27/09/2013
Só 10% dos trabalhadores do Polo Eletroeletrônico têm especialização
Nove em cada dez trabalhadores do Polo Eletroeletrônico não têm especialização, estima o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). A escassez de mão de obra qualificada em processos mais avançados preocupa as empresas locais, que enfrentam a forte concorrência de produtos asiáticos, conhecidos pela produtividade e inovação, mas a situação tem aberto oportunidades no mercado de trabalho no setor.
O segmento que emprega 40 mil pessoas, o maior do Polo Industrial de Manaus (PIM), lidera a aplicação da tecnologia de montagem de superfície (SMT, na sigla em inglês), que se baseia na montagem de componentes cada vez menores e com alto grau de sofisticação e de integração de funções. Desse total, entre 5% a 10% têm qualificação para operar equipamentos em SMT, avalia o presidente do Cieam, Wilson Périco. “O nível de profissionais qualificados é aquém da demanda”, disse. A expectativa é que, com o maior número de pessoal especializado, a indústria reduza os custos de produção.
A dificuldade em encontrar profissionais preparados na indústria é observada tanto em nível de técnicos, quanto de engenheiros, analisa o vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Amazonas (ABRH), Roberto Chagas. “Não raramente, as indústrias trazem esse pessoal de fora e isso aumenta o custo das empresas”, disse.
A inauguração do laboratório de SMT da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), em parceria com a Fuji do Brasil, demonstra a preocupação com a formação desses profissionais. O investimento da companhia japonesa foi de R$ 800 mil com a implantação de quatro equipamentos principais e outros periféricos, informou o diretor-geral da Fuji, Domingos Tomyama.
Escassez
O executivo destaca que várias empresas estão com escassez desses profissionais. “Em termos de tecnologia, estamos no mesmo nível de todos os países asiáticos, que são os nossos maiores concorrentes. Mas temos que admitir a grande deficiência em termos de profissional qualificado para essa área”, disse Tomyama.
Para Wilson Périco, a inauguração do laboratório mostra que o Amazonas tem instituições que não ‘estão paradas no tempo e estão conectadas’ com a demanda do PIM. “Os fabricantes enxergam um mercado promissor”, afirma.
A inauguração do laboratório traz para o Amazonas a possibilidade de treinar alunos e profissionais da área no próprio Estado. Os profissionais da Fuji, assim como a maioria das empresas, são treinados na matriz no Japão.
A expectativa é que 2 mil alunos e profissionais sejam treinados no laboratório, informou o diretor de Educação da Fucapi, Niomar Pimenta.
O diretor disse que empresas como Samsung e a Intelbras já manifestaram interesse em qualificar pessoal. Esse segmento demanda profissionais qualificados na produção de telefones, tablets, entre outros produtos que envolvem alta tecnologia. Segundo Pimenta, a tecnologia SMT reduz falhas e perdas na produção e aumenta a capacidade tecnológica dos produtos.
A Sony também tem interesse no treinamento de seus trabalhadores e nos novos profissionais formados na Fucapi, informou o diretor de manufatura, Luciano Martins. A empresa já tem outras parcerias com a fundação e analisa como positiva a criação de um laboratório especializado em Manaus.
Fonte: Portal D24am.com
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