08/06/2020

Fonte: Brasil Amazônia Agora

“O Comitê Indústria ZFM Covid-19 vai marcar a vida de todos nós. No novo normal, o Protocolo da Solidariedade será natural, espontâneo e muito humano. Naturalmente humano.”

Régia Moreira Leite

Alfredo Lopes

_______________

Os relacionamentos existentes entre as lideranças poderiam ter promovido, há muito mais tempo, uma maior interlocução entre as entidades representativas da indústria. Porém nada melhor que uma grande crise como a que atualmente vivemos para que possamos todos superar as dificuldades e realizar mudanças significativas!

“Nesta direção” – diz Luiz Augusto Barreto Rocha, presidente do Conselho Superior do CIEAM – “constituímos nosso COMITÊ INDÚSTRIA ZFM COVID-19, que hoje é um bem da e para a sociedade amazonense”. Construímos assim um caminho sem volta, ou seja, é muito mais frutuoso trabalharmos juntos, segundo o empresário, um dos sustentáculos do Comitê. Na última conferência, foi criado o GT-ZFM, para preparar a economia de depois da pandemia.

Ação Social Integrada

Entusiasmados, os empresários mobilizaram atores do setor público, profissionais liberais destacados, acadêmicos e profissionais de comunicação.

“Assim, nós ensaiamos e realizamos, apenas até aqui, dezenas de proposições, das quais mais de 85% foram realizadas com resultados efetivos. Um dos frutos mais saborosos, destaca o empresário, tem sido a iniciativa AÇÃO SOCIAL INTEGRADA, que é responsável por mobilizar, coletar e distribuir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e outros itens demandados pelas autoridades da saúde, além de estar arrecadando e ter distribuído até o momento 110 toneladas de alimentos e mais de um milhão de itens de EPIs, doados pelas indústrias da Zona Franca de Manaus. São alimentos distribuídos em conjunto com a Arquidiocese de Manaus e outras denominações religiosas e instituições sociais. Seguiremos trabalhando porque ‘…quem tem fome tem pressa’”.

Quem tem fome tem pressa

Coordenador da Ação Social Integrada da indústria local, criada por iniciativa das entidades representativas dos diversos segmentos do Polo, FIEAM, CIEAM, ELETROS e ABRACICLO, Jeanete Portela está tocando a campanha solidária, na distribuição tanto de equipamentos de proteção individual como das toneladas de alimentos que as empresas estão doando para as populações mais vulneráveis.

Portela é executivo de uma tradicional empresa do Polo Industrial de Manaus e também membro do Conselho do CIEAM. As mazelas sociais foram escancaradas, evidenciando a enorme vulnerabilidade daquela parcela da população economicamente invisível, ausente de todos os cadastros. Com a pandemia, veio a fome, e, como dizia Betinho, “a fome tem pressa”. É urgente, ainda, seguir apoiando nossos heróis que batalham nos hospitais e postos de atendimento com EPIs. Eles precisam de proteção para cuidar da vida de tanta gente contaminada. O mundo não tinha a estrutura adequada para o enfrentamento de uma pandemia tão agressiva quanto a do Covid-19, e o Amazonas não foi uma exceção.

Compromisso com a sociedade

Composta por executivos e outros profissionais do Polo Industrial de Manaus, a Ação Social Integrada é o compromisso das empresas do Polo Industrial de Manaus, através de suas entidades representativas, com a sociedade. Após duas semanas de sua criação, a ASI já promoveu a distribuição de milhares de EPIs para a área da saúde, de acordo com as demandas do poder público responsável, assim como mais de 110 toneladas de alimentos, em conjunto com as entidades sociais e religiosas que trabalham dia e noite com vulnerabilidade e exclusão social. “Começamos com a Arquidiocese de Manaus, que trabalha com refugiados, populações indígenas, a periferia excluída das invasões. Um cenário desafiador que nos permitiu, mais perto do sofrimento e o medo das pessoas, ver brotar o sentimento contagiante da solidariedade, que alguém chamou de amor ao próximo em movimento. Uma experiência singular e desafiadora”.

ImprAm e seus talentos humanos

Coordenadora da Área de Saúde da Ação Social Integrada, Régia Moreira Leite está em Manaus há 18 anos. Aqui, essa mineira/paulista já criou raízes trabalhando com “talentos humanos” na Impressora Amazonense, a ImprAm, que atende as empresas do Polo Industrial de Manaus. “Meus recursos, ou melhor, talentos humanos, se dividem entre a rotina fabril, onde produzem EPIs, e de onde saem para a distribuição gratuita. E esse itinerário se repete na distribuição de alimentos. No princípio meio desajeitados, agora gratificados com o indescritível contágio da solidariedade. A mesma dinâmica se deu nas demais parceiras com as empresas, cito a Tutiplast, do amigo Cláudio Barrela, com quem trocamos ideias, insumos e determinação.” As empresas da Ação Social Integrada até aqui distribuíram 86 mil face shields, 375 mil máscaras descartáveis e cirúrgicas, 143 mil kits de álcool em gel, 30 mil toucas hospitalares, 103,2 mil pulseiras de identificação hospitalar, entre milhares de outros equipamentos.

O novo normal solidário

“Esse sentimento solidário” – Régia se emociona ao falar – “começamos a sentir nas reuniões virtuais do Comitê Indústria ZFM Covid-19. Uma energia fraterna, todos empenhados e alimentados pela motivação e comunhão para cuidar das pessoas. Troca de informações, sugestões, tarefas e responsabilidades voluntárias”. A empresária escreve o que significa trabalhar com as entidades da Indústria. “Isso vai marcar a vida de todos nós. No novo normal, o Protocolo da Solidariedade será natural, espontâneo e muito humano. Naturalmente humano.”

publicado em https://brasilamazoniaagora.com.br/solidariedade-caminho-sem-volta/