03/10/2013
Thomaz Nogueira garantiu que a negociação conduzida pelo relator, deputado Átila Lins (PSD) é boa para o Amazonas, num momento em que "é preciso transigir em relação a outros Estados para se chegar a um consenso que não prejudique o Amazonas". Nogueira abordou, em sua palestra, algumas questões relacionadas ao modelo ZFM e citou números que demonstram a sua importância no contexto regional e nacional.
O superintendente disse, por exemplo, que "o que está na Constituição é a importância da ZFM para a Amazônia e para o Brasil" e não detalhes técnicos. Segundo ele, o fato de Manaus concentrar hoje 52% da população estadual de 1,98 milhão de habitantes é uma realidade que não existe em nenhum outro lugar do mundo com essa proporção. "Manaus, com faturamento de US$ 37 bilhões em seu polo industrial e arrecadação de R$ 9 bilhões, tem atividade econômica maior do que 15 Estados brasileiros", afirmou.
Mas, segundo o gestor, "a primeira parte que nós temos que falar para sociedade brasileira é esta realidade de impacto da Zona Franca de Manaus na manutenção da floresta amazônica".
O superintendente citou ainda números que mostram que o aumento do faturamento do PIM provocou a redução em 73% no desmatamento na última década. Nesse período, a ZFM só gerou superavit de arrecadação para a União.
Sistema tributário
Outro palestrante do dia, o auditor fiscal João Marcos de Souza, vice-presidente da Fenafisco (Federação Nacional do Fisco), fez uma avaliação do sistema tributário atual e das propostas de reforma tributária em tramitação, e disse que um dos graves problemas é a omissão da União em cumprir seus compromissos e acordos. Para ele, muitos projetos são aprovados obrigando os Estados e municípios a pagar mais, sem uma contrapartida da União.
De acordo com o auditor João Marcos, a desoneração de impostos compartilhados, os custos elevados das dívidas estaduais e o não cumprimento de acordos feitos com o governo federal, que não repassa aos Estados o que é devido, são fatores que impedem a Justiça fiscal no país. "Por isso, na reforma tributária alguém vai ter que perder", disse, avaliando que a reforma está sendo proposta "do ponto de vista do governo, não da sociedade".
João Marcos afirmou ainda que a Fenafisco defende uma reforma tributária que seja de acordo com a competência de cada um dos entes federativos. "Se nós tivermos competências específicas para cada um dos entes, pela União, pelos Estados e municípios com competências específicas para os tributos, nós teremos melhores condições de arrecadação, de acompanhamento tributário do legislativo e uma melhor arrecadação e distribuição", garantiu.
Fonte: JCAM