05/12/2013
A questão ambiental foi levantada com uma pergunta ao governador Confúcio Moura, sobre como desenvolver a região com a floresta em pé. “Para isso é preciso oferecer opções. Neste ponto, posso dizer que a Zona Franca de Manaus é o mais bem sucedido projeto ambiental da Amazônia”, disse, ao lembrar que, mesmo sem ser o objetivo de sua criação, a ZFM acabou sendo a opção para afastar a população da exploração da floresta. “O Amazonas garantiu 95% de preservação”, observou, lembrando que, a partir da opção posta, agora se deve trabalhar com pesquisa para exploração racional dos recursos da biodiversidade.
Paulo Massuia lamentou que muitos cientistas que poderiam apoiar esta pesquisa acabem saindo do Norte por falta de apoio. “Não se cumpre a Lei de Inovação que diz que 30% dos recursos devem ser aplicados no Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, apontou o secretário de Tocantins. “A pesquisa é fundamental para o desenvolvimento”, completou.
Simão Jatene defendeu que o marco regulatório da Amazônia seja revisto. “Hoje se valoriza a posse de grandes extensões de terra, mas é preciso valorizar não a área em si, mas o que tem nela. Precisamos trabalhar uma tripla revolução: de conhecimento, de produção e gestão governamental", explicou o governador do Pará.
CBA
A gerente da Natura reforçou que ninguém mais duvida que a vocação da região é investir na biodiversidade, mas lembrou que muitas iniciativas já existem e o que falta, na verdade, é dar voz a tudo isso. “É preciso que alguém junte as pontas, monte as cadeias produtivas. A Amazônia tem tudo para ser o Silicon Valley da biodiversidade, uma referência para o mundo nesta questão, só falta articular”, disse Renata Puchala.
Em sua fala, Thomaz Nogueira lembrou que o Centro de Biotecnologia da Amazônia é o caminho para essa integração e 2014 pode ser um marco para a Economia Verde no Brasil.
“Temos pesquisadores de altíssimo nível, laboratórios modernos e tudo que se faz ali é aplicado, com foco no mercado. É a grande saída para a economia verde do Norte, mas lhe falta personalidade jurídica”, falou o superintendente, lembrando, porém, que a definição desta personalidade precisa sair este ano. “O CBA é muito bom, por isso todos querem gerenciá-lo e ocorrem discussões que atrasam a definição de sua personalidade, mas está claro que uma resposta não pode ficar para o ano que vem e o governo sabe disso. Qualquer solução é melhor que nenhuma solução”, disse. “"Falou-se aqui que o maior desafio é transformar pesquisa em patente, em dinheiro, e esse foco o CBA já tem”, resumiu.
Renata Puchala apontou uma série de parceiros da Natura no desenvolvimento de pesquisas na economia verde e encerrou o Fórum reforçando que está claro que a região já tem as condições para crescer neste setor. “Se fomentar, existe”, resumiu sobre a questão das pesquisas para tirar da natureza, preservada, ativos para desenvolver a região.
"Conseguimos um primeiro passo, que foi a ZFM, que ofereceu uma alternativa para deixar a floresta em pé, como frisou o governador Confúcio Moura. Conseguimos o segundo, que foi a criação do CBA para mostrar como lucrar com esta floresta preservada. Agora é hora das empresas usarem esse ativo - e algumas já estão fazendo isso muito bem", encerrou Thomaz Nogueira, citando a Coca-Cola Company, que acabou de lançar um novo suco de açaí com banana, cujas pesquisas sobre o aproveitamento do fruto foram realizadas pelo CBA.
Fonte: JCAM