24/09/2014
O mercado de TVs teve destaque no período, com aumento de 39% em vendas em relação a 2013. As vendas de tablets avançaram 43% e o segmento de smartphones teve aumento de 30%. José Guedes, diretor da área de escolhas dos consumidores da GfK, disse que a forte expansão deve-se ao fato de a demanda por esses itens ter se concentrado mais no primeiro semestre neste ano em função da Copa do Mundo.
Tradicionalmente, 60% das vendas dessas linhas são feitas no segundo semestre, mas neste ano a tendência se inverteu. A GfK não divulga projeção de vendas para o mercado brasileiro no ano, mas entidades do setor já informaram prever um cenário fraco para este semestre. A Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) informou que as encomendas do varejo às indústrias estão lentas e a previsão para o ano é apresentar queda real de 4%, ante projeção feita em abril de crescimento de 3% no ano.
Neste mês, a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), que representa o "atacarejo" (redes que vendem no atacado ao consumidor), revisou a projeção de crescimento real de vendas para o ano de 2,5% para 1,5% a 2%. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também reduziu a previsão de crescimento para o ano de 3% para 1,9%.
De acordo com a GfK, no período de janeiro a julho, redes varejistas, como Ricardo Eletro, Walmart, Casas Bahia e Nova Pontocom, apresentaram desempenho mais favorável nas vendas de eletrônicos. As vendas nas grandes redes aumentaram 43%, enquanto em redes especializadas cresceram 13%. As grandes redes passaram a responder por 32% das vendas do setor, ante 27% no ano passado. "O crescimento poderia ter sido mais forte se não fossem os feriados da Copa do Mundo e as incertezas políticas relacionadas à eleição", disse Guedes.
O analista disse que as lojas on-line responderam por 21% das vendas de eletrônicos - índice similar ao de países como Inglaterra (26%) e Alemanha (24%). Guedes disse que, embora as vendas pela internet sejam expressivas, elas não garantem melhores resultados para as varejistas. Isso porque as empresas ainda têm como desafio custos altos de logística e problemas na gestão de estoques, que reduzem a rentabilidade das operações on-line.
A GfK informou ainda que, apesar de o varejo ter um desempenho abaixo do esperado no início do ano, as vendas no Brasil ajudaram a América do Sul a elevar a participação no mercado global de eletrônicos. A região responde neste ano por 8% das vendas mundiais desses produtos, ante 7% no ano passado. A consultoria estima para a América do Sul um crescimento de 8% na receita com vendas de eletroeletrônicos neste ano. Para as vendas mundiais do segmento, a expectativa da GfK é de um incremento de 1% no ano.
Fonte: Abinee