15/08/2014
Baseado nos indicadores de desempenho de junho deste ano divulgados pela Suframa, o faturamento do setor de brinquedos no primeiro semestre de 2014 foi de R$ 55.811.843, o que contribuiu com 0,14% do faturamento geral da Zona Franca de Manaus. No ano passado, a receita foi de R$ 102.136.350 e contribuição de 0,12% do total. “Isso mostra que, certamente, o segundo semestre permitirá que o setor ultrapasse a marca dos dois últimos anos”, comemora o representante.
Em nível de produção, houve o salto de 7.440 unidades em 2009 para 32.268 em 2013. Até agora, já foram produzidas 18.528 unidades.
Atualmente, a líder de mercado na fabricação de brinquedos do país é a Tec Toy, que está localizada no PIM. Segundo Marsiglia, a empresa mantém sua liderança graças à busca por novas tecnologias. “Eles detêm a tecnologia japonesa da Sega Entreprises e conseguem competir com os produtos importados tanto em qualidade quanto preço aplicado”, explica.
“Há pelo menos uma década o perfil de brinquedos mudou muito e, por isso, algumas empresas perderam espaço no mercado”, lembra Marsiglia. Como exemplo, a Estrela, que passou alguns anos sem destaque nas prateleiras, mas reagiu e, agora, exporta da China.
Unir-se ao país que, para muitos fabricantes de brinquedos, é o maior ‘inimigo’ do setor, foi a forma que a empresa encontrou para driblar os custos de produção e exportação brasileiros. “Eles resolveram fazer com que os problemas de ontem passassem a ser uma vantagem competitiva nessa nossa retomada da exportação”, comenta ele. Segundo o empresário, a experiência com produção naquele país ajudou a empresa na busca por fornecedores de qualidade para essa nova fase.
Estrela made in China para ganhar mercados
A Estrela vai voltar a exportar produtos depois de muitos anos. Mas, em vez de exportar do Brasil, vai exportar a partir da China. De acordo com o empresário Carlos Tilkian, eles já compravam produtos do país –como carrinhos de controle remoto, minibonecas e personagens de filmes. A partir daí pensaram sobre a possibilidade de aproveitar essa produção chinesa para exportação.
“A exportação pelo Brasil continua extremamente difícil para produtos industriais, por causa de muitos fatores, que vão desde toda a carga tributária imposta no processo de produção até a falta de infraestrutura e problemas de logística. Tudo isso, junto com o câmbio, tira muito da competitividade da exportação”, explica o representante, que continua dizendo que “na China, a situação é diferente em relação a fluxo de mercadorias, frete internacional e marítimo, frequência de navios, infraestrutura. Além disso, a moeda chinesa, frente ao dólar, tem uma desvalorização muito grande”.
Há 20 anos, a Estrela fazia parte do quadro da Zona Franca de Manaus e exportava principalmente para os Estados Unidos e para a Europa, mas não conseguiu manter o desenvolvimento e perdeu a competitividade. “Isso aconteceu não em função da perda de eficiência industrial, mas por causa das leis trabalhistas e do crescimento significativo da carga tributária”, defende.
A falta de investimento na infraestrutura e a política cambial adotada pelo Brasil nos últimos anos fizeram parte das empresas perderem a chance de exportar. “Nos últimos cinco anos, nós praticamente não exportamos mais nada”. Atualmente, a marca tem dois contratos de exportação em andamento com a Rússia e a Turquia.
Fonte: JCAM