03/12/2014
No calendário anual do CAS estão previstas para acontecer seis reuniões bimestrais nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro. Porém, segundo informou a autarquia por meio da assessoria de Comunicação, o ano foi atípico com diversas paralisações motivadas pelos servidores da Suframa e seus pleitos, negociados de janeiro a maio, quando aconteceu a 266ª reunião do CAS, a primeira em 2014.
Já prevendo os efeitos da Copa do Mundo no rendimento das atividades realizadas nos órgão públicos, fez com que a 267ª reunião do CAS acontecesse em julho. Também como forma de adequação do calendário do conselho e minimizar os prejuízos com a evidente redução de investimentos no PIM.
Em agosto, logo após ser aprovada a prorrogação dos incentivos fiscais da ZFM por mais 50 anos, foi realizada a 268ª reunião do CAS a terceira do novo calendário. O próximo encontro dos conselheiros da Suframa com os representantes dos diversos setores da Indústria, Comércio e Agropecuário, presidido pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) deveria acontecer em outubro, foi adiado por conta das eleições gerais.
Mais uma vez a autarquia está repleta de indefinições, começando pelo pedido de exoneração feita pelo superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, já acatado pelo Mdic e pelo estado de greve deflagrado no dia 25 de novembro pelos servidores da autarquia. A 269ª reunião do CAS aguardada por definição de agenda do secretário-executivo do Mdic, Ricardo Schaefer, que vive um momento de transição da equipe ministerial.
De acordo com o Mdic, o adiamento da reunião do CAS aconteceu em função da greve dos servidores da Suframa, porém está prevista para acontecer ainda em dezembro. O secretário-executivo, Ricardo Schaefer, assumiu as tratativas da greve diretamente com o Ministério do Planejamento e o Sindframa.
Em paralelo houve uma mudança ministerial saindo Mauro Borges para dar lugar à Armando Monteiro Neto, senador pelo PTB de Pernambuco e ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O ministro Mauro Borges permanece à frente da pasta até a conclusão da transição e formação da nova equipe, anunciou a presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira (1).
Segundo o presidente do Sindframa, Anderson Belchior, durante o estado de greve os servidores não paralisam suas atividades imediatamente. "Nós faremos várias mobilizações, mas a greve pode ser deflagrada a qualquer momento", disse. Para que a greve aconteça será necessário convocar uma nova assembleia para colocar em votação a paralisação.
As entidades que trabalham com a Suframa, como a Fieam, Fecomércio, Cieam, os ministérios envolvidos com a autarquia e toda a sociedade, deverão ser notificados no prazo de 72 horas para que se preparem para a greve por tempo indeterminado, caso tenha decisão favorável. "Neste momento nós estamos em estado de greve, ou seja, paralisações acontecerão e movimentações políticas também", avisou Belchior.
Perda de autonomia
O líder sindical ainda chamou a atenção para a perda de autonomia em que vive a Suframa. "A base parlamentar do Amazonas e dos outros quatro Estados que fazem parte da Zona Franca de Manaus precisam acordar para a desmobilização e o desmantelamento da Zona Franca principalmente da Suframa", alertou.
No dia 25 de novembro os representantes da Suframa foram surpreendidos com uma publicação no DOU (Diário Oficial da União) em que a Receita Federal estaria usurpando a competência da Suframa, propondo fiscalizar PPB (Processo Produtivo Básico) na entrada de insumos no PIM. "O que vai de afronta ao decreto-lei 288, à Portaria 170, à tudo que nós já ouvimos sobre as leis que falam à cerca de PPB, a Receita Federal ser arvorou e através de entendimentos próprios disse que a partir de um determinado momento vai fazer a fiscalização de PPB", alertou.
Ainda segundo Belchior, no caso da Receita Federal entender que um insumo importado não faz parte de um PPB, o II (imposto de Importação) poderá ser taxado e a empresa perderá o incentivo e a competitividade garantida pela ZFM. "Isso é um desrespeito à legislação, porque quem tem competência exclusiva de fiscalização de PPB é a Suframa, ou seja, há sim um movimento do Governo Federal de desmantelamento da Suframa e um desrespeito à Zona Franca de Manaus", concluiu.
Fonte: JCAM