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Taxa de rotatividade de vagas é baixa no Amazonas, aponta Caged

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31/05/2019

Reportagem publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

A taxa de rotatividade média de empregos com carteira assinada no Amazonas é a menor da região Norte e está entre as mais baixas do Brasil, conforme números levantados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em abril.

O Estado teve taxa de 3,75 pontos percentuais, sendo acompanhado de perto pelo Amapá (3,77) e ficando bem abaixo da média da região (4,66). No Norte do país, os maiores resultados vieram de Roraima (6,09), Tocantins (6,08) e Rondônia (6,07).

Apenas três unidades federativas em todo o país apresentaram números inferiores ao do Amazonas: Alagoas (3,65), Sergipe (3,45), Distrito Federal (3,49). Quanto maior o número, maior a incidência de substituição de mão de obra e menor o tempo de permanência na vaga.

A média nacional do período foi bem superior e ficou em 4,83 pontos percentuais, sendo que o maior resultado coube ao Mato Grosso (6,93). Entre as regiões, o menor número ficou no Nordeste e o maior veio de um empate entre o Sul e o Centro-Oeste – cada uma com 5,53 pontos percentuais. Nas regiões metropolitanas, a taxa foi de 4,40 pontos percentuais, em média, em uma escala que vai de 3,45 (Belém/PA) a 5,05 (Porto Alegre/RS).

Entre as atividades econômicas do Amazonas, coube à extrativa mineral a menor taxa (0,71). Justamente uma das duas – além de administração pública (4,03) – que apresentou retração no saldo de empregos em todas as comparações, conforme a mesma base de dados: entre março e abril (-0,67%), no ano (-0,33%) em 12 meses (-2,68%).

A maior taxa de rotatividade foi registrada na construção civil (6,70). As construtoras amazonenses criaram 191 postos de trabalho entre março e abril (+0,96%), 930 no ano (+4,85%) e 875 em 12 meses (+4,55%).

Em seguida, veio o comércio (5,19), que avançou na criação de empregos formais na passagem de março para abril (+0,26 e +251 vagas) e em 12 meses (+2,10% e +1.956). Impactado pelo segmento varejista, ficou devendo apenas no saldo do acumulado (-1,86% e 1.811),.

Responsável pela maior parte da geração de postos de trabalho no ano (1.599) e pela maior variação em relação a abril (+0,57%) – graças ao vigor do polo de duas rodas –, a indústria foi um dos cinco setores com taxa de rotatividade de empregos formais (2,73) abaixo da média do Estado.

Serviços (3,55) e agropecuária (3,50) também. Em termos de saldo de vagas celetistas, o primeiro avançou 0,30% na comparação com março (+633 vagas), 1,16% no saldo anual (+2.435) e 2,84% em 12 meses (+5.865). A segunda teve incrementos de empregos no confronto com março (+0,29%) e em 12 meses (+0,21%), embora siga negativa no acumulado do ano (-11,13%).

Migração e exigências

A diretora de Educação e Desenvolvimento Humano da ABRH-AM (Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seção Amazonas), Silvana Aquino, avalia que os índices mais elevados de rotatividade na construção civil e serviços, quando comparados aos da indústria, se devem, em boa parte, ao aquecimento do polo de duas rodas.

“O trabalhador que era da indústria migrou para outras atividades, ou até para o empreendedorismo e a informalidade. Pela minha experiência, quando o PIM aquece, essas pessoas voltam para a indústria, pelas melhores condições de salários, benefícios e, acima de tudo, segurança no emprego. E as empresas conseguem fazer essas substituições, porque o mercado tem muito mais gente disponível do que oferta de vagas”, explicou.

No entendimento da diretora da ABRH-AM, a mudança acelerada do perfil dos empregos e da forma que se trabalha hoje e em futuro próximo, com exigências crescentes quanto à bagagem de conhecimento dos candidatos à vaga, vai impactar também na maior rotatividade da indústria – em um prazo que pode ser de anos ou até de meses.

“A indústria tende a absorver um profissional mais qualificado e que venha com formações de tecnologia digital e com outros idiomas. Isso já está sendo cobrado pelas empresas atualmente, mas a tendência é que seja exigido ainda mais”, alertou.

Contratos temporários

O diretor de Relações de Trabalho do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas),José Carlos Paiva, diz que a alta rotatividade é uma característica do setor, em função do fato da mão de obra não ser especializada e de os trabalhadores encerrarem seus contratos quando as obras acabam.

“O número, inclusive, está abaixo da média histórica. A construção foi a atividade que mais sofreu na crise e a recuperação dos empregos neste ano ainda é tímida, embora possamos destacar que o Amazonas está em alta, enquanto o país está em baixa. Não acredito em uma mudança de rumo para melhor neste semestre. Talvez perto do final do ano, se a Reforma da Previdência passar e não for desidratada”, concluiu.

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