08/05/2014
O economista, José Alberto Machado, explica que o fator determinante para o crescimento das exportações para a Argentina em 2014 é o alto índice televisores sendo exportados para o país em virtude do mundial de futebol. “A Argentina é um dos países mas empolgados com a Copa no Brasil e compra televisores da gente aqui em Manaus. Por isso esses números continuam em alta”. Além dos televisores a venda de motocicletas e celulares para o país também é um ponto forte da ZFM.
A exemplo do que explica o economista as duas principais empresas exportadoras do PIM em 2013 são a Samsung e LG, fabricantes de televisores. A Samsung apresenta um crescimento de 66% e a LG de 71% em 2014. Já a fabricante de motos, Honda, terceira da lista, já apresenta uma queda de 19% em exportações em 2014, acompanhando a tendência nacional.
José Machado explica que a Argentina vive um momento de crise cambial e isso vem fazendo o governo controlar de forma bastante intensa as exportações no país. Segundo o economista após o mundial é provável que as exportações venham a sofrer retração no PIM. “Temos uma série de fatores que tornam isso uma tendência. Além desse controle cambial. Há interesses ideológicos e estratégicos logísticos para a Argentina preferir adquirir produtos da China, que são muitos produtos que fabricamos aqui. Isso deve impactar após o mundial”, comenta.
Além disso o economista lembra que a relação entre a Zona Franca de Manaus e a Argentina é muito frágil, já que o comércio não entra no acordo com o Mercosul. “Nossa produção não entra como produção nacional para eles, por que não é considera do Mercosul por ser uma zona de exceção. Com isso é bem provável que haja oscilações como ocorre frequentemente”, comenta.
Em 2014 as exportações amazonenses para a Argentina somaram US$ 67,5 milhões no primeiro trimestre, o equivalente a 28,83% do total das exportações do PIM. Em 2013 esse número era de US$ 60,4 milhões, equivalendo a 24,64%. Um crescimento de 11,67%. A segunda colocada, a Venezuela tem US$ 27 milhões em exportação contra US$ 38,8 milhões de 2013, um decréscimo de -29,53%. Segundo o economista a diminuição se refere mais a problemas estruturais da Venezuela do que da ZFM. “São duas vertentes. O primeiro é o controle de importação devido à crise econômica do país. O segundo são os exportadores brasileiros que não se sentem a vontade de vender pra Venezuela por que podem não receber”.
José Pereira Machado também reitera que o Amazonas representa muito pouco em termos de exportação para o país, mas que “não fosse essa exportação com o polo, o comércio do Brasil com a Argentina teria diminuído muito mais. Não só pelos televisores mas pelas motocicletas e celulares”, conclui.
Fonte: JCAM