CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Suframa quer PIM exportando além e PPB mais rápido a partir de 2016

  1. Principal
  2. Notícias

04/01/2016

O ano de 2015 foi de quedas consecutivas na produção e aumento na taxa de demissões do Polo Industrial de Manaus (PIM). A crise no mercado financeiro afetou todos os segmentos, prejudicando ainda mais o setor de Duas Rodas, que acumula números negativos há três anos. À frente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) desde novembro, Rebecca Garcia conversou com o G1 sobre os desafios e planos de incentivos que a autarquia terá em 2016. Ela destacou que alguns dos principais pontos para o novo ano é repensar o modelo da Zona Franca (ZFM) para a exportação, e o grau de prioridade do Processo Produtivo Básico (PPB) em Brasília.

Segundo a superintendente, em 2016, a ZFM precisa buscar alternativas para o escoamento da produção, uma vez que o modelo originalmente implantado foi pensado para abastecer o mercado consumidor interno do país.

"Desse modo, se o padrão das famílias brasileiras cai, automaticamente a indústria de Manaus cai, quase na mesma proporção. É o que não acontece com segmentos que trabalham bem a exportação, que foi algo que nosso modelo não desenvolveu", disse.

Em um primeiro momento à frente da administração da autarquia, a superintendente se reuniu com Armando Monteiro, titular do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), sindicatos, representantes de classe e a Federação da Indústria do Amazonas (FIEAM) para estudar alternativas de modelos e ideias contra a crise nos mercados.

"Estamos vivendo uma crise inegável no país, mas não será a primeira e nem será a última. Independente de quem está o governo, o que nós precisamos é construir uma indústria fortalecida para enfrentar esse novo momento possível, de modo que, se acontecer de novo, venhamos a sentir com menos impacto esses efeitos de crise", ressaltou.

De acordo com Rebecca, a ZFM pode ser uma grande parceira da Panamazônia e da América Latina, com possibilidades de relacionamentos comerciais bilaterais. "Percebemos parcerias em potencial com o Peru e a Colômbia, que estão com suas economias fortalecidas, e, também, uma possibilidade de comércio bilateral com o México. Nós queremos construir condições de competitividade para um modelo de exportação".

A logística seria um dos principais desafios para o novo modelo de exportação, destaca Rebecca, porém, a questão cambial atual seria um fator positivo. "A logística não nos beneficia, mas alguns anos atrás a questão cambial nos inviabilizava. Atualmente, a questão cambial nos torna mais competitivos, ainda com dificuldades. Já é possível falar em exportação por conta do momento em que vivemos. Temos que ter uma política de incentivos com esses países mais próximos para que a gente possa vir a ter uma segunda possibilidade de escoamento da produção".

Setor de Duas Rodas

Um dos setores mais consolidados no PIM, as motocicletas seriam os produtos ideais para se exportar, segundo avaliação da superintendente. Porém, o setor vem acumulando números negativos desde 2012. Em 2016, a autarquia tentará melhorar as opções de crédito para aquecer o mercado.

"A crise afetou o mercado por parte dos consumidores e o crédito abalou diretamente as vendas do polo de duas rodas. A equipe técnica da Suframa fez um estudo direcionado ao setor para levantarmos possibilidades de crédito para o mercado. Encontramos essa possibilidade, que seria o Fundo de Amparo ao Trabalhador [FAT]. Esse fundo é usado para desenvolvimento de empreendimentos e poderia ser usado nas vendas a mototaxistas e entregadores. Queremos, também, aquecer o mercado com esse plano", explicou.

Outra preocupação do setor, destaca Rebecca, seria consolidar empresas terceirizadas para fortalecer a cadeia que fornece para o polo de Duas Rodas. "Vamos enxergar o que está mais forte dentro desse segmento, como, por exemplo, o polo de estamparia. Vamos dar mais força para que ele se consolide cada vez mais. Para fortalecer a cadeia precisamos, também, fortalecer a ponta".

Na segunda quinzena de janeiro, a autarquia tem uma reunião com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) para reunir os dados levantados pelas duas entidades. "É o setor que temos mais preocupações, pois sabemos que ele é referência mundial. Por isso, pensamos em uma política de parceria com o Governo Federal para que possamos encontrar incentivos, senão para todos os produtos da ZFM, mas, pelo menos, para produtos que só são fabricados para dentro do país e que tem possibilidade de se beneficiar da exportação", disse.

Desafios e planos para 2016

Para o primeiro trimestre do ano novo da autarquia, Rebecca listou as prioridades que, segundo ela, foram elencadas desde que assumiu a gestão da Suframa. Os quatro principais tópicos são o reajuste do salário dos servidores; a recuperação da infraestrutura do Distrito Industrial; o fortalecimento dos processos produtivos básicos (PPBs) e a criação de um projeto de política industrial em longo prazo.

O reajuste dos servidores, de acordo com a superintendente, é uma questão que já foi encaminhada para a Casa Civil, da forma combinada com os servidores. "É uma etapa vencida", assegura Rebecca. A recuperação das ruas do Distrito Industrial da capital, questão que vem sendo adiada há anos, encontrou problemas para resolução.

"O meu entendimento, assim que assumi, foi que a Suframa poderia se envolver e resolver esse problema. Mas o que encontrei foi uma notificação do Ministério Público que dizia que o Distrito é um bairro de Manaus e a obrigação de asfaltar é da Prefeitura. Essa notificação nos proíbe de fazer, inclusive, convênios para obras. É a demanda principal de todos com quem você conversa no Distrito e tem atrapalhado nossa produção, pois afasta investidores em potenciais. Queria ir um pouco além, mas nesse sentido não poderei avançar", declarou.

Uma questão classificada por Rebecca como pendente são as PPBs, que é o conjunto mínimo de etapas que caracteriza a industrialização e precisa ser realizado para que uma empresa possa fabricar determinado produto com benefícios fiscais. De acordo com a superintendente, de novembro até dezembro, quatro novos PPBs foram aprovados.

"Conseguimos aprovar para um smartphone, um para cabos, um para equipamentos de Pilates e um de uma máquina de fazer suco. Conseguimos também alterar outros PPBs que estavam em trâmite. Se eu pudesse indicar uma forma mais rápida para atrair investimentos é a aprovação desses processos, que se dá por meio do Ministério da Indústria e o de Ciência e Tecnologia. Conseguimos aprovar muitos, mas algo como a luminária de LED, que geraria grande impacto na nossa indústria ainda não foi discutido. Vamos trabalhar em 2016 para levar argumentos aos ministérios e botar as PPBs como prioridade", afirmou.

Política Industrial

A criação de um projeto de política industrial em longo longo prazo para o PIM e para a Zona Franca Verde é outra questão que vai entrar na pauta de 2016. De acordo com Rebecca, a indústria do estado não pode trabalhar com períodos curtos de planejamento.

"Precisamos pensar onde queremos estar nos próximos 20 anos, se é abastecendo a América Andina, ou o México, ou a Europa com o nosso mercado regional. Vamos nos debruçar nesse primeiro trimestre para construir uma política industrial que poderemos deixar como legado. A equipe técnica da Suframa é extremamente competente para realizar esse feito", garantiu.

Fonte: G1.com

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House