20/03/2020
Fonte: Acrítica
O Amazonas possui sete casos confirmados para o novo
coronavírus (Covid-19) de acordo com o atualização
sobre a infecção, feita pela diretora-presidente da
Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVSAM), Rosemary Pinto, na tarde desta sexta-feira (20). Um
caso oriundo do município de Coari, município distante
363 quilômetros em linha reta de Manaus, está sob
investigação.
Em balanço sobre a infecção respiratória, a FVS-AM
informou que 72 casos foram notificados; 52 casos para
covid-19 foram descartados; e 13 casos seguem em
investigação, dentre este um da cidade de Coari, interior
do AM. Rosemary Pinto pontuou que de novembro de
2019 a março de 2020 foram diagnosticados 369
indivíduos com Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG). “Desse total, 39 evoluíram para óbito em 2020.
86% apresentavam quadro de outras doenças como
hipertensão, diabetes ou doenças pulmonares e 66%
eram idosos”, ponderou a diretora-presidente da FVSAM.
Além do Covid-19, existem outros quadros gripais circulando no Amazonas e, segundo Rosemary Pinto, o período chuvoso contribui para a propagação dessas doenças do trato respiratório. “Além do novo coronavírus temos também a circulação da Influenza do tipo A e B, Adeno vírus, Vírus Sincicial Respiratório etc. Eles também estão causando doenças”, frisou a diretora-presidente. Questionada se o Amazonas vive uma epidemia de síndromes respiratórias, Rosemary Pinto, categoricamente declarou que "sim".
“As síndromes respiratórios ocorrem nesse período
chuvoso que vai de março a maio. Essas síndromes
respiratórias precisam de internação. Alguns pacientes,
dependendo do sistema imunológico deles, vai
agravando. Os pacientes que apresentam hipertensão,
diabetes, com câncer podem evoluir com gravidade e
podem chegar a óbito. O isolamento social beneficia
esse grupo de pessoas. Por isso a determinação é ficar
em casa”, analisou Rosemary Pinto.
Até o momento, o Amazonas não registrou a
transmissão comunitária, isto é, o vírus não está
circulando entre os amazonenses. “Dos sete casos
confirmados, seis são advindos de outros países, ou
seja, são casos importados, sendo um caso da
Inglaterra; Um dos Estados Unidos da América (EUA);
Um do Peru; Um caso proveniente da Espanha; Dois de
São Paulo (SP); e um sendo investigado neste momento
para saber a procedência”, pontuou a diretorapresidente da FVS-AM.
Preparação para epidemia
Durante a coletiva de imprensa, Rodrigo Tobias,
secretario estadual de saúde, constatou que o
Amazonas possui 482 respiratórios. O titular da pasta da
Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam), anunciou
que o Ministério da Saúde (MS), em caso de epidemia de
um novo vírus em Manaus, poderá liberar, por meio de
alugel, 20 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
do Hospital e Pronto-Socorro Delphina Abdel Rinaldi
Aziz, na Zona Leste de Manaus.
“Além disso o MS deve liberar, em caso de nova
epidemia, R$ 8.4 milhões para ações de enfrentamento ao Covid-19. Esse dinheiro deve ser utilizado na
contratação de recursos humanos temporários para
atuarem nos hospitais e também compras de insumos
laboratoriais. Neste fim de semana deve chegar
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para
abastecer o quantitativo que já está na central de
medicamentos”, declarou Rodrigo Tobias.
Automedicação
Em circulação na mídia, pesquisadores do mundo
todo testam o hidroxicloroquina, conhecido como
cloroquina, fármaco utilizado no tratamento contra a
malária. Questionada sobre o uso do medicamento,
Rosemary Pinto, salientou que a Organização Mundial
da Saúde (OMS) ainda não publicou nenhum protocolo
de ação contra o novo coronavírus (Covid-19) utilizando
a droga antimalárica.
“Existem vários grupos pelo mundo, inicialmente a China e agora a França, avançada nessa pesquisa. Essas pesquisas parecem promissora, mas, ainda são pesquisas. Até agora a OMS não publicou nenhum protocolo de tratamento com esse antimalárico. Estamos aguardando as orientações e diretrizes da OMS. Temos que avaliar custo-benefício se esse tratamento será eficiente ou trará malefícios. É necessário ter equilíbrio nessa situação. Pedimos para a população que não se automedique”, advertiu a diretora-presidente da FVS-AM.