24/03/2015
A informação foi confirmada por Anderson Belchior, presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindiframa). “Nós vamos parar amanhã (hoje) justamente para que os parlamentares se manifestem sobre a emenda e sobre o descaso com a Suframa. Não existe nenhuma data marcada para a votação da emenda. Os servidores estão desde 2009 sendo enganados pelo Governo Federal. Entendemos que que isso parte do Poder Executivo e não do Executivo, mas os servidores estão temerosos porque ainda não há uma data para a votação do relatório”, lamentou.
Ainda segundo Belchior, o relatório emitido pelo deputado Silas Câmara foi favorável aos servidores, mas o Governo Federal, por meio dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, negou que haverá aumento – e que se houver será barrado pelo Planalto. “É esse compromisso dos deputados que garantiram a aprovação tanto na Comissão, como em Plenário e, se houver veto que seja derrubado, porque estamos precisando”, cobrou o presidente do Sindframa.
A paralisação acontece pouco mais de um ano após a última greve, quando cerca de 400 funcionários, sendo 250 alocados em Manaus e mais 150 distribuídos pelas unidades descentralizadas da Suframa – sediadas nas cidades de Macapá, Porto Velho, Rio Branco e Boa Vista cruzaram os braços por 47 dias.
Deputado garante aprovação
O deputado federal Pauderney Avelino (DEM), autor da emenda e membro da Comissão Especial Mista que analisa a medida provisória, afirma que a direção do Sindframa se precipitou, já que a matéria está seguindo os trâmites normais dentro das Comissões da Câmara Federal.
Na opinião do parlamentar, o ato pode ter sido motivado por questões políticas. “Esse rapaz (Anderson) está criando confusão à toa. A MP tem uma data determinada e um processo de andamento. Garanti a ele que a Medida Provisória será aprovada, dentro daquilo que me propus a fazer. Falei com ele hoje (ontem). Com certeza a presidente irá votar e estão querendo fazer jogo político. Na Comissão nós vamos votar e aprovar a emenda que eu apresentei”,argumentou Pauderney.
Já o presidente do Cieam (Centro da Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco acredita que o que motivou a decisão pela greve teria sido uma suposta alteração na emenda, sem o consentimento do sindicato, hipótese rechaçada pelo empresário. “Ele (presidente do Sindiframa) está falando que foi tirada a questão do Plano de Carreiras, Cargos e Salários da Suframa, só que não mudou nada. Ele quer jogar a Suframa contra o Mdic e o Mdic contra a opinião pública. Tem que ter responsabilidade antes de falar esse tipo de coisa”, declarou.
Ainda na visão de Périco, depois de um ano de 2014 difícil e queda nos investimentos, o imbróglio poderá representar um novo revés para a imagem do Polo Industrial de Manaus. “O prejuízo é para a imagem da autarquia e para a imagem da Zona Franca. O Sindiframa mostra pouco consenso na hora de decidir sobre assuntos de grande relevância. Acredito que ele tenha se equivocado sobre alguma informação e colocou essa questão (da greve) sem averigua se era verídica ou não”, disse.
Fonte: JCAM