19/07/2018
Notícia publicada pelo jornal do Comércio do RS
O tabelamento do frete, medida negociada pelo governo para encerrar a paralisação dos caminhoneiros, pode
aumentar a pressão sobre a inação
ao consumidor este ano. O impacto será especialmente sentido no setor
alimentício. A avaliação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de
Geograa
e Estatística (IBGE), subiu 1,26%, a maior taxa para o mês desde 1995. Os preços do grupo
alimentação e bebidas aumentaram 2,03%, o que resultou numa contribuição de 0,50 ponto percentual para a
inação
do mês. O Ipea espera que os alimentos encerrem o ano 3,93% mais caros, o equivalente a uma
contribuição de 0,62 ponto percentual para o IPCA do ano de 2018, estimado pelo instituto em 4,20%.
É possível que essa previsão seja revista para cima, dependendo do impacto que o tabelamento do frete terá
sobre os custos dos produtores. O encarecimento do transporte pode causar uma pressão maior sobre os
preços dos alimentos e, consequentemente, sobre a inação
do ano, avaliou José Ronaldo de Castro Souza
Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.
A medida provisória que permite o estabelecimento de preços mínimos para os fretes rodoviários foi aprovada
por deputados e senadores no dia 11. Os valores serão divulgados com base em regulamentação da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), levando em consideração custos com o óleo diesel e pedágios. A
medida provisória foi questionada na Justiça, principalmente pelo agronegócio e pela indústria, que criticaram
o aumento dos custos.
Segundo o Ipea, o repique inacionário
de junho teve inuência
de três efeitos da greve de caminhoneiros: o
entrave logístico durante a paralisação; a falta de estoques do varejo e de matérias-primas na indústria; e o
aumento nos custos do transporte derivado do tabelamento dos fretes.
Índice para reajuste de aluguéis tem recuo na segunda prévia de julho
O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), usado no reajuste dos contratos de aluguel, registrou inação
de
0,53% na segunda prévia de julho, taxa inferior ao 1,75% da segunda prévia de junho. Segundo a FGV
(Fundação Getulio Vargas), com a prévia, o IGP-M acumula taxas de inação
de 5,94% no ano e de 8,26% em
12 meses.
A queda da taxa foi puxada pelos produtos no varejo e no atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que
mede o atacado, registrou taxa de 0,52% na segunda prévia de julho. No mês anterior, a taxa foi de 2,24%. O
Índice de Preços ao Consumidor, que acompanha a variação de preços do varejo, passou de 0,99% na segunda
prévia de junho para 0,39% na segunda prévia de julho. Já o Índice Nacional de Custo da Construção, subiu de
0,48% para 0,90%.