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Taxa de desocupação acelera no trimestre no Amazonas, diz IBGE

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17/05/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

A taxa de desocupação de Manaus sofreu nova aceleração de janeiro a março de 2019 e passou de alcançou 18,3% para 19,4%, em relação ao trimestre anterior. A cidade teve a maior taxa entre as capitais do Brasil, no extremo oposto de Goiânia (7,20%), que pontuou a menor. Em relação ao mesmo período de 2018, houve acréscimo de 0,4 ponto percentual.

O número foi pressionado pelo corte de 4.000 postos de trabalho, ao mesmo tempo em que a força de trabalho da capital amazonense ganhou mais 10.000 pessoas, no comparativo dos trimestres da virada do ano. Os dados estão na PNAD Contínua Trimestral, divulgada nesta quinta (16), pelo IBGE.

No Amazonas, a taxa passou de 14,4% para 15,9%, entre o quarto trimestre de 2018 e o primeiro de 2019, levando o indicador ao nível mais elevado desde o período de julho a setembro de 2017 (16%). O número de pessoas ocupadas caiu de 1.573.000 para 1.550.000, ao passo que a força de trabalho amazonense aumentou de 1.838.000 para 1.844.000.

O Estado ficou na posição, atrás de Amapá (20,2%), Bahia (18,3%), Acre (18%), Maranhão (16,3%), Pernambuco (16,1%) e Alagoas (16%). As duas unidades federativas do Brasil com as menores taxas do país foram Santa Catarina (7,2%) e Rio Grande do Sul (8,0%).

Já na comparação com o mesmo trimestre de 2018 (13,9%), o Amazonas (+2 pontos percentuais) teve a terceira maior alta no país, sendo superado apenas por Roraima (+4,7 p.p.) e Acre (+3,6 p.p.). Na outra ponta, Ceará (-1,5 p.p.), Minas Gerais (-1,5 p.p.) e Pernambuco (-1,7 p.p.) registraram queda.

A taxa da RM de Manaus subiu de 18,3% para 17,5%, entre o quarto trimestre de 2018 e o primeiro deste ano. Foi a quarta maior taxa entre as Regiões Metropolitanas do país, perdendo para Macapá (20,4%), Grande São Luís (19,7%) e Salvador (18,7%). Os menores números ficaram em Goiânia (8%), Porto Alegre (8,9%) e Florianópolis (9,9%).

Na análise do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, os números refletem o panorama econômico atual, com a indústria e o comércio registrando queda no acumulado do ano, e o setor público sem margem para concursos, contratações e nomeações.

“Na capital e no interior, temos uma massa de trabalhadores que não conseguem se colocar no mercado e outros que procuram emprego pela primeira vez. Mas, a economia não está atendendo a demanda e o cenário futuro não é dos melhores. Será necessária uma retomada econômica muito forte para reduzir a desocupação”, lamentou.

Empreendedores informais

O maior número de pessoas ocupadas (822 mil) no Amazonas é classificado como “empregado”, sendo 514 mil no setor privado e 242 mil no público, além de 66 mil como trabalhadores domésticos. Por outro lado, 550 mil trabalham por conta própria, sendo que 93,10% (512 mil) não possuem CNPJ e estão na informalidade. Já o número de “empregadores” alcançou 41 mil pessoas.

A quantidade de “empregados” e de trabalhadores domésticos caíram 3,7% (854 mil) e 14% (77 mil), respectivamente, em relação ao quarto trimestre de 2018. O número de trabalhadores por conta própria subiu 3,1% (534 mil) na mesma comparação e ficou 8,7% acima da marca do primeiro trimestre do ano anterior (506 mil).

“A boa notícia é que a quantidade de empregos formais ainda é grande. Apesar da maior flexibilidade no mercado de trabalho, a carga tributaria ainda é elevada e, muitas vezes, inviabiliza a formalização dos novos empreendedores. É uma escolha, embora não seja a mais correta. E, enquanto a economia não reagir, não vejo melhora”, ponderou a diretora da ABRH-AM (Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seção Amazonas), Leuza Medeiros.

Sem medidas

Entre as atividades econômicas, a “administração pública e serviços sociais” foi o grupo que apresentou o maior número de pessoas ocupadas no Amazonas (302 mil), com alta 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O comércio (287 mil) veio em segundo lugar, seguido pela agropecuária (266 mil) e indústria (162 mil).

O comércio cortou 10 mil empregos entre os trimestres da virada do ano. Na mesma comparação, a agropecuária ganhou 5.000 vagas, embora tenha perdido 15 mil em relação ao mesmo período de 2018. A indústria, por sua vez, enxugou 13 mil empregos (-7,5%) na virada do ano e 16 mil (-8,8%) no confronto com o primeiro trimestre do ano passado.

“O PIM depende muito da saúde do mercado interno – que não vai nada bem – e não trabalha para exportar, com reflexos nos empregos. Por outro lado, o governo federal já conta com mais de cem dias de gestão e, com exceção da Reforma da Previdência, não há medidas econômicas de destaque para conter a crise e o desemprego”, concluiu o presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Francisco Mourão Junior.

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