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Três chinesas chegam em 2015

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06/10/2014

Pelo menos três novas unidades fabris chinesas devem compor o PIM (Polo Industrial de Manaus) até o próximo ano. As empresas Welling e GMCC (Guangdong Midea Toshiba Compressor Corporation), integrantes do Grupo Midea Carrier, e mais o Grupo Hisense International CO. Ltda projetam investir cerca de US$15 milhões, com previsão de gerar 20 mil empregos em cinco anos. Em 2013, o capital chinês investido no PIM totalizou US$12,7 milhões, de acordo com dados da Suframa.

Segundo o diretor de departamento de desenvolvimento econômico da Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas), Nilson Pimentel, cada planta industrial representa um investimento de aproximadamente US$ 5 milhões, valor destinado à maturação do projeto no período de 5 anos.

De acordo com o diretor, a projeção de instalação das empresas em Manaus é resultado das visitas feitas pela equipe da Seplan à China durante este ano. Os representantes das indústrias também estiveram na capital amazonense para avaliar o setor fabril. “Estamos na fase de identificação preliminar de propostas para os PPBs (Processo Produtivo Básico) que possam ser adotados em Manaus. Paralisamos as negociações por conta da proximidade das eleições. Após esse período político vamos retomar os contatos”, disse.

O Grupo Midea Carrier fabrica aparelhos, compressores e motores de ar-condicionado. A empresa contempla 13 plantas fabris distribuídas pela China e sete fábricas em outros países. A Carrier emprega 130 mil funcionários. “O grupo pretende trazer a Welling e a GMCC para Manaus com o intuito de adensar a cadeia de ar-condicionados”, disse o diretor.

O grupo Hisense, produtor de TVs de led e oled, ar-condicionado, geladeira, máquina de lavar e celular, estuda instalar linhas de produção de TVs de alta resolução e tablets. “É uma das maiores empresas mundiais no que se refere a equipamentos de áudio, vídeo e de telecomunicações”, comentou. “Dentro dessas ações estabelecemos uma metodologia científica para formatar os projetos que demonstrem viabilidade econômica ao Estado”, complementou.

Além dessas três propostas, Pimentel adianta que a Seplan também estuda a possibilidade de outras empresas chinesas se instalarem em Manaus. Essas produções são voltadas a coletores de lixo, tratores utilizados na agricultura familiar, brinquedos, produtos de plástico, dentre outros. “Esses investimentos representam reforço nas plantas industriais e a criação de pelo menos 20 mil novos empregos no período de cinco anos, que é de maturação dos projetos”, explicou.

Competitivo

Para o consultor, economista e gerente da Profinco (Projetos Financeiros e Econômicos), Hélio Pereira, esses novos investimentos reforçam a tese de que as empresas chinesas são competitivas e fortes concorrentes frente ao mercado brasileiro, mais especificamente o amazonense. “Eles sabem trabalhar, são investidores focados em tecnologia”, disse.

Segundo o consultor, o comércio brasileiro atrai os investidores estrangeiros, principalmente os chineses. Ele conta que no Brasil eles podem oferecer seus produtos a um preço que atenda suas necessidades de mercado. “Eles podem oferecer produtos que contenham tecnologia própria, com boa qualidade e um preço justo para o fabricante. O Brasil é necessitado desses produtos, então, o mercado cresce e isso desperta o olhar do empresário”.

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O PIM conta com vários empreendimentos chineses, entre eles o grupo CR Zongshen, que produz motocicletas da marca Kasinski, a Gree Eletric, que fabrica aparelhos de ar-condicionados, a Traxx, produtora de motocicletas, o Grupo Lenovo, sucessor do Grupo empresarial CCE e a empresa H-Buster. Essas últimas (Grupo Lenovo e H-Buster), neste ano, enfrentaram duras investidas da justiça contra iniciativas administrativas.

Há um mês o MPT 11ª Região ajuizou uma ACP (Ação Civil Pública) às empresas Lenovo Tecnologia (Brasil) Ltda., Cemaz Indústria Eletrônica da Amazônia S.A., Digibras Indústria do Brasil S.A. e Digiboard Eletrônica da Amazônia LTDA., pertencentes ao grupo econômico denominado Lenovo. A ação foi idealizada após a constatação da prática de discriminação no processo demissional de 58 trabalhadores que estavam protegidos por estabilidades garantidas por lei. Eles foram demitidos de uma das empresas do grupo há 2 anos.

O MPT pleiteia, na Justiça Trabalhista, que o grupo empresarial pague uma indenização a título de danos morais coletivo no valor de R$ 100 milhões a ser revertida ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Requer, ainda, uma indenização individual aos trabalhadores prejudicados no valor de R$ 10 mil.

Além disso, o MPT solicitou que todos os trabalhadores demitidos injustamente pelo grupo empresarial sejam reintegrados imediatamente às atividades com todos os salários e vantagens do período de afastamento, sob pena de multa diária de R$ 1,000 mil por trabalhador prejudicado, no caso de descumprimento. As empresas também devem ficar proibidas de demitir empregados em gozo de estabilidade acidentária ou de qualquer natureza.

Por fim, com o objetivo de identificar mais trabalhadores que possam ter sido afetados pela prática da conduta discriminatória, o MPT também solicitou na ACP, que a Justiça do Trabalho determine a apresentação, em Juízo, dos Termos de Rescisão de Contrato de Trabalho das pessoas demitidas de todas as suas empresas nos anos de 2012 e 2013, para que os trabalhadores eventualmente identificados também sejam reintegrados aos postos de trabalho.

No início do ano, a H-Buster, fabricante de televisores, notebooks e aparelhos de som automotivo, em crise desde 2012, quando sofreu uma perda de US$ 40 milhões em matérias-prima, entrou com pedido de recuperação judicial dia 22 de março, na cidade de Cotia, onde fica a sede da empresa. Em Manaus, a chinesa também enfrentou sérias dificuldades para quitar salários e indenizações trabalhistas de mais de 1,6 mil colaboradores e ex-funcionários.

A assessoria de comunicação do MPT confirmou a existência de processos trabalhistas referentes às empresas H-Buster e Traxx da Amazônia Ltda., mas não soube informar quais os principais problemas constatados.

Para o consultor, economista e gerente da Profinco (Projetos Financeiros e Econômicos), Hélio Pereira, boa parte dos problemas enfrentados pelas empresas chinesas que chegam ao PIM são referentes ao descumprimento da legislação brasileira. “Elas não querem obedecer ao que é estabelecido no Brasil e isso atrapalha o processo de desenvolvimento”, explica o economista.

Fonte: JCAM

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