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Rodovia é alternativa contra crise econômica

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29/10/2015

Parlamentares do Amazonas, Rondônia e Roraima se reuniram na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), em audiência pública, para cobrar a conclusão da BR-319. Houve espaço até para vozes dissonantes. O empresário João Maria, durante pronunciamento, fez um alerta - a reabertura da rodovia sem a fiscalização dos órgãos competentes poderá, na opinião dele, estimular o desmatamento.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Flero), Adélio Barofaldi, que participou da comitiva que percorreu nesta semana a BR-319, e sustenta que a rodovia é um alternativa para a crise econômica.

"Hoje, o empresário brasileiro procura vender para a China, Europa e temos o Amazonas que é um Estado isolado e que consome os nossos produtos por um preço altíssimo por conta dos problemas com logística. Com a BR-319, cargas poderão chegar a Manaus com um custo muito mais reduzido e em menor tempo. Posso dar como exemplo a carne, que demora de cinco a seis dias para chegar aqui de balsa, com custo de R$ 10 mil a R$ 12 mil, (piando poderia levar 12 horas de caminhão, com custo de R$ 4 mil", afirmou.

Contraponto


O empresário João Maria, por outro lado, mostrou-se pessimista. "Todo mundo quer a BR-319 concluída, asfaltada, todo mundo quer o peixe, a carne, o tomate mais barato, mas nós estamos numa guerra nesse Estado, pois hoje temos 131 invasões, onde não tem Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental), não tem Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), não tem Sema, e como eu sou fuxiqueiro sei que esses Invasores só estão esperando a BR-319 abrir para invadirem", disse.

João Maria pediu, durante o discurso de menos de cinco minutos, quando em alguns momentos foi vaiado, que o Exército e "órgãos competentes" elaborem uma estratégia de fiscalização das reservas ambientais da BR-319, caso ela seja liberada. "Não pensem só em turismo, em economia, pensem nas 600 mil pessoas que vivem nos 14 municípios localizados ao longo da rodovia, pensem também nas invasões que podem ocorrer. Vamos fazer uma estrada com todo projeto ambiental, vamos fazer uma estrada para o mundo ver", defendeu o empresário.

Em nota, a Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva, declarou que "é contrária ao modelo de desenvolvimento rodoviário para a Amazônia, que ignora a melhor tecnologia, os custos (economicidade), promove a grilagem de terras e a conversão da Floresta Amazônica e sua imensurável diversidade, social e biológica, em campos de monocultura".

A rodovia BR-319 tem 877 km e liga Porto Velho/RO a Manaus/AM. Foi construída entre o final da década de 1960 e Início da década de 1970.

"O que tem que haver é um esforço do DNIT para reunir toda a documentação e que o IBAMA se manifeste" Serafim Corrêa Deputado Estadual

"Não estamos lutando apenas para que uma estrada sala, mas para recuperar algo que existe desde a década de 70" Vanessa Grazziotin Senadora

"Tem interesse pessoal nisso' O médico e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Mena Barreto, vê interesses políticos na ação dos parlamentares que percorreram a BR-319. "Essa comitiva de deputados, senadores do Amazonas, Rondônia e Roraima, tem interesse pessoal nisso, não apenas interesses empresariais, mas políticos também. Dizer que a BR-319 será a nossa redenção é papo", declarou.

"Ela (a BR-319) foi uma proposta cheia de fantasias dos militares, que durante o regime militar viram essa região como desabitada e possível alvo de investida internacional e que ameaçava o País. E hoje vemos que os maiores interessados são pecuaristas, madeireiros, empresários do transporte, e não é por coincidência", concluiu o professor.

Fonte: Jornal A Crítica

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