11/12/2019
Fonte: Amazonas Atual
O Amazonas conseguiu alterar, no Senado, o Projeto de Lei 4805/2019, da
Câmara DOS Deputados, que ameaçava o polo de bens de informática da Zona Franca de
Manaus. Após intensa negociação do governo do Estado e da bancada federal com
fabricantes instalados fora da ZFM e com o governo federal, o projeto substitutivo mantém
a competitividade do PIM (Polo Industrial de Manaus), que, neste ano, até agosto, faturou
R$ 14 bilhões
O substitutivo foi aprovado na manhã desta terça-feira, 10, nas Comissões de Assuntos
Econômicos e de Ciência e Tecnologia do Senado. Os senadores Omar Aziz e Plínio Valério
tentaram incluir o projeto para votação no plenário nesta terça, mas a matéria entrará em
pauta nesta quarta-feira, 11.
Com o aval dos senadores, a matéria retorna à Câmara. Segundo o deputado Marcelo
Ramos, está sendo construído um acordo para aprová-lo sem grandes polêmicas.
O vice-governador e secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Almeida, e técnicos do Estado,
amanheceram em Brasília para acompanhar as negociações da bancada federal.
A principal mudança, explica Carlos Almeida, foi garantir que o percentual mínimo de
cumprimento do PPB (Processo Produtivo Básico), que os fabricantes devem atender,
casse em 60%, ou seja, percentual de componentes que as empresas devem comprar no
País.
“É óbvio que gostaríamos de manter o PPB em 100%, mas existe uma forte movimentação
do governo [federal] para desenvolver uma política de informática nacional. O acordo
costurado foi o possível, e o mais importante: ele garante a competitividade desse Polo em
Manaus”
, armou Carlos Almeida
A definição do índice de PPB no projeto enviado da Câmara para o Senado, foi incluída pelo
senador Plínio Valério, relator da matéria na Comissão de Ciência e Tecnologia. “Esse
relatório é fruto de muita negociação e atende aos interesses nacionais e do Amazonas. E
quero destacar que a riqueza desse relatório se deve a uma grande contribuição do senador
Omar”
, armou Plínio Valério.
Para acelerar a aprovação do projeto desenhado pela bancada com o Governo do Amazonas,
o senador Omar Aziz, presidente da CAE, realizou sessão conjunta da CAE com a CCT.
“Depois de várias reuniões, com o empenho do governador Wilson Lima, seus técnicos, o
vice-governador, que veio aqui especialmente acompanhar a votação, conseguimos o
acordo que preserva a Zona Franca e mantém em aberto a busca por novos empregos em
nosso Estado”
, disse Omar Aziz.
Pressão da OMC
A Lei de Informática, criada em 1991, está sendo reformulada pelo governo brasileiro por
pressão da OMC (Organização Mundial do Comércio).
O governo federal tem até o m deste ano para rever sua política de incentivos scais
voltada aos fabricantes de bens de informática, que, até então, também gozam da isenção
do Imposto sobre Produtos Industrializados, constitucionalmente garantidos apenas às
empresas instaladas na Zona Franca.
A OMC entende que incentivo fiscal deve ser concedido em troca de desenvolvimento
regional, exatamente o que prevê a política do modelo Zona Franca.
Quando a OMC armou que o Brasil deveria corrigir tal distorção, a Organização
reconheceu os incentivos concedidos na ZFM, e deu prazo para o país reformular a Lei de
Informática até o m deste ano.
O projeto substitutivo construído pelo Amazonas atende às exigências da OMC e a indústria nacional de informática, ao mesmo tempo em que preserva a Zona Franca.