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Taxa de rotatividade de empregos caiu no Amazonas, segundo o Caged

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31/07/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

A taxa de rotatividade média de empregos com carteira assinada no Amazonas caiu entre maio e junho, passando de 3,88 para 3,67 pontos percentuais. A queda não impediu o Estado, que era dono da menor taxa de reposição de empregos celetistas em todo o país, de perder posições no ranking brasileiro.

Embora se mantenha abaixo da média nacional (4,58 p.p.) e da região Norte (4,35 p.p.), a taxa amazonense é agora a quarta menor do Brasil. O Estado ficou atrás de Rio de Janeiro (3,64 p.p.), Sergipe (3,63 p.p.) e Tocantins (3,05 p.p.) – que saltou da última para a primeira posição da lista no mesmo período.

As informações foram extraídas da base de dados mais recente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Quanto maior a pontuação, maior a incidência de substituição de mão de obra e menor o tempo de permanência do trabalhador na vaga.

A média da região Norte caiu de 4,89 para 4,35 pontos percentuais, sendo que o maior número veio de Rondônia (5,78 p.p.). Em todo o país, o número diminuiu de 5,03 para 4,58 pontos percentuais. Novamente, a região Centro-Oeste (5,51 p.p.) ficou com a maior taxa e o Nordeste (4,19 p.p.) com a menor.

A média das nove zonas metropolitanas analisadas mensalmente pelo levantamento do Caged foi de 4,08 pontos percentuais, com destaque positivo para Rio de Janeiro (3,44 p.p.) e negativo para Curitiba (5,02 p.p.).

Setores e empregos

Entre as atividades econômicas do Amazonas, coube à indústria extrativa mineral a menor taxa: 1,01 ponto percentual. O setor amargou os piores números de geração de emprego no período, conforme o Caged. O saldo entre maio e junho foi negativo em 0,40%, elevando o corte de postos de trabalho em 12 meses para 50 vagas.

A maior taxa foi registrada na construção civil (5,68p.p.), mas a atividade desacelerou novamente em relação à sondagem anterior (6,42 p.p.). As construtoras amazonenses criaram 406 postos de trabalho entre maio e junho (+2%), 1.553 em 12 meses (+8,10%), e 1.560 no ano (+8,14%).

A segunda maior taxa (4,77 p.p.) veio do comércio, que pontuou bem na virada de maio para junho, com criação de 297 empregos e alta de 0,31% em relação ao estoque anterior. Em 12 meses, a variação foi positiva em 2,59%, com abertura de 2.419 vagas. Mas o acumulado do ano segue no vermelho (-1,22%).

A agropecuária apresentou o terceiro maior número de turn over (4,41 p.p.), embora bem abaixo do número do mês anterior (6,11 p.p.). A atividade se recuperou entre maio e junho (+0,86%) e criou 33 empregos celetistas. Mas amargou números negativos em 12 meses (-0,83%) e no acumulado do ano (-11,08%).

Em quarto lugar, o setor de serviços registrou taxa de 3,88 pontos percentuais na rotatividade de empregos. A atividade foi uma das três, a lado da construção civil e da indústria, a pontuar resultados positivos nas três comparações do Caged. Avançou 0,15% no mês, 1,37% no ano e 2,79% em 12 meses.

Responsável, juntamente com os serviços, pela maior parte da geração de empregos em todas as comparações, a indústria do Amazonas também esteve entre os setores com taxas mais baixas de rotatividade (2,54 p.p.), abaixo da marca de maio (2,75 p.p.). O setor criou 509 empregos entre maio e junho (+0,51%), impulsionada pelos segmentos mecânico (+410 vagas) e de material de transporte (+129). No ano, a variação foi positiva em 2,70% (+2.616 postos). Em 12 meses, foram geradas 2.127 ocupações (+2,18%).

Comércio e serviços

Para o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, o aumento da rotatividade no comércio se deve à falta de confiança na economia, que leva o setor a sobreviver da demanda ocasional das datas comemorativas.

No caso dos serviços, Frota avalia que o crescimento do turn over se deve à flexibilização das regras trabalhistas – com a substituição de funcionários por prestadores de serviços –, que diminuiu os custos do setor e dinamizou seus resultados.

Indústria e construção

Em depoimento anterior, a diretora de Educação e Desenvolvimento Humano da ABRH-AM (Associação Brasileira de Recursos Humanos - Amazonas), Silvana Aquino, disse que a indústria vem tirando trabalhadores dos setores de construção civil, comércio e serviços, e impactando a taxa de rotatividade destes. E considerou que, embora comparativamente baixa, a taxa de turn over do Amazonas ainda está acima do “desejável” – de 2 a 2,8 p.p.

O diretor de Relações de Trabalho do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), José Carlos Paiva, lembra que a alta rotatividade é característica do setor, em função de a mão de obra não ser especializada e de os trabalhadores encerrarem os contratos junto com o término das obras. E, conforme o dirigente, a queda da taxa decorre de baixo índice de atividade.

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