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Setor de duas rodas da Zona Franca enfrenta um dos piores anos de vendas

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01/09/2014

Que o setor de duas rodas do Polo Industrial de Manaus (PIM) amargava dias difíceis não é novidade. A novidade é que 2014 pode ser o pior ano para as vendas de motocicletas, de acordo com as empresas do setor. Pela terceira semana seguida, a Moto Honda produz apenas de segunda a quinta-feira. As fábricas de componentes já estimam demissões.

De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Moto Honda, Mario Okubo, atualmente, a maior fábrica de motos do País está com uma mão de obra ociosa de 1,5 mil trabalhadores e produzindo - nos dias em que funciona - 5 mil motocicletas. A fábrica tem, aproximadamente, 9 mil trabalhadores e capacidade para produzir 2 milhões de motos ao ano. Em 2011, a empresas tinha 11 mil funcionários. “Desde 2011 esse número vem caindo, mas não demitimos  em massa e vamos segurar até onde der”, afirma o diretor.

O presidente da Associação dos Fabricantes de Bens de Informática e Componentes da Amazônia (Aficam), Cristóvão Marques Pinto, disse que as empresas de estamparia e de chicote devem começar a demitir, pois já são três anos seguidos de queda. Para ele, esse vai ser um dos piores anos para o setor. Ele informou que, além da Honda, as fabricantes Yamaha e Kawasaki também diminuíram a produção e o setor não vai produzir  1,7 milhão de motocicletas esse ano, como estimado.

A Yamaha informou que produz, atualmente, mil motos por dia. A fábrica tem capacidade para 450 mil unidades anuais. A empresa afirma que vai aguardar os resultados de setembro para estudar alternativas de redução da produção. “Se, até o final de setembro, o mercado não mostrar sinais positivos, a Yamaha pode avaliar, por exemplo, a redução da jornada semanal de trabalho, ou ainda, prolongar as férias coletivas previstas para o final do ano de 2014 e início de 2015, de dez para 20 dias”, informou.

Segundo a empresa, 1,4 mil trabalhadores atuam na fábrica de Manaus, 1,5 mil a menos que em 2011 quando a produção chegou a 277,3 mil unidades.

Para as empresas,  o principal problema do setor é a falta de crédito. “As financeiras chegaram a aprovar de sete a oito pedidos em cada dez, e agora aprovam no máximo um”, disse Okubo. De acordo com a Yamaha, “o setor discute com o governo federal algumas medidas, como a redução da burocracia que os bancos enfrentam para recuperar créditos não pagos, para facilitar a avaliação de risco e aumentar a oferta de crédito”.

“O baixo volume diário de vendas reflete a dificuldade na obtenção de crédito e, de certa forma, o comportamento cauteloso do consumidor diante do cenário macroeconômico”, disse o presidente da Abraciclo,   Marcos Fermanian, no anúncio desses resultados.

Fonte: Portal D24am.com

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