CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Saída da Pepsi mostra que a ZFM é vulnerável

  1. Principal
  2. Notícias

10/12/2018

Notícia publicada pelo Jornal Acrítica

A mudança de taxação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) das fábricas de concentrados de refrigerantes instaladas no Polo Industrial de Manaus acabou derrubando a permanência da gigante americana PepsiCo no Amazonas.A desistência ocorreu na semana passada.

As empresas pagavam alíquota de 20%, porém, o índice foi reduzido para 4% para bancar os subsídios do óleo prometidos pelo governo de Michel Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros em maio.

“Tomamos a difícil decisão de fechar nossa unidade de fabricação de concentrados em Manaus com o objetivo de administrar eficientemente nossas
operações em todo o Brasil e posicionar a empresa para um crescimento de longo prazo. Essa decisão não afeta outras operações da PepsiCo no País”, disse o fabricante em nota.Por pressão de outras empresas, como a Coca-cola e a Ambev, a equipe econômica de Temer refez os cálculos e, no primeiro trimestre de 2019, o índice a ser tributado no IPI será de 12%, e no segundo, 8%. Para em 2020 voltar os 4% novamente.

Articulação

O senador Eduardo Braga (MDB) disse que se reuniu com os dirigentes do setor de bebidas. “Eu mesmo falei com as diretorias da Ambev e da Coca-Cola e ambas disseram que estão decididas em ficar no Amazonas. A postura da diretoria da Ambev, inclusive, foi contrária à decisão da Pepsi de sair do Polo Industrial de Manaus”, anunciou Braga.

CRÍTICAS

Mas a saída da PepsiCo ainda é motivo de críticas sobre a fragilidade da Zona Franca de Manaus em manter suas indústrias ante aos cenários de crise. Na opinião do deputado federal eleito, Sidney Leite (PSD) a saída da Pepsi do PIM demonstra não só uma empresa a menos na cartela de empresas do distrito mas a fragilidade de todo o setor. “A medida adotada pelo governo Temer com esse decreto que atinge o polo de concentrados do PIM fragiliza o modelo como um todo, hoje pode ser o setor de refrigerantes e amanhã atingir outros setores, avaliou.

O também deputado federal eleito Capitão Alberto Neto (PSB) garante que a perda da fabricante americana não atinge apenas o Amazonas e, sim o País.
“A ZFM gera mais de 700 mil empregos para todos os estados da federação. São insumos, importados para as fábricas que ampliam a oferta de empregos em âmbito nacional. Então, podemos concluir que o modelo econômico não pertence só aos amazonenses, mas a todo o Brasil”, disse o capitão.

A preocupação de Neto vai além. Ele explica que, uma empresa ao deixar o PIM tira a garantia da manutenção de empregos e arrecadação de impostos. “Se acham que são poucos os tributos arrecadados, com a saída de uma fábrica, não será arrecadado é nada. Todos perdem”, lamenta. Já Marcelo Ramos (PP), que vai compor a bancada federal do Estado no ano que vem, em Brasília, observa que a mudança tributária deixa
vulneráveis as empresas de concentrado do Polo Industrial, uma vez que essas fábricas perdem competitividade. “Considerando, assim, que o Amazonas tem custos logísticos extraordinários por conta da distância dos centros consumidores e da falta de infraestrutura”, ponderou.

Medida causou prejuízos

A saída da fábrica da PepsiCo já era especulada desde que um decreto assinado pelo presidente Michel Temer, em junho, reduziu a alíquota de 20% para 4% do IPI, gerando desconforto entre os empresários do setor. À época, a Federação das Indústrias calculou que as companhias de concentrados de refrigerantes teriam, em média, prejuízos de R$ 6 bilhões por ano com a redução dos incentivos.

Em nota enviada à reportagem, a PepsiCo diz que tomou a decisão de fechar a unidade em Manaus com o objetivo de administrar eficientemente as operações em todo o Brasil.
A empresa, porém, não se manifestou sobre a motivação da saída do PIM, se vai abrir uma nova unidade em outra cidade. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, atribui à saída da Pepsi da Zona Franca de Manaus(ZFM)à redução de incentivos assinada pelo atual presidente, mas disse acreditar que, por enquanto, outras empresas do setor não tomarão a mesma decisão.
“Nós, da Federação da Indústria, ainda não fomos comunicados oficialmente, e por enquanto não passa de especulação. Na segunda-feira nós vamos em busca disso.
Mas assim, isso tudo é por causa daquela medida assinada pelo presidente para reduzir a alíquota. A gente luta tanto aqui e vem esse decreto”, disse.

SENADOR ELEITO PELO PSDB

Plínio Valério

O maior problema da ZFM são as mentiras Cobrar o cumprimento da lei que nos garante tratamento diferenciado e principalmente cobrar compensação não só dos brasileiros, mas também daqueles que, com suas cobranças, nos amordaçam e não nos permitem tocar em nossos bens naturais disse o senador eleito Plínio Valério sobre o papel da bancada do Amazonas no Congresso. “O maior problema da ZFM são as mentiras repetidas, principalmente pela República Paulista, de que somos um problema para o Brasil.
Os brasileiros têm que saber a verdade, e a verdade é que o Amazonas é um dos nove Estados que manda para a União, mais dinheiro do que recebe.
Não podemos nos contentar somente em prorrogar a ZFM. Todas às vezes que isso aconteceu perdemos competitividade e o resultado aí está.
Precisamos fazer com que o mundo tome conhecimento de que o Brasil está matando o único modelo econômico que se conhece que sustenta o maior Estado da Federação e ajuda a preservar a maior floresta tropical do Planeta.
O Mundo precisa entender que nos deve compensações por isso. É preciso cobrar”, disse.
Blog

“Pauderney Avelino Deputado Federal – DEM

A maior e melhor resposta que eu poderia dar sobre a saída da PepsiCo do Polo Industrial de Manaus é a edição e publicação do decreto que revogou o anterior assegurando que as empresas, a partir do ano que vem, possam obter um crédito de 12%”,% disse o deputado

federal Pauderney Avelino. “Então, vamos continuar na luta.
Eu continuo trabalhando para que possamos ter a garantia de manutenção das empresas de concentrados de refrigerantes. Já tenho a garantia de duas delas, a Ambev e a Coca-cola, que permanecerão em Manaus. Óbvio que tem trabalho a ser feito, mas aí já não será mais comigo (Pauderney deixa, no ano que vem, a Câmara Federal por não ter sido reeleito na eleição de outubro). Eu, enquanto puder estarei à frente desse processo e, se for chamado para ajudar estarei pronto para defender os interesses do nosso estado e das empresas da Zona Franca de Manaus”, afirmou o parlamentar.

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House