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Selic baixa mais por crise

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19/03/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

Como aguardado, a crise econômica global decorrente da pandemia do novo coronavírus, levou o BC (Banco Central) a promover uma nova rodada de cortes na taxa básica de juros da economia, a sexta seguida. Por unanimidade, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa Selic para 3,75% ao ano, com corte de 0,5 ponto percentual, nesta quarta (18).

A decisão surpreendeu os analistas financeiros, já que a pesquisa Focus do BC apontava que a maior parte deles aguard a v a u m a redução de 0,25% nesta reunião –para 4% ao ano –e uma nova retração de 0,25% –para 3,75% anuais –antes do fim de 2020. Mas, alguns agentes econômicos anteviam a possibilidade de uma baixa ainda maior, de um ou até dois pontos percentuais.

A dúvida é em relação aos efeitos no câmbio, que já vinha sofrendo desgastes em virtude da combinação de um panorama global de aversão ao risco e a retração dos juros brasileiros –tornando o investimento de curto prazo menos atraente no Brasil.

Em mais um dia de pânico nos mercados financeiros globais, o dólar fechou a R$ 5,198 nesta quarta (19), em uma nova rodada de quedas na bolsa brasileira (-10,35%), com direito a mais um circuit breaker.

No entendimento do BC, a decisão do Federal Reserve –Banco Central norte-americano –e dos principais bancos centrais do planeta, de reduzir juros nas maiores economias mundiais nos últimos dias, abriu espaço para a redução.

Nos Estados Unidos, os juros básicos foram zerados na noite de domingo (15), para baratear o crédito na maior economia do planeta em meio à ameaça de recessão econômica global frente à disseminação do Covid 19.

Com isso, a Selic ficou no menor nível desde o início da série histórica do BC, em 1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018, só voltando a ser reduzida em julho de 2019.

Juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. No último Relatório de Inflação, o BC projetava expansão da economia de 2,2% para este ano. Com a eclosão da pandemia do coronavírus, o mercado já projeta crescimento mais baixo. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem crescimento de 1,68% do PIB em 2020.

“Momento excepcional” Para o presidente em exercício da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a decisão do BC não poderia ser outra, diante dos estragos econômicos deixados na rota do Covid 19. De acordo com o dirigente, o setor já mergulhou 25% na semana passada, em relação ao mesmo período do mês anterior.

“Momento excepcional” Para o presidente em exercício da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a decisão do BC não poderia ser outra, diante dos estragos econômicos deixados na rota do Covid 19. De acordo com o dirigente, o setor já mergulhou 25% na semana passada, em relação ao mesmo período do mês anterior.

Efeito dólar

Vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e presidente do SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Nelson Azevedo ressaltou ao Jornal do Commercio que, quanto maior o corte na taxa de juros, melhor para a indústria, que vê nisso a sinalização de um custo menor para a atividade. Mas os efeitos da medida no câmbio também preocupam, segundo o dirigente.

“É uma boa notícia, sem dúvida, pois o nosso custo do dinheiro ainda é um dos maiores do mundo e isso reflete nos custos e competitividade da indústria. Ainda mais com esse novo coronavírus e o pânico gerado nos mercados. O problema é o dólar, que compromete nossa competitividade quando sobe. Esperemos que isso não gere alta inflacionária, o que dificultaria novos cortes. O BC deve estar atendo para amenizar essa escalada”, ponderou.

“Decisão aguardada”

Na mesma linha, o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, disse ao Jornal do Commercio que a medida do Copom foi acertada e que o tamanho do corte era de algum modo esperado pelo mercado, principalmente após a recente decisão do governo americano de reduzir os juros. “A decisão foi coerente com o difícil momento econômico e social que o país enfrenta diante da pandemia do coronavirus e da perspectiva de recessão mundial. A redução da taxa Selic poderá tornar mais barato o crédito para a atividade produtiva”, arrematou.

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