04/09/2014
A planta industrial de Manaus vai produzir medicamentos para os outros laboratórios do grupo, com perspectiva, no curto prazo, de dobrar a capacidade atual. Os ativos farmacêuticos, composto pelas empresas EMS, Germed, Legrand e Novamed, além de CPM e Natures, estão agora sob o guarda-chuva do NC Farma. A EMS, que era a holding para as empresas do grupo, tem sob seu controle ainda a Brace Pharma, sediada Maryland, nos EUA. A Brace é o braço internacional da farmacêutica, que recentemente anunciou duas parcerias - uma com o laboratório francês BioAlliance e o outro com a Iroko Pharmaceutical, dos EUA, para licenciamento de medicamentos inovadores para serem comercializados no Brasil.
O projeto da Novamed aguardava o avanço de outra iniciativa, a BioBrasil, com a participação de laboratórios nacionais como o Aché, União Química e a companhia Hypermarcas. Essa é uma das prováveis explicações para o embargo de gaveta que padeceu junto ao GT-PPB, o Grupo de Trabalho do MCTI e MDIC, que definem os rumos de uma política industrial virtual. A ideia até 2012, era criar a "superfarmacêutica brasileira", com apoio financeiro do BNDESPar, braço de participações do BNDES. As quatro empresas formariam uma joint venture para a criação do laboratório, que será voltado a medicamentos biológicos (desenvolvidos a partir de células vivas). A BioBrasil contava com um aporte de capital de R$ 400 milhões, dos quais metade será financiada pelo BNDES e o restante, pelas quatro companhias. A superfarmacêutica aguardava a definição dos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina que estavam na disputa para abrigar a nova. A criação de uma superfarmacêutica queria reduzir o déficit da balança da saúde, hoje em torno de US$ 11 bilhões, e criar laboratório para competir em inovação.
Outro fator relevante desta alvissareira iniciativa - que enseja uma movimentação de Brasília na direção de amadurecer a inserção da ZFM no sumário da futura, desejável e necessária política industrial, ambiental e de ciência, tecnologia e inovação do País - é o anúncio da diversificação do Grupo NC, com a inclusão da NC Farma, a NC Invest, que buscará novos investimentos, e a NC Par, de acordo com as notícias do setor. Nesta serão agregadas empresas na qual o grupo já tem participação acionária, caso da Bionovis, joint venture entre EMS, Aché, Hypermarcas e União Química para produzir biossimilares. Os negócios de incorporação imobiliária ficam a cargo da ACS. A companhia faz parte de um dos consórcios que foram formados para participar da licitação da Rodovia Nova Tamoios, que liga o Vale do Paraíba ao litoral norte paulista. Quem ganhar a licitação vai ser responsável pelo gerenciamento de toda a rodovia, durante 30 anos, e responsável por sua duplicação no trecho de serra. É importante destacar que a origem deste grupo farmacêutico, a EMS, com sede em Hortolândia, no interior de São Paulo, representa outro diferencial. Líder nacional na produção de genéricos, Sanchez montou um QG em Rockville, a poucos quilômetros de Washington. É lá, perto do gigantesco complexo governamental de pesquisas farmacêuticas National Institutes of Health, onde são investidos 30 bilhões de dólares por ano em novas drogas, que desde julho funciona a Brace Pharma, a qual se reporta a Novamed diretamente, primeira etapa do sonho americano de Sanchez. É o peso do investimento em CT&I.
Além de curioso, vale um registro: o austríaco Vincenz Plorer, executivo responsável pela condução dos avanços em inovação, veio da Novartis, a empresa que antecedeu - há 13 anos - NC para transformar fungos e bactérias da flora amazônica em produtos e soluções de saúde e novos negócios na floresta. A esperança é uma criança. O comitê científico responsável por identificar novos negócios tem nomes como o cientista austríaco Eric Kandel, ganhador do Nobel de Medicina em 2000.
Fonte: DCI