22/04/2014
“Posso afirmar isso. Fizemos o esforço de não demitir e seguramos o possível. Mas o tempo que as mercadorias e as carretas e contêineres ficaram parados foi muito longo. No começo do ano que vem ainda estaremos nos recuperando”, comentou. A previsão é de que demore em torno de 60 dias para o transporte de cargas voltar ao normal no Estado, mas os efeitos negativos gerados nas empresas, não.
A Fetramaz (Federação das Empresas de Logística, Transporte e Agenciamento de Cargas da Amazônia) contabilizou que os prejuízos gerados pela greve seriam de R$ 40 milhões em veículos e cargas que deixaram de ser transportadas. No auge da paralisação, 2,7 mil carretas ficaram estacionadas, das quais 1,4 mil somente com insumos, produtos e mercadorias com destino ou origem nas empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus).
Para Paulo Callefi, o “problema da Amazônia hoje é a Suframa”. Os entraves burocráticos gerados pela autarquia e constantes instabilidades pelas quais o modelo passa, como no caso da greve dos servidores e do fim do contrato com a Fucapi (Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica) foram destacados pelo especialista. Callefi esteve em Manaus na semana passada por conta dos preparativos da 2ª TranspoAmazônia, Feira e Congresso Internacional de Transporte e Logística do setor que acontece entre os dias 21 a 23 de maio no Studio 5.
Logística
Callefi destaca também os problemas encontrados nos portos do interior do Estado e nas hidrovias. “Há problemas de logística, sobretudo nos portos do interior que precisam ser revistos. Tem que ser feita a dragagem do rio Madeira e liberação dos contêineres maiores, além da formação de pilotos e equipes para Marinha e navegação fluvial. A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) não pensa em construir eclusas, aí fazem barragens para proteger a energia e acabam prejudicando o transporte aquaviário”, critica.
Apesar das críticas, ainda faz uma avaliação positiva da logística de transporte no Estado. “As empresas privadas vêm segurando as questões [no transporte terrestre] e a situação é tranquila. O sistema aéreo também tem atendido a demanda e não temos problemas”, comenta.
2ª TranspoAmazônia
Os gargalos logísticos e alternativas ao setor de transporte devem ser apresentados na feira que ocorrerá do dia 21 a 23 de maio. O evento contará com pessoas de todas as áreas e modais que buscarão discutir soluções futuras para atender o crescimento da Amazônia. “Estamos nos reunindo com as principais autoridades e fornecedores da logística e transporte que têm referência com a região amazônica, especialmente Manaus”, destaca Callefi.
Entre as atrações será apresentado um dirigível, que pode ser utilizado como alternativa para o transporte. “Será uma das atrações da feira, e estudamos a possibilidade de utilizá-lo no transporte de mercadorias. É mais uma alternativa”, destaca. Além disso, serão realizados debates com especialistas para avaliar a questão logística do Estado, que contará com interação do público. Também será realizado o lançamento do livro “Rios, as Estradas da Amazônia”, que aborda o transporte fluvial no Estado, considerado um dos principais gargalos da região.
Fonte: JCAM