16/09/2013
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a junho deste ano, o setor já acumula alta de 10,3% na receita nominal, que considera os valores brutos recebidos pelas empresas. No mesmo período, o comércio apresentou crescimento de 8,4% na receita, segundo a pesquisa mensal do comércio, também do IBGE.
O bom momento para o setor também pode ser observado na comparação dos dados sobre a geração de emprego e da arrecadação de tributos.
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de janeiro a julho deste ano, o setor acumula saldo de 5.324 novos postos de trabalho. No mesmo período, a indústria registrou saldo de 4.341 e o comércio de 1.307. Só em julho, foram criadas 1.011 novas vagas no setor, enquanto a indústria gerou apenas 613 empregos.
Na arrecadação estadual, apesar de o valor absoluto do ramo de atividade ainda estar abaixo do valor recolhido pela indústria e pelo comércio, a participação no Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aumentou 0,79%.
Mas, é preciso considerar que a maior parte das empresas de serviços é tributada pela Prefeitura, e não pelo Estado, e no primeiro semestre deste ano a arrecadação de Manaus com o Imposto Sobre Serviços (ISS) registrou receita de R$ 266,3 milhões, valor 7% superior ao verificado no ano anterior.
Desenvolvimento
Para o presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon/AM), Marcus Evangelista, o crescimento acima da média é fruto do amadurecimento de um mercado que passou muito tempo reprimido e que vem sendo impulsionado pela demanda gerada por outros setores, entre comércio, indústria e construção civil.
“A preparação pré-Copa está dinamizando essa criação de vagas e a necessidade de prestação de serviços. Mas, em geral, este é um setor que cresce no embalo de outros setores e que tem se destacado, muitas vezes, pela necessidade de baixo investimento”, considera o economista.
O titular da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas (SRTE-AM), Dermilson Chagas, concorda com este ponto de vista e acrescenta que “os serviços e o empreendedorismo andam juntos”.
“Se você for ver, vigilância, serviços gerais, alimentação, manutenção, tudo isso é serviço. O governo também gera muita demanda, oportunidade para os trabalhadores, e as pessoas veem estas perspectivas e decidem empreender. Isso acontece, pois é um setor em que não é preciso um grande investimento para começar, com R$ 20 mil você já está apto para entrar no mercado e ir crescendo”, observa.
O vice-presidente da Federação do Comércio e Serviços do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, ressalta que a nova dinâmica da metrópole, onde as pessoas têm cada vez menos tempo para realizar atividades básicas e as empresas buscam reduzir cada vez mais os custos com o uso da terceirização, favorece o surgimento de novas prestadoras de serviço.
“Antigamente, você era capaz de ir a uma empresa do Distrito (Industrial) e ver uma cozinha montada. Hoje, se terceiriza tudo, da lavagem dos uniformes, à alimentação e tarefas de construção”, observa o vice-presidente da Fecomércio.
Fonte: Portal D24am.com.br