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Transporte fluvial cresce 12,4%

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14/11/2013

Estudo divulgado nesta quarta-feira pela CNT (Companhia Nacional de Transporte), denominado “Pesquisa da Navegação Interior 2013”, revela que o transporte de passageiros e cargas da região Amazônica apresentou crescimento de 12,41% de 2010 a 2012, mas a falta de manutenção das vias, carência de terminais, infraestrutura e mão de obra qualificada prejudica o desempenho do setor.

Em 2010 foram transportados pela vias Amazônicas 45,9 milhões de toneladas, contra 49,2 milhões de 2011, chegando a 51,6 milhões no ano passado. De 2011 para 2012 o crescimento foi de 4,8%. A região é a única a apresentar crescimento e apresenta mais que o dobro de carga transportada que a segunda colocada, a região de Tocantins-Araguaia, com 22,6 toneladas.

O presidente do Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação do Estado do Amazonas), antigo Sindicato dos Armadores, Dodô Carvalho, destaca que o Norte deve viver um boom de desenvolvimento nessa área em 2014, mas que isso só será possível com os investimentos da iniciativa privada. “A iniciativa privada vai levar isso na marra. Vamos ter esse boom por que a iniciativa privada vai empurrar isso e o governo vai ter que começar a se mexer. Estamos no lugar certo”, destaca.

A proximidade com o Mato Grosso, produtor de grãos, principal produto transportado atualmente e a super lotação dos portos de São Paulo e Paranaguá são os motivos apontados. “Temos o pessoal do Mato Grosso que estão próximos, para isso se tornar barato. Com a carga indo por Porto Velho, descendo o Madeira até Itacoatiara. Como pode escoar por Itaituba pelo Tapajós e de lá embarcarmos até Belém. Não há outra solução para o escoamento da carga. São Paulo e Paranaguá estão super lotados. Só temos os portos do Norte”.

Mudanças necessárias


A CNT destaca também as mudanças consideradas urgentes para a região amazônica diante das necessidades encontradas: Dragagem e derrocamento do Rio Madeira, construção de terminal de passageiro e misto intermunicipal em Manaus, Construção do terminal de Porto Velho, Balizamento e sinalização náutica no Sistema Amazonas-Solimões e construção de um terminal de carga em Manaus para o interior.

O Sindarma destaca que o Amazonas sofre com todos os tipos de dificuldades de infrestrutura que precisam ser providas para fazer o transporte satisfatório de cargas e passageiros no Estado. Citando o baixo número de terminais no interior e a falta de funcionabilidade dos que existem.

Indo de encontro aos anseios da CNT, o presidente do Sindarma, Dodô Carvalho, cita os problemas encontrados na travessia do Rio Madeira como um dos gargalos para evolução do setor. “Temos rios com falta de sinalização em suas calhas e falta de dragagem no período que o rio está seco. O Rio Madeira que é um rio com grande movimentação de carga, não tem uma infra-estrutura adequada. A última vez que dragaram o Madeira foi a 8 anos atrás”, criticou.

Falta de investimentos


Segundo dados da CNT, no país, apenas 46,18% das verbas autorizadas para projetos de navegação interior foram investido em melhorias. De acordo com o estudo R$ 5,24 bilhões foram autorizados pelo governo federeal nos últimos 10 anos e os investimentos no setor chegaram a apenas R$ 2,42 bilhões.

Na visão da Sindarma falta “visão e políticas públicas” para alavancar o setor. “O país se voltou completamente ao sistema rodoviário por 50 anos. Só construíram estradas e mais estradas. Nos últimos 5 anos tem focado alguma coisa para o transporte ferroviário. Agora precisamos ter visão para transporte fluvial. É a matriz mais barata e consegue transportar grande quantidade de carga com custo e ganho ambiental forte. Mas falta visão política pública voltada ao transporte fluvial. O que são feitos são coisas pontuais”. Dodô Carvalho cita a falta de fomento e incentivos para exemplificar. “Não existe nenhum incentivo para compra de uma balsa ou empurrador, como existe para comprar um caminhão, por exemplo. Falta fomento para aquisição de embarcações, como faltam outras políticas públicas”.

Mão de obra


A mão de obra precária também é um ponto de grande preocupação para as empresas que trabalham na região amazônica. Consideradas uma das mais atrasadas do país o DPC (Departamento de Portos e Costas) da Capitania irá inaugurar esse mês um Centro de Formação de Fluviários em Manaus. Atualmente só existem dois no Brasil, em Belém e no Rio de Janeiro. As aulas começarão na última semana de novembro.“Isso vem sendo pensado a mais de 3 anos. Não vamos conseguir fazer algo satisfatório no Estado sem uma mão de obra qualificada, e hoje nós não temos isso”, destaca Dodô Carvalho.

Reunião


Uma reunião a ser realizada na Seplan, às 10h de hoje, vai discutir a criação do Marco Regulatório do Transporte Aquaviário no Amazonas. Participarão da reunião a SNPH, Antraq, Arsam, Sindarma, entre outros. Segundo a SNPH (Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias) a lei esta engavetada a mais de 10 anos. A superintendência destaca também que no Brasil não há uma lei específica para o transporte, e que o Amazonas deve ser o primeiro Estado a aderir devido as suas condições geográficas.

Entre outros aspectos, a lei visa regulamentar as licitações para transporte, para saber quem poderá ou não operar, quanto poderá ser cobrado, que tipo de instalação cada embarcação deverá ter. O que pode e o que não pode ser feito dentro de uma embarcação e auxiliar na melhora da fiscalização. A SNPH, destaca também que a ausência da lei emperra o turismo, a organização do transporte para o interior e cita o polo naval do Rio Negro. Segundo o assessor da autarquia, Marinaldo Matos, hoje se opera por decretos. “Porém se torna frágil porque se alguém contestar o decreto vai para o chão”.

Fonte: JCAM

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