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Somados, salários e benefícios são 6,4% do faturamento da indústria da Zona Franca

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24/03/2014

Em 2013, os salários de 113 mil trabalhadores diretos do Polo Industrial de Manaus (PIM), com os benefícios e encargos, foram pagos com apenas 6,4% do faturamento às empresas incentivadas. Enquanto isso, a receita total das companhias, que exclui gastos operacionais, como o de compra de insumos, chegou a 54,1% do montante faturado, segundo informações do último Indicador de Desempenho Industrial, elaborado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

No mesmo ano, as indústrias instaladas em Manaus economizaram R$ 5,027 bilhões com o crédito do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), benefício que está em vias de ser prolongado por mais 50 anos, com a aprovação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 506/2010. Já o gasto com mão de obra foi de R$ 5,346 bilhões, com salários abaixo da média nacional em diversas categorias.

Segundo dados do Salariômetro, ferramenta que utiliza os dados fornecidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para definir médias salariais pagas por Estado, a média de rendimento de um montador em série, em fevereiro deste ano, era de R$ 1.077 no Brasil. Em São Bernardo do Campo, cidade industrial localizada na região Metropolitana de São Paulo, este ganho chegava a R$ 1.288. No Pará, o salário médio era de R$ 885. No Amazonas, a média foi de R$ 855.

No caso de operadores de linha de montagem, a média nacional foi de R$ 1.090, enquanto a estadual ficou em R$ 903. Entre os apontadores de produção, responsáveis pela verificação de qualidade, o ganho médio no Brasil foi de R$ 1.081, em fevereiro, e de R$ 1.060, no Amazonas.

Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, esta distorção entre os valores é minimizada pelo pacote de benefícios oferecidos pelas empresas do PIM que, segundo o representante, é superior aos oferecidos em outros Estados.

“Se pegarmos todos os benefícios oferecidos, somarmos ao salário que o trabalhador recebe, e comparar com essa média nacional, você verá que o trabalhador do Amazonas tem um custo acima do que em outras regiões, e não fica restrito apenas ao que ele recebe como salário”, disse.

Segundo explicou Périco, parte dos benefícios, como a concessão de plano de saúde, transporte e alimentação, são atrelados como contrapartida para a concessão dos benefícios fiscais. Já benefícios como auxílio creche e auxílio educação, foram forjados com base na negociação entre empresas e trabalhadores.

De acordo com os Indicadores da Suframa, no ano passado, o gasto das empresas do PIM com o pagamento de encargos e benefícios foi 17% superior ao valor gasto com o pagamento de salários.

O presidente do Cieam ressalta que é preciso levar em consideração, ainda que o reajuste salarial de todas as categorias industriais do Estado tenham recebido aumento acima da inflação há 11 anos. De fato, entre 2012 e 2013, o aumento no salário médio foi de 7,74%, enquanto o indicador utilizado para as correções salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), fechou agosto, mês onde encerram-se as negociações das datas-bases da indústria, com aumento de 6,06%. Sendo assim, houve ganho real de 1,68%.

Em 2012, o salário médio pago pelas empresas do PIM era de R$ 1.679. No ano passado, esse valor passou para R$ 1.809. A média considera o meio termo entre os valores pagos a todos os trabalhadores, desde os profissionais de chão de fábrica aos grandes executivos das empresas.

Segundo dados de 2011 dos Indicadores da Suframa, naquele ano, o salário médio pago pela indústria incentivada era de R$ 1.552. Entretanto, 60% da massa de trabalhadores recebia entre 1,5 e dois salários (de R$ 817 a R$ 1.090, pelo mínimo de 2011, que era de R$ 545).

A reportagem do Portal D24AM solicitou à Suframa dados sobre o número de trabalhadores por faixa salarial em 2013. Mas, devido à greve dos servidores da autarquia, que também afetou os serviços de assessoria de comunicação e de estatística, não foi atendida.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon/AM), Marcus Evangelista, a composição maciça do quadro de funcionários por trabalhadores que recebem salários menores é um fato em todas as indústrias do mundo. Mas isso não deve diminuir a importância do modelo Zona Franca de Manaus para a economia e o desenvolvimento regional.

“Esta análise, insinuando que os benefícios não valem a pena em número de empregos, não é valida. Pois temos aí boa parte dos empregos do Estado gerados diretamente e indiretamente pela indústria incentivada. Por isso, o PIM ainda é o maior criador e propulsor de empregos”, observa.

Fonte: Portal D24am.com

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