06/05/2014
Aproveitando a presença do ministro Mauro Borges, do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Belchior reclamou diretamente ao representante federal sobre o não cumprimento, por parte do governo, do acordo firmado um mês, no dia 8 de abril. De acordo com o sindicalista, não foram cumpridas as promessas de criação de um grupo de trabalho que discutiria o reajuste salarial -prometida para acontecer em sete dias -, cessão do refeitório –que foi prometida para acontecer em 15 dias -, treinamento de pessoal, levantamento das necessidades das Áreas Descentralizadas, entre outras.
“Nós paramos a greve acreditando na palavra do governo federal. Paramos a greve porque estávamos com o papel (acordo). Se o papel não vale para o governo, a palavra empenhada dos servidores vale. Os trabalhadores voltaram a trabalhar mesmo impossibilitados, por não terem acesso ao sistema ou infraestrutura condizente com a eficiência destes servidores. Nada mudou em 30 dias. Gostaríamos que o que foi acordado seja cumprido”, cobrou Anderson.
Além disso, ele citou também que servidores grevistas estariam sendo vítimas de perseguições e coações e fez fortes críticas à gestão do superintendente Thomaz Nogueira, a quem acusou de não abrir diálogo com os trabalhadores.
“Temos servidores comprometidos até o último fio de cabelo com a Suframa, mas não é isso que nós encontramos na gestão. A Suframa continua a míngua. E não é só pelo Ministério, o próprio superintendente continua tratando os servidores como servidores de segunda categoria, e nós não somos. Somos muito mal pagos, mas extremamente comprometidos”, disparou o presidente do Sindframa.
Ao citar o que chamou de “descaso histórico” do governo federal com a Suframa, o líder dos servidores não descartou uma nova paralisação, como a que ocorreu entre março e abril deste ano.
“O descaso com a Suframa é sempre. A Suframa está jogada às traças, só que a coisa vem piorando e chegamos a um ponto que não dá mais. Fizemos uma greve. Não queremos outra greve, mas não nos obriguem. Fizemos três acordos e estamos cumprindo todos eles. O governo federal não está cumprindo nenhum”.
No fim do discurso, Anderson Belchior convocou os conselheiros presentes a exigirem o cumprimento dos acordos.
Nogueira rebate
Imediatamente após a fala de Belchior, o superintendente da Suframa tomou a palavra para rebater as críticas e acusações. Segundo Thomaz Nogueira, a proposta de sua gestão foi, desde o início, a valorização do servidor, a reestruturação do quadro de pessoal da autarquia, correção da remuneração e a realização de concurso público.
“Desde o primeiro instante trabalhei para o fortalecimento desta instituição. Tenho trabalhado com absoluta transparência essas questões. Tenho uma biografia, tenho um compromisso e não abro mão deles. Não vou ser, no final da carreira, desrespeitado com sofismas, com mentiras. Nosso compromisso é pela valorização do servidor. Fizemos isto desde o primeiro instante e trabalhamos isso com o Ministério”.
Ainda segundo Thomaz Nogueira, todas as medidas para modernizar a instituição foram tomadas, incluindo a dispensa de mais servidores terceirizados com mais de 30 anos de carreira em troca da realização do concurso. Além disso, ele negou perseguição aos servidores grevistas.
“Tenho uma política de portas abertas. Quantas vezes eu fechei as portas para qualquer um dos senhores?”, questionou Thomaz, dirigindo-se aos servidores.
Fonte; JCAM