09/06/2017

Reportagem publicada no portal Brasil Norte de Comunicação (BNC)

A preocupação manifestada por setores do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) no final de maio tinha fundamento. Nesta quarta, dia 7, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) confirmou o cancelamento da 9ª edição da Feira Internacional da Amazônia (Fiam).

A coluna Follow-Up, do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, desta quinta, é quem informa que a Suframa tomou a decisão a contragosto diante da indefinição de recursos do governo federal para a realização do evento, que é a maior vitrine de produtos e negócios da indústria da região.

O Cieam afirma que apoiou a decisão diante da realidade e do “retrato em branco e preto do cinquentenário da Zona Franca de Manaus”.

E não poupou críticas ao governo federal por contingenciar recursos que são recolhidos pela Suframa e que, por lei, pertencem ao modelo de desenvolvimento da região Norte:

“Faltam recursos, vírgula, eles continuam sendo recolhidos e seriam suficientes para este fim”, diz trecho da coluna.

Em nota seguinte, com o título “Compromisso, obstinação e resistência”, a coluna reforça a indignação com o procedimento histórico do governo federal de contingenciar as riquezas geradas pela ZFM, modelo criado para amenizar desigualdades regionais do Brasil.

“Esses recursos da Suframa são confiscados pela União na ordem de 80% desde que foram constituídos”, afirma a Follow-Up.

E nesse particular lamenta que, com o cancelamento da Fiam, o debate que aconteceria hoje sobre os 50 anos da ZFM também foi suspenso.

Para o Cieam, esta seria uma boa oportunidade para a ZFM fazer uma prestação de contas “com a participação de todos aqueles que torcem o nariz para os incentivos destinados ao Norte do país”, que representam apenas 13% de toda a renúncia fiscal do governo.

Ao final, considera a entidade das indústrias do Amazonas que o cancelamento da Fiam foi um ato de coragem da Suframa no contexto de um “país à deriva”.

O ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Marcos Pereira (PRB), pasta a que está subordinada a Suframa, enfrenta acusações de crimes no âmbito da operação Lava Jato, delatado que foi pela JBS.