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Seca dos rios do Amazonas apresentam processo de estabilidade

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09/11/2022

O SGB-CPRM (Serviço Geológico do Brasil) informou que os níveis do rio no Amazonas começam a dar sinais de estabilidade. O nível do rio Negro registrou subida de 57 centimetros, somente nos últimos dias. Atualmente, a cota do rio Negro é de 17,14m, a diferença é de 2,32 centímetros quando comparado ao mesmo período do ano passado. Embora o comportamento indique subida expressiva, apontando um possível processo de cheia, há que se considerar o fenômeno de repiquete, que é uma subida, seguida de mais uma vazante.

De acordo com relatório da Defesa Civil do Estado, a seca deste ano é considerada a mais severa, e afetou 240 mil pessoas no Estado, sendo mais de 59 mil famílias atingidas. 43 municípios estão em situação de atenção; 6 apresentam estado de alerta e 8 em situação de emergência. Sendo que seis destes ficam localizados no médio Solimões são eles Japurá, Tefé Uarini, Maraã, Alvarães e Coari. Já no Alto Solimões, os municípios de Benjamin Constant e Amaturá.

A pesquisadora em Geociências do CPRM, Jussara Cury, explicou que considerando o retorno do período de chuva nas últimas semanas e a distribuição dessa precipitação da bacia, toda calha do Solimões está tendo essa subida do rio desde Tabatinga até as proximidades da região de Manaus. “Lá em Manacapuru a gente saiu de uma descida acentuada para o processo de estabilidade com uma média diária de 25 centímetros. A gente pode afirmar que nessa região já sai de um processo de vazante para o período de enchente”.

Segundo ela, ainda na região de Manaus está com uma fase de estabilidade dessas cotas, recuperando ainda uma subida inicial. “A gente pode afirmar que estamos saindo do processo de vazante e entrando num novo período de cheia. Tivemos uma estiagem severa em toda região e precisamos de chuvas distribuídas em toda a bacia. Na região de cabeceira o rio já recuperou com registros de subida consolidada. Na parte média calha estava subindo discretamente em torno de 10 centímetros diários para esse volume nessa contribuição chegar na região de Manaus a gente precisa que esse volume permaneça numa faixa de subida alta e que a chuva na bacia seja distribuída”.

Vazante

Em entrevista à Agência Brasil, Jussara Cury informou que no final de outubro a vazante na capital chegou a descer quase nove metros no nível dos rios, em apenas dois meses. Os rios do Sul do Estado do Amazonas também enfrentam intensa vazante, como o caso do rio Acre, afluente do Purus, que registrou o menor nível histórico. Ela explicou que a região é muito extensa e que cada parte pode se comportar de uma forma. No Alto Solimões e no Alto Rio Negro, por exemplo, ela conta que os níveis começaram a se recuperar, com a chegada das chuvas. Já na região da capital, Manaus, os rios ainda enfrentam baixos níveis, apesar de estarem diminuindo com menos velocidade. Por lá, já existe estimativa de normalização dos níveis de água.

Ano passado, o comportamento do rio Negro marcavaa 5 centímetros no seu nível de cota diária. O índice era 3 centímetros maior que no mesmo período de 2020. O nível do Negro registrava em poucos dias subida de quase 15 centimentros. A enchente no Estado foi adiantada pelo menos em um mês.

Na ocaisão, o pesquisador do SGB-CPRM André Martinelli, disse à reportagem do Jornal do Commercio que era preciso aguardar o comportamento do rio Negro na estação de Manaus por mais uma semana para confirmar se realmente foi iniciada a cheia deste novo ciclo hidrológico 21/22. “Isso porque o rio Negro em suas estações mais à montante ainda está dominado pelo processo de vazante. Essa elevação no rio Negro em Manaus está mais relacionada ao que ocorre na bacia do Solimões, onde o processo de cheia já foi iniciado há cerca de 3 semanas em Tabatinga (estação monitorada mais rio acima)”.

Vale ressaltar que o sistema fluvial amazônico é muito dinâmico e tem forte dependência da climatologia que vem sofrendo muito com as mudanças provocadas pelo aquecimento global em função principalmente do desmatamento e queimadas.

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Lista dos 43 municípios em Situação de Atenção

Calha do Baixo Amazonas: Urucará, Nhamundá, São Sebastião do Uatumã, Parintins, Barreirinha, Maués, Boa Vista do Ramos

Calha do Rio Negro: Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro

Calha do Alto Solimões: Atalaia do Norte, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins

Calha do Madeira: Apuí, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba

Calha do Purus: Boca do Acre, Pauini, Lábrea

Calha do Juruá: Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Eirunepé, Carauari, Juruá

Calha do Médio Solimões: Jutaí

Calha do Baixo Solimões: Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru, Iranduba, Manaquiri, Careiro Castanho

Calha do Médio Amazonas: Itacoatiara, Silves, Autazes, Urucurituba, Itapiranga

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Seis municípios em Situação de Alerta

Calha do Purus: Canutama, Tapauá e Beruri;

Calha do Madeira: Nova Olinda do Norte;

Calha do Médio Solimões: Tefé;

Calha do Baixo Solimões: Careiro da Várzea;

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Oito municípios em Situação de Emergência

Calha do Alto Solimões: Amaturá e Benjamin Constant;

Calha do Médio Solimões: Japurá, Tefé, Uarini, Maraã, Alvarães e Coari.

Por Andréia Leite

Fonte: JCAM

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