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Setor eletroeletrônico ameaçado

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02/10/2014

Diante do baixo nível de encomendas e de margens de lucro apertadas, a indústria eletroeletrônica de Minas Gerais luta para manter os níveis de emprego. Porém, essa batalha não deve durar muito tempo, trazendo elevado risco de demissões no setor a partir do começo de 2015, caso não ocorra uma reviravolta no cenário.

De acordo com o diretor regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Alexandre Magno D"Assunção Freitas, as empresas reduziram a lucratividade, com o objetivo de manter o quadro de funcionários. No entanto, ele faz um alerta: "Isso não se mantém por muito tempo em períodos de recessão".

"O que está evitando as demissões é o fato de não existir mão de obra qualificada no mercado. Mas, se não ocorrerem mudanças imediatas no cenário econômico e o setor não se reerguer, as empresas não conseguirão segurar isso por muito tempo. E irão, sim, acontecer demissões", acrescentou.

As conseqüências do esforço do segmento em manter os níveis de emprego, pagando o preço de perder produtividade e receita, podem ser ainda piores. O resultado dessa equação é que o custo do trabalhador fica mais caro e, como a indústria não tem facilidade e mobilidade para repassar estes custos aos preços, em função da concorrência, o efeito é a redução das margens. O impacto disso é a redução da capacidade de investimento da empresa.

O diretor regional da Abinee explica que a indústria elétrica e eletrônica é composta por vários segmentos, como geração, transmissão e distribuição de energia, telecomunicações, automação industrial e eletroeletrônicos, e atravessa um mau momento como um todo.

O setor de informática, especialmente o de componentes para smartphones, é o único que está despontando em Minas. Mesmo assim, segundo Freitas, abaixo do nível do resto do país. Em termos gerais, a entidade projeta pequeno crescimento no faturamento do setor, tanto no país quanto no Estado. "Isso é uma tendência histórica, que não terá nenhum impacto positivo neste ano", afirmou.

Câmbio - O fator câmbio também poderá ser decisivo para a atividade em 2014. Enquanto em 2013 o déficit nacional do segmento foi de US$ 35 bilhões, US$ 10 bilhões acima do resultado já negativo de 2012, para este exercício a valorização da moeda norte-americana poderia estimular a indústria nacional e desestimular as importações. No entanto, segundo Freitas, "a concorrência está cada vez mais acirrada", graças à alta carga tributária e ao elevado custo dos investimentos no Brasil.

Nas contas da Abinee, todos os segmentos que compõem a indústria elétrica e eletrônica do Estado geram de 12 mil a 15 mil postos de trabalho diretos. Ao todo, calcula-se que são aproximadamente 200 empresas do setor. Minas representa entre 7% e 8% do todo o parque nacional.

Fonte: Abinee

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