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Setor prevê queda de 12,2% em 2016

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08/04/2016

As vendas de motocicletas no Brasil em 2016 devem ficar 12,2% abaixo do volume registrado no ano passado, quando o mercado já havia recuado 14%. De acordo com a revisão das projeções divulgada na quinta-feira, 7, pela Abraciclo, associação das fabricantes, as vendas deste ano devem atingir 1,07 milhão de unidades, quase 150 mil a menos do que as 1,22 milhão de motos licenciadas no ano passado. No fim de 2015, a entidade havia projetado um ano estável, com o mesmo volume de vendas e produção de 2015.

“As projeções não são muito animadoras, mas 1 milhão de unidades não é um número desprezível”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, acrescentando que o País tem capacidade produtiva para 2 milhões de unidades por ano: “Saímos de 2 milhões para 1 milhão em apenas cinco anos”, lembrou.

A revisão pela entidade foi impulsionada pelo resultado do mercado no fechamento do primeiro trimestre, quando as vendas do segmento de duas rodas registraram queda de 26,6% contra igual período do ano passado, para 239,9 mil unidades. Os volumes se referem aos licenciamentos (vendas no varejo). No atacado (vendas para a rede de distribuição) o volume do primeiro trimestre teve queda mais acentuada, de 37,4%, para 215,3 mil motocicletas.

Com o mercado interno encolhido, a produção também será menor. As fabricantes estimam a entrega de 1,14 milhão de motocicletas em 2016, volume 9,7% menor que o de 2015, quando as linhas da Zona Franca de Manaus montaram pouco mais de 1,26 milhão de unidades. Nos três primeiros meses deste ano, a atividade das fabricantes recuou 36,9%, para 227,4 mil unidades no comparativo anual.

Segundo Fermanian, o baixo nível de confiança do consumidor aliado à perspectiva negativa do desemprego são os principais fatores da queda das vendas do segmento, uma vez que o nível de aprovação dos financiamentos segue em nível semelhante ao dos últimos meses do ano passado, em torno de 20%. Ele também elenca o cenário político como agravante: “Esperamos que se resolva rápido, precisamos de algum tipo de movimento para sair do impasse. Essa falta de previsibilidade que faz o País ficar parado e estagnado”, pondera.

Neste cenário, as empresas se ajustam como podem para conter os estoques e se adequar à nova demanda. “As fabricantes têm utilizado todos os mecanismos relacionados ao emprego, como férias, layoffs ou ainda o PPE (Programa de Proteção ao Emprego)”, ressalta o presidente da Abraciclo. O número de empregados pelo setor diminuiu 10% em 2015, para 16.102, e embora a entidade ainda não tenha fechado o número de demissões do primeiro trimestre, a tendência é de queda: “Houve um movimento intenso em março na indústria com os PDVs (Programa de Demissão Voluntária) e que ainda está em curso”, explica o executivo que promete revelar o número de desligamentos no próximo mês. A rede de distribuição segue com 2.162 concessionárias operando, o mesmo número com o qual terminou 2015, representando 1,5% abaixo do total de 2014, quando o setor registrava 2.195 revendas.

Mercado Externo: expectativa positiva

Já nas exportações a Abraciclo espera aumentar os volumes em 1,3% neste ano, ao passar de 69,1 mil para 70 mil unidades. O resultado do primeiro trimestre mostra o potencial da atividade como um alento para a indústria nacional: neste período as exportações mais que dobraram ao registrarem mais de 13,7 mil unidades – há um ano os embarques somaram 6,3 mil unidades.

“A América do Sul, que é nosso maior cliente, principalmente os países vizinhos, têm um potencial de mercado do tamanho do Brasil: uma fatia de 70 mil sobre 1 milhão de unidades mostra que a participação ainda é muito pequena. Estamos em constante conversas com o governo no que diz respeito apoio ao avanço das negociações bilaterais; é um movimento que está acontecendo, mas não com uma velocidade muito ágil porque este tipo de tratativa demanda tempo”, explica.

A expectativa positiva se deve basicamente à Argentina, país para o qual se destina cerca de 70% das exportações brasileiras de motocicletas. Fermanian conta que desde setembro, após o fim das barreiras de importação no país vizinho, o fluxo de embarques melhorou substancialmente. Além disso, Peru, Chile e Paraguai são outros mercados com potencial positivo para este ano.

Fonte: Portal Automotive Business

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