22/06/2015
"Esta situação já ocasiona prejuízos porque as cargas ficam paradas e comércio e indústria começam a ficar desabastecidos", informou a Superintendência ao DCI. A estimativa local é que mais de mil carretas com mercadorias estão paradas à espera de liberação.
A paralisação começou no dia 22 de maio em protesto contra a decisão do governo federal de vetar a medida que revê o plano de carreira dos funcionários do órgão.
Ao todo, são 14 unidades da Suframa que estão paradas em cinco estados: Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.
Ainda de acordo com a Suframa, a prioridade de liberação das cargas pelos funcionários está concentrada em torno de medicamentos, produtos perecíveis e equipamentos médicos. "O restante acaba ficando parado", informou a assessoria de imprensa da autarquia ao DCI.
Principalmente o segmento de motocicletas de alta cilindrada - que importa parte importante dos componentes - pode ser afetado com a paralisação dos trabalhadores, no momento em que o mercado duas rodas depende do crescimento vindo deste negócio.
A fabricante britânica Triumph informou que, até o momento, "a produção continua normal". A montadora admitiu, entretanto, que se a paralisação persistir, por exemplo, até o fim de julho, poderá ter reflexo na produção de um novo modelo de motocicleta. "A fabricação das motocicletas na Zona Franca de Manaus pode ficar comprometida", segundo a empresa.
A Honda, líder do mercado brasileiro de motos com mais de 80% de participação, também tem uma parte das peças importada principalmente no segmento de alta cilindrada. A empresa informa que possui estoques para pelo menos 30 dias, mas que "após esse período, a produção pode começar a ser afetada", destaca.
A montadora japonesa acrescenta ainda que, durante o mês de julho, a produção irá parar durante 10 dias úteis como parte das férias coletivas programadas para o exercício de 2015. Com isso, a montadora "espera que o funcionamento da Suframa já tenha sido normalizado".
Recentemente, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) ingressou com um mandado de segurança para que o órgão estadual fizesse a vez da Suframa, porém, a medida foi suspensa.
Diante do cenário, as empresas locais que dependem da importação, em maior ou menor grau, têm visto seus estoques de insumos diminuírem e até algumas companhias que fornecem para a região estariam receosas em mandar cargas, sem saber se chegarão ao destino.
Sem perspectiva de terminar, representantes da Suframa acreditam que a greve estará suspensa caso a presidente Dilma Rousseff derrube o veto no Congresso.
Fonte: DCI