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Setor tem mais investimentos

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25/11/2013

Um segmento industrial que vem crescendo no PIM (Polo Industrial de Manaus) é o náutico. Mesmo com toda a discussão em torno do Polo Naval que espera solucionar as questões relacionadas ao impacto ambiental, para sair do papel, o segmento náutico cresce, registrando números significativos para o desenvolvimento econômico da região. De acordo com os Indicadores de Desempenho do PIM atualizado em setembro pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), o setor naval, incluído o náutico, recebeu investimentos de US$ 24.785.669 no acumulado do ano. Em 2012 o montante foi de R$ 23.658.335 um crescimento de 4,77% sem contar o último trimestre deste ano.

Segundo o superintende da Suframa, Thomaz Nogueira o Polo Náutico Naval requer uma ponderação e atenção diferenciada com base em estudos técnicos. “Eu tenho enorme preocupação com esse polo e acredito ser uma das maiores potencialidades imediatas, portanto, precisamos dar uma maior prioridade”, sinalizou o titular da autarquia.

O faturamento do setor gira em torno de US$ 63.890.669 até setembro faltando 3,17% para superar a marca dos US$ 65.679.995 contabilizada no ano passado todo. Já na comparação com US$ 53.091.089 apurado no mesmo período de 2012 o faturamento do setor naval cresceu 20,34%. São 717 postos de trabalho ocupados com mão de obra direta gerando benefícios na ordem de US$ 737.900 que significa uma média de US$ 1.029,15 por trabalhador empregado no setor naval em Manaus.

A indústria náutica se diferencia da indústria naval, principalmente por não trabalhar com aço e a naval trabalha. Tanto que o metal é conhecido no mercado como aço naval. Uma peculiaridade do mercado náutico na capital amazonense está na inadimplência, com índices quase zero, já que a maior parte dos consumidores compra à vista. O perfil dos clientes varia entre profissionais liberais, empresários e funcionários públicos.

Duas grandes empresas náuticas estão instaladas no PIM, segundo dados extraídos do relatório Perfil das Empresas com Projetos Aprovados pela Suframa. A Cruiser Marine Indústria Náutica Ltda., que produz dois modelos de lanchas em convênio com a italiana Cranchi. Com um investimento fixo de US$ 5.499.000, em agosto de 2010 iniciou a produção das embarcações utilizando fibra de vidro e empregando 97 funcionários.

A Ventura Mar Indústria e Comércio de Embarcações Ltda., é uma empresa nacional, com sede em Minas Gerais. Deu início as atividades produtivas em abril de 2011 com investimento na ordem de US$ 374.067, empregando 46 funcionários na produção de embarcações de fibra de vidro e barcos esportivos do tipo embarcações de recreio, inclusive canoas.

O Polo Naval está classificado como um subsetor de materiais de transporte onde sete empresas estão agrupadas. A Cruiser Marine e Ventura Mar já citadas, a empresa Barbosa Reparos Navais que fabrica embarcação para transporte de pessoas e cargas, registrou investimento fixo de US$ 16.079.000 empregando 102 trabalhadores.

A Bertolini Construção Naval diversifica com a fabricação de estrutura de ferro aço para construção civil; partes, peças e componentes metálicos estampados ou formatados, para a indústria da construção naval; estrutura flutuante do tipo balsa para transporte; investimento fixo de US$ 16.849.000 e 327 mão de obra direta.

A Eram Estaleiro Rio Amazonas iniciou as atividades em junho de 2006 com mão de obra direta de 314 e US$ 6.775.328 de investimento fixo para produzir estrutura flutuante do tipo balsa para transporte. Já a Erin Estaleiro Rio Negro começou a produção da mesma estrutura em outubro de 1973 numa área de 60 mil m², contou com investimentos na monta de US$ 1.535.112 e gerou 113 empregos diretos.

E a única empresa S.A. (Sociedade Anônima) Nilo Tavares Coutinho vem produzindo embarcações para transporte de mercadorias ou pessoas e rebocadores e barcos para empurrar outras embarcações. Iniciou suas atividades com investimento fixo de US$ 1.169.983 gerando 126 postos de trabalhos diretos.

Logística hidroviária


Em se tratando de Polo Naval, as hidrovias amazônicas são os principais canais de escoamento de mercadorias produzidas no PIM e pouco se investe para melhoria dessa logística. Como o assunto veio à tona nas mídias a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) aproveitou o momento para incentivar a discussão sobre o assunto e sediou o Seminário “O futuro amazônico: hidrovia 2014 a 2031”, realizado pela Ahimoc (Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, com apoio da Marinha do Brasil. Acadêmicos, empresários e representantes de órgãos públicos e privados ligados à navegação estiveram presentes no evento.

De acordo com presidente da Fieam Antonio Silva, a iniciativa do vice-almirante Domingos Sávio Nogueira é oportuna porque analisa todos os problemas de logística que afetam o desenvolvimento da Amazônia Legal. “E para a nossa felicidade, o vice-almirante Sávio aborda justamente a problemática mais focada e voltada para as hidrovias onde está o nosso futuro amazônico. Como disse Leandro Tocantins, o Rio ainda continua comandando nossas vidas”, disse Silva.

Segundo o superintendente da Ahimoc, Sabá Reis, o evento tem o objetivo de construir através de propostas para o desenvolvimento do futuro amazônico por meio da utilização das hidrovias, identificando as principais necessidades, ganhos econômicos e desenvolvimento regional no que tange as hidrovias em cenários futuros, projetados até 2031.

“Esse seminário é um marco para o futuro das hidrovias amazônicas. Esse evento é uma provocação à sociedade, às autoridades, àqueles que nos representam, portanto eu acredito que ele não ficará apenas restrito a esses dois dias. Ele terá resultados positivos para o futuro já começando com a sua publicação para que esses momentos possam se estender da melhor forma”, comemorou Sabá Reis.

Para o coordenador geral de planejamento da Secretaria de Política Nacional de Transportes do MT (Ministério dos Transportes), Luiz Carlos Rodrigues Ribeiro, o principal objetivo do encontro é criar metas para possibilitar a navegabilidade e aumento da capacidade do transporte de cargas pelas hidrovias. “Nosso objetivo aqui é ouvir as principais entidades do setor a fim de validar o plano e adequá-lo ao planejamento global”, explicou Ribeiro.

Produção de lanchas com requinte


Instalada no Polo Industrial de Manaus, numa área de 18.000m² e com uma planta industrial de 7.000m², a Cruiser Marine está fabricando, sob licença do Cantiere Nautico Cranchi, da Itália, sua requintada linha de lanchas.

E, para que o produto final tenha o mesmo reconhecido padrão de qualidade Cranchi, técnicos italianos da fábrica desembarcaram em Manaus para produzir, desde a laminação, a pré-montagem, a montagem, com testes de imersão e sprinklers, até o despacho dos produtos, que são embalados e transportados via cabotagem.

Com isso, uma lancha Smeraldo produzida em Manaus tem as mesmas características técnicas e de desempenho das lanchas Cranchi fabricadas na Itália por um preço bem mais competitivo no mercado interno, já que são produzidas no Brasil sem os custos de importação.

Essa primeira iniciativa da Cranchi italiana abre o leque para a produção, pela Cruiser Marine de Manaus, de outros modelos de sua vasta linha de lanchas e yachts, que vão de embarcações de 29 pés até 66 pés, a Cranchi 66fly.

O Cantiere Nautico Cranchi foi originalmente montado nas margens do Lago de Como pelo seu fundador Giovanni Cranchi. Em 2010 foi produzida a primeira Cranchi fora da Itália, pela Cruiser Marine do Brasil no Polo Industrial de Manaus.

Fonte: JCAM

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