paulo começou a ofertar o novo modelo para todos os alunos que estavam cursando o 1º ano do Ensino Médio.

O processo de construção curricular do Novo Ensino Médio envolve sete ações: escrita da Formação Geral Básica, consulta pública da Formação Geral Básica, escrita dos Itinerários Formativos, consulta pública dos Itinerários Formativos, revisão final do currículo, entrega do currículo ao Conselho Estadual de Educação e homologação do currículo. O levantamento revelou que 17 estados e o Distrito Federal já concluíram todas as ações da construção curricular e que 9 estão aguardando a homologação junto ao Conselho.

Além das ações relacionadas à construção curricular, também foram levantadas informações sobre outras cinco ações de grande importância para a implementação do Novo Ensino Médio: elaboração do regimento interno de cada escola para os ritos de ensino, elaboração do plano de formação dos professores, realização da formação dos professores, regulamentação do Itinerário de Formação Técnica e Profissional e regulamentação das parcerias.

Em relação à elaboração do regimento interno de cada escola para ritos de ensino, vinte Secretarias Estaduais informaram que já concluíram essa etapa. Esse regimento é fundamental, pois estabelece as regras para o novo sistema de matrículas e para a escolha dos itinerários.

Vinte Secretarias Estaduais informaram que já elaboraram também o plano para formação dos professores que atuarão no Novo Ensino Médio. São Paulo, Sergipe e Distrito Federal já realizaram a formação e mais onze estados (AL, AM, BA, ES, GO, MS, MT, PR, RO, RJ, SC) estão com formações em andamento.

Os maiores gargalos estão nas regulamentações das parcerias e do itinerário de Formação Técnica Profissional. A última foi concluída por apenas seis Secretarias Estaduais (AM, ES, MS, RR, SC, SE). Pesquisa inédita realizada recentemente com 2.000 estudantes do Ensino Médio de todo o país revelou que 84% dos jovens têm interesse em cursar Educação Profissional e que o itinerário de Formação Técnica é o mais escolhido dentre as opções ofertadas no Novo Ensino Médio. É preciso dar celeridade à regulamentação para atender a essa grande demanda dos jovens.

A regulamentação das parcerias, por sua vez, foi concluída por apenas oito Secretarias Estaduais (AM, DF, GO, ES, MS, RR, SC, SE). Avançar nessa regulamentação é primordial, pois as parcerias serão de grande valor para as redes públicas de ensino, especialmente para oferta do itinerário de Formação Técnica que requer investimentos contínuos para a manutenção e modernização dos laboratórios e maquinários, bem como para a atualização permanente dos docentes que precisam estar alinhados às mudanças tecnológicas.

Diante do quadro fiscal atual, os estados certamente terão dificuldades para fazer novos investimentos. Para que o itinerário de Formação Técnica e Profissional seja ofertado de forma efetiva para os estudantes, será fundamental maximizar forças e favorecer o compartilhamento da infraestrutura e das experiências exitosas das instituições públicas e privadas ofertantes da Educação Profissional em todo o país. Esse é o único caminho para que a ampliação do acesso esteja atrelada à garantia da qualidade e eficácia.

O SESI e o SENAI acumulam experiência de mais de 21 anos na oferta da educação básica articulada à educação profissional e foram pioneiros na implementação do Novo Ensino Médio. Trata-se de uma experiência exitosa iniciada em 2018 que formou sua primeira turma no final de 2020. No ano passado, o SESI e o SENAI ampliaram a oferta do Novo Ensino Médio, que hoje é adotado em 23 estados com a oferta dos itinerários de Matemática, Ciências da Natureza e Formação Técnica e Profissional. Por meio de uma abordagem interdisciplinar que incentiva o protagonismo do estudante na construção de um projeto de vida e de carreira, a experiência do SESI e do SENAI apresenta resultados reconhecidos por diversos atores do campo educacional.

Com a restrição dos recursos para a Educação, a diversificação da oferta de Educação pública gratuita, porém não estatal, se configura como uma alternativa de grande relevância. Parcerias com Instituições sem fins lucrativos como o SESI e o SENAI podem viabilizar o acesso de estudantes com nível socioeconômico mais baixo a uma experiência educacional exitosa dentro de uma infraestrutura de ponta que, em muitos casos, não poderia ser ofertada pelo governo local. Em última instância, as parcerias vão contribuir de forma efetiva para a diminuição da maior mazela da Educação brasileira: a falta de equidade.

Os dados levantados revelam que ainda há muito a ser feito e que os estados precisam de apoio para garantir uma implementação exitosa do Novo Ensino Médio. A expectativa é que o novo modelo possa melhorar os resultados de aprendizagem dos estudantes e diminuir as altas taxas de reprovação e abandono que têm marcado essa etapa de ensino. No entanto, para avançar nessa direção, o Brasil precisa acelerar o passo e desenvolver estratégias efetivas que transformem intencionalidade em realidade. O mapa a seguir, mostra o panorama geral dos estados em relação às 12 principais ações de implementação do Novo Ensino Médio que foram levantadas.

*Wisley Pereira, é gerente-executivo de Educação do SESI

Sistema renovado, futuro promissor

Até o ano passado, a escola no Brasil preparava seus alunos de Ensino Médio exclusivamente para os exames de ingresso na universidade. O problema é que o acesso dos jovens de 18 a 24 anos ao ensino superior é muito restrito, contemplando apenas 23,8% dos estudantes dessa faixa etária.

Ao mesmo tempo, só 9% dos adolescentes concluem a educação básica com um diploma de curso técnico. Esse é o segundo pior índice entre os 37 países membros e parceiros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ficando atrás apenas do Canadá. Em países como Áustria, Suíça e Reino Unido, o percentual ultrapassa os 60%.

O novo ensino médio, que entra em vigor esse ano, surge nesse contexto. O objetivo é dar identidade social e oportunidades ao estudante que não ingressa direto no ensino superior, deseja ou precisa entrar no mercado de trabalho e não consegue por não ter qualificação.

As mudanças começam no currículo. Nos três anos, são até 1 800 horas dedicadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que garante a formação geral para todos; e no mínimo 1 200 horas aos itinerários formativos, de escolha do aluno. Tanto a BNCC quanto os itinerários são formados por quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – semelhante ao ENEM. Sendo que, para o itinerário formativo, que o aluno escolhe para se aprofundar, tem uma quinta opção: a Formação Técnica e Profissional (FTP).

As redes públicas e privadas devem adotar as diretrizes a partir do ano letivo de 2022, mas o SESI e o SENAI – que entra para ofertar o itinerário de FTP – já estão no quarto ano de implementação e expansão do modelo, que começou em 2018 em cinco estados. Hoje, são mais de 12 mil estudantes matriculados, em 23 estados.

Quando se fala em ensino médio, quais lembranças vêm à mente? Muitas matérias e provas, conteúdos que não dialogavam com a realidade, uma cobrança por boas notas e a necessidade de decisões de vida e de carreira para as quais ainda não se sentia preparado?

“Antes, eu estudava para passar e não me importava muito com o aprendizado. Lembro de uma professora que me marcou muito, porque ela dizia que a prova não definia a gente. A gente tinha que estudar para aprender e agregar conhecimento na nossa vida”, recorda a aluna Laura Lima Siqueira, 18 anos.

A chave virou em 2018, quando a estudante entrou no projeto piloto do Novo Ensino Médio do Serviço Social da Indústria (SESI) de Feira de Santana (BA). Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o SESI foi o primeiro, no Brasil, a implementar as mudanças previstas na Lei 13.415/2017.

Uma aprendizagem focada na formação de cidadãos e no desenvolvimento de competências e habilidades, com disciplinas integradas em quatro áreas do conhecimento, é a grande transformação que a reforma pretende promover em sala de aula e nos estudantes.

As redes de ensino pública e privada têm até 2022 para começar a implementar o modelo. Um processo que exige coordenação e sensibilização de toda a comunidade escolar.

Esforço pela melhoria do ensino

Foram muitas as justificativas para reformular a última etapa da educação básica: um ensino de baixa qualidade, generalista, com número excessivo de disciplinas, alto índice de evasão e de reprovação e distante das necessidades dos estudantes e dos problemas do mundo contemporâneo.

“Os milhares de jovens que não ingressam no ensino superior quando terminam a escola precisam entrar no mercado de trabalho. Ou porque já querem seguir uma carreira ou porque precisam juntar dinheiro para pagar a faculdade. Mas eles não têm as competências necessárias para exercer uma profissão. Com a formação profissional e técnica prevista no itinerário, conseguimos dar oportunidade para esses estudantes”, defende o diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.

A lei estabelece a BNCC e os itinerários formativos, formados por quatro áreas de conhecimento – Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. E acrescenta um quinto itinerário, de Formação Técnica e Profissional (FTP).

Autonomia de escolha

O estudante pode escolher um dos cinco itinerários formativos ofertados pela escola, que terá, no mínimo, 1 200 horas ao longo dos três anos. Além disso, ele recebe até 1 800 horas de formação geral, prevista na BNCC, totalizando 3 000 horas.

A escola deve ser um ambiente acolhedor, que fomenta questionamentos e o autoconhecimento e favorece escolhas, permitindo que o estudante vivencie todas as áreas, mas tenha foco e esteja preparado para o futuro.

Desde que implementou o Novo Ensino Médio, em 2018, o Serviço Social da Indústria (SESI) ampliou o número de unidades com o modelo. Atualmente, 23 estados e 87 escolas, com mais de 10 400 estudantes matriculados, seguem o que estabelece a Lei 13.415/2017.

Maior flexibilidade no currículo, conteúdo integrado em áreas do conhecimento e a oferta de itinerários formativos, que permitem ao estudante se aprofundar nos campos com os quais mais se identifica, são as principais novidades. De acordo com a legislação, até o início de 2022, todas as escolas da rede pública e privada deverão ter começado a transição.

O SESI conta com a parceria e a expertise do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para o itinerário de Formação Técnica e Profissional (FTP). O curso escolhido para a primeira turma foi o de eletrotécnica e abriu possibilidades de trabalho para diversos alunos. Atualmente, são 20 cursos técnicos ofertados pelo SENAI para o itinerário FTP, de acordo com as oportunidades de cada estado.

O SENAI já trabalhava com a premissa de desenvolvimento de competências e habilidades no lugar do sistema tradicional de provas e notas por disciplina. Referência em educação profissional e técnica, a instituição traz para o ensino médio uma abordagem voltada para o mercado de trabalho, capaz de dialogar e se adaptar às novas tecnologias – incluindo as da indústria 4.0 – e às mudanças sociais e profissionais.

“O ensino médio é um período de transição, onde parte dos jovens quer se inserir no mundo do trabalho, enquanto outros têm como objetivo prosseguir os estudos. Hoje, só 11% dos estudantes de ensino médio fazem educação profissional, ou seja, terminam a escola preparados para exercer uma profissão. Esse percentual pode, e deve, aumentar”, ressalta o gerente-executivo de educação profissional e tecnológica do SENAI, Felipe Morgado.

Com a metodologia SENAI, em que se elabora o perfil profissional, foi possível direcionar e dar concretude ao desenvolvimento de competências e habilidades das áreas de conhecimento previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Morgado acredita que outro fator preponderante para o sucesso da implementação é a capacidade de professores e instrutores adaptarem-se ao novo modelo.

Pela experiência de três anos com o modelo, tanto o SESI quanto o SENAI têm firmado parcerias e colaborado com outras redes de ensino para implementação das diretrizes – o primeiro entra com a consultoria para a readequação do currículo e formação de professores, coordenadores e gestores; e o segundo, com o itinerário FTP.

No Distrito Federal, por exemplo, o SENAI é parceiro de uma escola particular para o ensino técnico e profissional, cujas atividades começaram em 2019. Em diversos estados do país, as negociações com instituições públicas e privadas estão avançadas para a implementação do novo formato.

Desenvolvimento pessoal e propósito

Para a coordenadora pedagógica do SESI de Maceió, Amanda Rafaela Ferreira, os alunos têm mais compreensão do motivo pelo qual estão todos os dias na escola.

“Eles também são mais conscientes das formas de empregar as habilidades desenvolvidas, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho, da vida em sociedade e das habilidades que são cobradas em avaliações”, avalia, citando como exemplo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Antes da reforma do ensino médio, qualquer escola que você frequentava, o modelo pedagógico era o mesmo: 13 disciplinas, estudante olhando para a nuca do outro, cumprindo um currículo muito baseado no sumário do livro, pouco inovador”, lembra o gerente-executivo de Educação do SESI, Wisley Pereira.

Ao comparar o ensino recebido ao longo dos últimos três anos com o que os colegas tiveram do chamado ensino médio tradicional, Samira Lopes, 18 anos, de Serra (ES), percebe as diferenças, principalmente em relação à fala, à postura e ao comportamento frente aos desafios da vida.

Para ela, a metodologia por área de conhecimento, o plano pessoal de vida e de estudo, as atividades oferecidas e as avaliações focadas em trabalhos individuais e em grupos ajudam a preparar o jovem. Samira conta que, ao trabalhar características socioemocionais, descobriu uma qualidade, até então ignorada, a liderança.

Um mundo emergente na indústria

O estudo Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde identifica tendências e 14 carreiras em ascensão no curto (2 anos), médio (5 anos) e longo prazo (10 anos) na Indústria de transformação e nos serviços produtivos. Essas novas profissões, relacionadas com a digitalização do setor, poderão ser responsáveis por 767 500 oportunidades de trabalho, das 14,9 milhões de vagas, nos próximos 10 anos.

Os números chamam atenção para a importância da formação de mão de obra. Nos próximos dois anos, a demanda será de 401 000 profissionais, porém só haverá 106 00o disponíveis, o que representa uma lacuna de 74%. A pesquisa é realizada pelo Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Na indústria, à medida que processos manuais repetitivos são automatizados, há um aumento no número de vagas com maior valor agregado. Por exemplo, um operador de máquina que passa a exercer a função de operador digital ou se torna responsável pela instalação e a manutenção das máquinas.

Esse processo deve se intensificar e tornar-se realidade de pequenas, médias e grandes indústrias. Além das mudanças nos empregos existentes, as novas tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0 – como internet das coisas (IoT), computação em nuvem (cloud), big data e inteligência artificial – têm o potencial de reduzir a desigualdade social e os recursos utilizados, e aumentar a participação das mulheres e dos jovens, a eficiência e a competitividade do país.

Sendo assim, contribuem para que, no pós-pandemia, o país tenha uma recuperação verde – modelo de desenvolvimento que concilia fatores sociais, ambientais e econômicos. “Consideramos o cenário brasileiro atual e o impacto da transformação digital para mostrar a importância de determinadas profissões na definição de uma estratégia nacional de desenvolvimento econômico sustentável”, explica o assessor Técnico da GIZ Martin Studte.

Conheça as tecnologias

São as tecnologias habilitadoras que permitem o desenvolvimento de soluções avançadas em quatro grandes áreas de aplicações industriais:

Manufatura inteligente, que integra aspectos como robótica avançada, impressão 3D e tecnologias digitais para a fábrica;

Cadeia de suprimentos inteligente e conectada (smart supply chain), que considera plataformas de conectividade da fábrica com fornecedores e clientes;

Oferta de produtos e serviços conectados (smart products and services), que considera novos modelos de negócios, como o Product-as-a-Service ou serviços baseados na oferta de dados;

Utilização do trabalho suportado por tecnologias (smart working) para a oferta de serviços produtivos.

O estudo destaca ainda que existe uma migração do trabalhador chão de fábrica para os serviços produtivos, que, por sua natureza intangível, demandam profissionais nos locais onde os serviços devem ser executados, favorecendo assim a distribuição geográfica de empregos qualificados.

Em curto prazo, a maior lacuna é para a função de operador digital – em dois anos, vamos ter formados 39,4 mil profissionais, enquanto a demanda é de 345 mil (déficit de 89%). Porém, nos próximos 10 anos, esse gap deve cair para 57%. Também chama atenção o profissional de manufatura aditiva, que pode manter a diferença entre oferta e demanda laboral em 75% – em uma década, estão previstos 2,7 mil egressos e a demanda será de 11 mil.

Vale lembrar que, apesar de serem empregos de alto valor agregado, o que presume anos de formação, experts em digitalização industrial, por exemplo, podem ser formados em um período de 18 a 24 meses através de especializações e mediante a reformulação de cursos já existentes.

Qualificação e requalificação estão entre as recomendações

As estimativas de quantos profissionais serão necessários e as lacunas entre a demanda e a oferta – ou egressos de cursos – mostram como o setor educacional brasileiro pode reagir e desempenhar um papel fundamental na recuperação verde.

“O SENAI, que acompanha as transformações do mercado de trabalho por meio de observatórios técnicos setoriais, avalia que o estudo é mais um norte para o país assumir uma posição dianteira, em comparação com outros países que também precisam atualizar sua mão de obra. Essas tendências devem ser consideradas pelas instituições de ensino profissional na formação inicial e na requalificação dos trabalhadores”, ressalta o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

O diretor do NEO, Alejandro G. Frank, completa a lista de recomendações: apostar na imediata formação e requalificação de profissionais; investir na formação de professores, na atualização constante dos currículos e na criação de novos cursos; incentivar a interdisciplinaridade; e desenvolver políticas de inclusão digital a médio prazo.

“Para longo prazo, é importante criar um plano de atualização dos cursos no Brasil, aproximar o estudante do ensino médio da formação técnica e aumentar a oferta de cursos e de capacitação de professores em áreas menos favorecidas do país”, observa Alejandro Frank. Lucchesi lembra que a oferta do curso técnico no ensino médio está prevista no modelo do Novo Ensino Médio.

Futuro digital

No pós-pandemia, o Brasil deverá investir na formação de profissionais da área de Software e Tecnologia da Informação (TI) para uma recuperação verde – modelo de desenvolvimento que concilia fatores sociais, ambientais e econômicos. O setor, que representa a base do processo de digitalização de todos os outros segmentos, tendo um perfil de ação transversal, deverá empregar 2,06 milhões de pessoas em 10 anos, sendo 779 000 em 12 profissões emergentes.

Os dados são do estudo Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde, realizado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A pesquisa identifica tendências e 12 profissões emergentes no curto (2 anos), médio (5 anos) e longo prazo (10 anos) na área de Software e TI. Além disso, alerta para as vantagens da formação profissional para o setor. No aspecto social, destaca-se a rápida inserção no mercado de trabalho, com cursos de curta duração e on-line, mais acessíveis. Por exemplo, a formação de programador, que leva em média seis meses, consegue transformar uma pessoa com ensino médio básico, que ganharia apenas um salário-mínimo, em um profissional com salário de 2 500 a 4 000 reais iniciais.

Outra vantagem é do ponto de vista ambiental, já que a digitalização das atividades econômicas – processo que depende de mão de obra especializada – pode reduzir entre 10% e 20% a emissão total de gases de efeito estufa. Por outro lado, um único curso técnico ou universitário não é capaz de preparar os profissionais no nível de profundidade necessário para cargos de especialista, como Especialista em cloud ou Engenheiro de software. Isso porque os cursos formais fornecem uma visão holística dos processos, mas sem o aprofundamento técnico normalmente desejado pelo mercado de trabalho.

“Consideramos o cenário brasileiro atual e o impacto da transformação digital para mostrar a importância de determinadas profissões na definição de uma estratégia nacional de desenvolvimento econômico sustentável”, explica o assessor Técnico da GIZ Martin Studte.

Qualificação e requalificação

As estimativas de quantos profissionais serão necessários e as lacunas entre a demanda e a oferta – ou egressos de cursos – mostram como o setor educacional brasileiro pode reagir e desempenhar um papel fundamental na recuperação verde.

“O SENAI, que acompanha as transformações do mercado de trabalho por meio de observatórios técnicos setoriais, avalia que o estudo é mais um norte para o país assumir uma posição dianteira, em comparação com outros países que também precisam atualizar sua mão de obra. Essas tendências devem ser consideradas pelas instituições de ensino profissional na formação inicial e na requalificação dos trabalhadores”, ressalta o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

O diretor do NEO, Alejandro G. Frank, completa a lista de recomendações: apostar na imediata formação e requalificação de profissionais; investir na formação de professores, na atualização constante dos currículos e na criação de novos cursos; incentivar a interdisciplinaridade; e desenvolver políticas de inclusão digital a médio prazo.

“Para longo prazo, é importante criar um plano de atualização dos cursos no Brasil, aproximar o estudante do ensino médio da formação técnica e aumentar a oferta de cursos e de capacitação de professores em áreas menos favorecidas do país”, observa Alejandro Frank. Lucchesi lembra que a oferta do curso técnico no ensino médio está prevista no modelo do Novo Ensino Médio.

Especialista em cibersegurança

Entre as três profissões de destaque do setor – programador, cientista de dados e analista de cibersegurança – o analista de cibersegurança é o que tem maior gap entre a projeção de profissionais formados e a demanda do mercado de trabalho. Nos próximos 10 anos, o país deve ter 15 200 mil profissionais de segurança cibernética, enquanto a demanda será de 83 000, uma lacuna de 81,7%.

Em dezembro do ano passado, o SENAI inaugurou cinco academias de segurança cibernética nas cidades de Brasília (DF), Fortaleza (CE), Londrina (PR), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES). São laboratórios com infraestrutura, ambiente seguro e pessoal qualificado para realização de competições cibernéticas, palestras, consultorias e cursos presenciais e on-line, ao alcance de pessoas de todo o Brasil.

A instituição também se juntou a empresas referências no setor de tecnologia e segurança digital, como Rustcon, Cisco e AWS. Exemplos recentes de ações são as turmas fechadas para atendimento a empresas de telecomunicações e secretaria de segurança pública, proporcionando a imersão dos participantes em um simulador digital de ataques cibernéticos. Além do atendimento corporativo para organizações públicas e privadas, as oportunidades estão abertas também para profissionais e estudantes que querem ingressar nesse mercado de trabalho promissor.

Oportunidades pós-pandemia

A pandemia de Covid-19 acelerou tendências que afetam o mercado de trabalho e deve criar mais oportunidades de emprego para profissionais de tecnologia e logística, de acordo com projeção feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A previsão é que surjam, em até cinco anos, novos profissionais para responder, por exemplo, à maior necessidade por internet ultrarrápida em um novo mundo online.

Na lista estão o analista de soluções de alta conectividade e o orientador de trabalho remoto. Profissões já existentes também ganham mais fôlego e devem ter demanda aumentada, como os técnicos em mecatrônica e em telecomunicações.

“O SENAI, que é especialista no acompanhamento do mercado de trabalho, havia apontado a tendência de surgimento, em médio e longo prazo, de 30 novas ocupações devido à 4ª Revolução Industrial. A pandemia intensificou, de forma dramática, esse processo de atualização tecnológica, o que deve antecipar para 2021 e anos seguintes uma demanda que estava prevista para daqui a cinco ou dez anos”, explica o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. “O novo comportamento das pessoas e das empresas também vai exigir maior especialização de profissionais em algumas áreas, criando novas ocupações”, explica ele.

As previsões são feitas com base no Modelo SENAI de Prospectiva, metodologia que permite identificar quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho e as mudanças na estrutura organizacional das empresas em um horizonte de cinco a 15 anos. O trabalho é feito a partir da aplicação de um painel com cerca de 20 especialistas – representantes de empresas e de universidades por setor estudado.

Em seguida, as informações são enviadas aos Comitês Técnicos Setoriais, que elaboram novos perfis e atualizam aqueles existentes. O objetivo é desenvolver competências que se destacarão no futuro devido ao processo de evolução tecnológica e organizacional nos diversos setores industriais brasileiros.

O método é utilizado para embasar as decisões do SENAI sobre a oferta de cursos e seus currículos e já foi transferido a instituições de mais de 20 países na América do Sul e no Caribe. A metodologia foi apontada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como exemplo de experiência bem-sucedida na identificação da formação profissional alinhada às necessidades futuras das empresas.

O trabalho feito de casa, ou home office, que se disseminou durante a pandemia, é uma das tendências que deve impactar o mundo profissional. Algumas empresas já manifestaram intenção de manter pelo menos parte de seus funcionários a distância depois que o Covid-19 for vencido. O que será a realidade permanente para milhares de brasileiros abre um campo de atuação para um novo profissional: o orientador de trabalho remoto.

A previsão é que esse especialista ajude trabalhadores, por exemplo, a se adequar às ferramentas de informática e às rotinas do teletrabalho, assim como deve orientar quanto a medidas para garantir saúde física e mental.

A previsão também é que a educação a distância se aprofunde, pois muitos brasileiros descobriram, devido ao isolamento social, as vantagens e limitações de estudar pela internet. Como a abordagem e os métodos pedagógicos precisam ser diferentes das aulas presenciais, a avaliação é que há espaço para o surgimento da ocupação de desenvolvedor de aulas para educação a distância e online. Além do conhecimento específico, esse profissional deve saber lidar com tecnologias já usadas no ensino, como realidade virtual e aumentada, inteligência artificial e impressão 3D, entre outras.

Maior diversificação e mais infraestrutura

O sucesso das lives de artistas durante a pandemia também deve impulsionar e diversificar o entretenimento online, assim como devem ser expandidas experiências como a telemedicina e as compras online. Esse novo ambiente virtual vai exigir das empresas a utilização de produtos e sistemas tecnológicos mais complexos, com foco na experiência do usuário. Isso deve demandar, prevê o SENAI, profissionais altamente especializados no desenvolvimento de sistemas, programação multimídia, de jogos e ambientes digitais. Devem ganhar espaço no mercado os técnicos desenvolvedores de sistemas, programadores multimídia e o técnico em jogos digitais, entre outros.

Com todo esse novo tráfego na rede mundial de computadores, a expectativa é que seja necessária uma nova infraestrutura de internet no Brasil, que deve se expandir com a chegada do 5G ao país. Por isso, espera-se maior demanda, por exemplo, por profissionais de telecomunicações que desenvolvam e ofereçam soluções de alta conectividade.

A previsão também é que as empresas, especialmente industriais, apostem mais em tecnologias da Indústria 4.0, como automação e digitalização, caso persista a necessidade do distanciamento social, e em internet das coisas (IoT), big data e inteligência artificial devido aos novos hábitos de consumo digital dos brasileiros.

Esse cenário deve abrir oportunidades para novos profissionais como o analista em soluções de alta conectividade, o especialista em análise de grandes volumes de informações (big data) e o especialista em IoT. Deve também ampliar oportunidades de empregos para ocupações existentes, como o técnico em sistemas de transmissões, o técnico em mecatrônica e automação industrial, o técnico em eletroeletrônica e eletricistas. Reforçará ainda a atual necessidade de profissionais que trabalhem com segurança cibernética para evitar ciber ataques, fraudes e roubos de dados.

Um novo profissional

Em um mundo pós-Covid-19, a previsão é que haja reordenamento das cadeias globais de valor e a intensificação das compras online. As empresas vão precisar ter um sistema logístico mais robusto, por exemplo com maior controle de integridade (produtos certos, no momento certo, local, condição de quantidade e ao custo certo) e aumento da transparência (visibilidade da cadeia de suprimentos). Acredita-se que se buscará construir cadeias de suprimentos mais enxutas, ágeis, resilientes e ambientalmente sustentáveis.

Esse cenário abre espaço para profissionais que trabalham com a chamada Logística 4.0, combinação do uso da logística com as inovações e aplicativos de dados em tempo real para se obter mais eficiência e eficácia. O SENAI prevê o possível surgimento do especialista em logística 4.0 para trabalhar no monitoramento da oferta de suprimentos de produção, bem como na identificação da demanda pelos produtos fabricados. Ele precisará atuar ao lado de profissionais de gestão da informação e big data na estratégia produtiva das empresas, desde a compra dos insumos até a distribuição dos produtos.

O aumento da difusão da impressão 3D também poderá influenciar na nova organização das cadeias de suprimentos, pois permite a fabricação local de peças simples, sem a necessidade de um longo processo de compra e espera na importação. Durante o período mais agudo da pandemia, a manufatura aditiva ajudou a suprir a falta de peças e insumos destinados à área de saúde. Diante disso, a projeção que é o especialista em impressão 3D, novo profissional já previsto anteriormente pelo SENAI, deve ganhar mais espaço no mercado de trabalho.

Países importadores de bens essenciais podem passar ainda a estabelecer processos mais rigorosos nos procedimentos de compra, em particular para evitar problemas sanitários. Caso essa tendência se consolide, haverá necessidade de mais profissionais especializados em normas e legislações nacionais e internacionais para orientar a adequação dos fluxos produtivos e dos produtos às possíveis barreiras não tarifárias.

Profissões em alta

O SENAI já oferta cursos que preparam o profissional para as profissões que devem crescer no pós-pandemia. Na lista estão cursos para se aprofundar nas tecnologias digitais: Desvendando a Indústria 4.0, Desvendando a Blockchain, Desvendando o Lean Manufacturing, e Desvendando o BIM (Building Information Modeling). Há também cursos sobre inteligência artificial com aplicações na indústria, e de programação móvel para Internet das Coisas (IoT).

Fonte: Veja

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