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Suframa depende de definição da presidente Dilma

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18/11/2014

Ao retornar de Brasília, onde participou durante toda a semana passada de reuniões operacionais com os ministérios que hoje gerem a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Gustavo Igrejas falou pela primeira vez com o Jornal do Commercio após assumir interinamente o posto de Superintendente da autarquia.

Servidor de carreira da autarquia, Igrejas esclareceu que sua condução ao cargo máximo na Suframa aconteceu por hierarquia, não tendo sido oficialmente nomeado pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio E xterior). E le acredita que o órgão máximo da Zona Franca de Manaus poderá ficar sem um superintendente efetivo até o início do novo mandato da presidente Dilma Rousseff, que inicia em 1º de janeiro de 20 15.

Além disso, Gustavo Igrejas destaca que na próxima sexta-feira (21) uma reunião entre o Mdic e o Sindframa (Sindicato dos Servidores da Suframa) discutirá as reivindicaçõ es dos funcionários federais que, desde de o fim do mês de outubro, estão em indicativo de greve.

Jornal do Commercio - Sr. Gustavo, qual serão as suas prioridades à frente da Suframa?
Gustavo Igrejas - É preciso esclarecer uma coisa que eu acho que não está muito clara para a imprensa: eu não sou Superintendente interino. Não fui nomeado Superintendente interino. O (ex-superintendente) Thomaz (Nogueira) no dia 4 de novembro pediu exoneração do ministro (Mauro Borges) e foi exonerado oficialmente no dia 10. Eu, como era o primeiro na portaria de substituição passei a ocupar o cargo. A Suframa passou por um período de transição nos últimos dois anos, entre 2013 e 2014. Algumas coisas complicadas como a finalização do processo de terceirização de servidores. Havia servidores com muitos anos de casa, experientes, que tinham muito conhecimento sobre as coisas que a Suframa faz. Esses servidores tiveram que sair. Os órgãos de controle há muito tempo cobravam que a terceirização não poderia continuar. Isso foi feito em março de 2013 e os novos servidores só entraram agora em julho de 2014. Isso fez com que nós ficássemos durante muito tempo com a mão de obra reduzida e de julho para cá a Suframa passou a se rearrumar. Houve um período de treinamento para os novos servidores. Então a principal preocupação que a superintendência tem hoje é de manter a máquina funcionando. A grande preocupação hoje é voltar a ter aquela excelência de operações que a Suframa sempre teve e sempre foi muito elogiada. Para isso temos um trabalho interno muito grande. Alguns contratos internos estão vencendo até o fim do ano. A nossa preocupação full time é fazer uma transição dos sistemas informatizados de uma empresa terceirizada para outra e tudo isso gera preocupações imediatas. Mas a principal é que a máquina não pare.

JC - Então hoje a Suframa não tem um Superintendente?
Igrejas - Hoje em dia não temos um superintendente nomeado. Pode ser o Gustavo, mas isso depende da presidente da República. Deve passar pelo novo ministro do Desenvolvimento, que ainda também não está escolhido, e pelas forças políticas do estado

JC - E já existe alguma sinalização do Governo Federal?
Igrejas - Não tem como falar se sinalização porque o ministro do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) Mauro Borges já entregou sua carta de demissão. Os ministros entregaram os cargos à presidente, que deve fazer uma reforma ministerial. Então hoje é difícil apontar (um nome). Algumas entidades reclamam que “o Superintendente novo não visitou”, mas a verdade é que o cargo de Superintendente está vago.

JC - O senhor acredita que permaneça assim até 31 de dezembro?
Igrejas - Pode ser até 31 de dezembro... Isso já aconteceu. A (ex-superintendente) Flávia (Grosso) pediu exoneração no dia 7 de outubro e o Thomaz (Nogueira) só assumiu em 10 de janeiro. Então foram três meses depois. Enquanto isso o Oldemar Ianck, que era o Superintendente Adjunto, ficou em exercício. Talvez o meu caso tenha sido diferente porque foi feito o anúncio durante uma reunião com o Sindicato dos Servidores da Suframa lá em Brasília, e o ministro Mauro Borges aproveitou a ocasião e, junto do a senadora Vanessa Grazziotin, anunciou meu nome para substituir o Thomaz.

JC - Ao mesmo tempo que a Suframa tenta arrumar a casa, alguns fatores externos podem ameaçar o modelo ZFM, como a Zona Franca do Semiárido Nordestino – cujo projeto tramita na Câmara Federal. Como a Suframa vê este problema?
Igrejas - Esse é dos assuntos que ainda não me trouxeram, mas de qualquer forma a ZFM tem prerrogativas constitucionais. Nós temos o direito de ter essa diferenciação.

JC - Uma das principais críticas do superintendente Thomaz Nogueira ao deixar o cargo foi com relação à uma possível falta de autonomia da Suframa. O senhor também sente essa dificuldade?
Igrejas - Acho que não cabe a mim fazer essa discussão. Acho que esse é um assunto muito polêmico e não cabe a mim responder isso.

JC - Como estão as negociações com os servidores da Suframa que estão com indicativo de greve?
Igrejas - Vejo uma grande dificuldade porque primeiro eu sou servidor da casa e apoio integralmente as reivindicações de aumento salarial. Pelo trabalho que a Suframa faz e pela importância que ela tem, não tem cabimento nós ganharmos – nós fizemos um cálculo – a 150ª carreira em salários do Governo Federal. Isso não tem cabimento. Então, primeiro a reivindicação é completamente pertinente. A dificuldade é que fizemos toda uma negociação durante este ano. Teve uma manifestação em fevereiro, foi criado um grupo de trabalho com o Mpog (Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão) e o Mdic e alguns pontos avançaram. Na próxima sexta-feira (21) haverá uma reunião de fechamento deste grupo de trabalho no qual vai ser dado um direcionamento. Espero que este direcionamento seja na direção de dar uma solução final que vai passar necessariamente por uma reestruturação do plano de cargos e salários da Suframa e também da organização como um todo, envolvendo organograma e atividades. Inclusive temos que fazer uma adequação do organograma da Suframa, da estrutura da Suframa, à nova realidade com mais 50 anos pela frente.

JC - Isso foi discutido na reunião desta semana, em Brasília?
Igrejas - Temos conversado bastante sobre assuntos operacionais por enquanto. Em relação à questão do sindicato tivemos uma reunião no dia 5, quando foi anunciado pelo ministro que eu ficaria interino. De lá para cá houve uma conversa do secretário executivo do Mdic com o presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa, na sexta-feira, justamente para marcar a reunião da próxima sexta, da qual eu espero que saia um encaminhamento favorável.

JC - A expansão da ZFM para os municípios da Região Metropolitana de Manaus também entra na pauta de discussões com os ministérios?
Igrejas - Esse assunto por enquanto não está caminhando em Brasília. Considero um assunto importante, um assunto que recebeu críticas injustas porque quem é contra a Zona Franca de Manaus acaba entendendo que extensão para a Região Metropolitana vai ter um poder de atração de investimentos maior. Hoje eu acredito que não é isso que vai ter esse poder de atrair investimentos. As empresas não deixam de vir aqui por falta de espaço; nós temos espaço, em Manaus, para novas empresas. Então acredito que este é um trabalho da nossa bancada. Da mesma maneira que a bancada conseguiu brilhantemente a prorrogação por mais 50 anos, vai conseguir também colocar este assunto em pauta.

JC - O senhor acredita que a prorrogação foi suficiente para trazer de volta a atratividade do modelo?
Igrejas - A gente não chegou a sentir uma redução muito forte, mas chagamos a ter uma diminuição, nos últimos tempos, na questão dos projetos. Existem algumas conversas pontuais com algumas empresas nas quais a gente percebe um novo horizonte. As próprias empresas estão fazendo novos planejamentos agora considerando que agora são 50 anos pela frente, já que tínhamos apenas mais 10 anos. Agora temos mais 59 anos.

JC - Diante de todo estes cenários o que será feito até 31 de dezembro?
Igrejas - O Thomaz já vinha comandando um processo de reestruturação, mas para este fim de ano alguns desafios muito fortes ficaram em relação a vários temas internos. Eu ficaria bastante satisfeito se chegarmos até 31 de dezembro com a Suframa “nos trilhos”, sem nenhum percalço, nada que as empresas reclamem de paralisações. Que nós tenhamos nossa reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa) em dezembro, que projetos sejam aprovados e que a gente tenha um fim de ano sem sobressaltos.

Fonte: JCAM

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