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Sinalização do BC faz dólar recuar

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19/11/2020

Fonte: Valor Econômico

A indicação de que o Banco Central pode ajudar a reduzir a pressão sobre o câmbio no final do ano, vinda de ajuste às necessidades de hedge dos bancos para investimentos no exterior, ajudou o real a ter o melhor desempenho entre as principais divisas do mundo no pregão de ontem.

A moeda americana terminou o dia em queda de 1,99%, negociada a R$ 5,33. Ajudado pelo movimento do câmbio, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 recuou de 3,29% no ajuste anterior para 3,24%, enquanto a do DI para janeiro de 2025 passou de 6,69% para 6,65%.

Na segunda-feira, após o fechamento dos mercados, o BC anunciou a rolagem dos contratos de swap cambial com vencimento em janeiro, que somam US$ 11,8 bilhões. O texto, no entanto, deixou aberta a possibilidade de recalibrar o montante ofertado, “conforme as condições de mercado”.

Para observadores, a mudança na redação em relação a comunicados anteriores tinha como objetivo passar uma mensagem de que o Banco Central não irá deixar “solto” o fluxo esperado por causa da mudança na legislação do chamado “overhedge” dos bancos - uma proteção adicional que as grandes instituições financeiras mantêm para seus investimentos no exterior. Segundo estimativas de mercado, o desmonte dessas posições deve acarretar em uma compra de cerca de US$ 15 bilhões no mercado futuro de câmbio.

“É importante notar que o BC já tem discricionaridade para ofertar swaps quando achar necessário. Então, embora não tenha feito nenhuma menção explícita ao ‘overhedge’, explicitar isso justamente em um momento em que o mercado está mais calmo, a interpretação mais plausível é que o BC fará colocações líquidas de swaps caso a reversão do overhedge gere distorções”, diz o analista independente da Ohmresearch e ex-chefe do Departamento de Mercado Aberto do BC, Sergio Goldenstein. “O comunicado, portanto, busca reduzir a incerteza do mercado, o que tende a acalmar a moeda.”

O profissional observa que os participantes do mercado já esperavam algo nesse sentido desde que o diretor de política econômica da instituição, Fabio Kanczuk, admitiu essa possibilidade em um evento fechado do Itaú, semanas atrás. Após a fala, no entanto, o BC soltou uma nota de esclarecimento informando que só comunicaria mudanças de atuação pelo o pelos canais oficiais. O anúncio da segunda-feira foi, portanto, uma maneira de oficializar essa possibilidade.

O aceno do BC é importante porque esses US$ 15 bilhões são um volume expressivo para o tamanho do mercado local, principalmente no fim do ano, quando a liquidez é reduzida e qualquer ordem de compra ou venda maior costuma ter efeito amplificado sobre a formação de preços. Segundo o sócio e gestor da Armor Capital, Alfredo Menezes, a maior parte des

Em seus cálculos, essas instituições devem realizar uma compra de US$ 15,5 bilhões apenas para se adequar às novas regras tributárias. No entanto, caso decidam reduzir seu patrimônio no exterior, como ocorreu no segundo trimestre, esse volume pode chegar a US$ 23 bilhões.

O montante que o Banco Central precisará ofertar para limitar uma distorção nos preços, por outro lado, depende de uma série de variáveis. “Por um lado, existe o fluxo sazonal negativo no fim do ano, que pode levar o BC a ofertar inclusive moeda à vista, para além da necessidade trazida pelo ‘overhedge’. Por outro, o próprio mercado pode prover parte desses dólares no mercado futuro”, diz. “Recentemente, temos visto uma entrada mais firme do estrangeiro na bolsa brasileira. Além disso, os fundos locais estão comprados [apostando na alta do dólar] em cerca de US$ 12 bilhões neste momento, possivelmente para se defender do efeito do ‘overhedge’ no fim de dezembro. Com a sinalização do BC, eles podem querer se desfazer de parte dessas posições.”

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