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Robôs de bicicleta – Corrida pela automação - artigo

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05/02/2020

(*) Sandro Breval

O Brasil está perdendo o bonde, ou a bicicleta, da corrida da automação industrial. Segundo os dados da Federação Internacional de Robótica (IFR sigla em inglês), a cada ano ficamos cada vez mais para trás, no ranking de países que possuem em seus parques industriais um certo grau de robotização.

O Brasil ocupa a 18ª posição no ranking atrás, inclusive, da Índia, da República Tcheca dentre outros países. Obviamente que nos primeiros lugares da lista estão: China, Japão, Estados Unidos, Coréia do Sul e Alemanha, aliás esses países correspondem a 75% das instalações.

Na média a instalação desses equipamentos têm crescido em 6% ao ano (em algumas regiões) e as previsões apontam para 12% a.a. em breve, podendo chegar a mais de 20%. Um fato interessante é que os Estados Unidos e a Alemanha (América e Europa), nos últimos anos conseguiram quantitativos maiores que a China (Ásia), muito embora a partir dos dados de 2019 a China possui cerca de 500 mil robôs contra um pouco mais de 260 mil dos EUA, em termos de implantações o país asiático chegou a 154 mil e os EUA cerca de 40 mil (2019).

Podemos afirmar que o PIM (Polo Industrial de Manaus) possui um número reduzido de instalações de robôs, para ilustrar apenas 5% das empresas possuem um certo grau de automação de movimentação de matéria-prima e produto acabado. É claro que os robôs quando bem empregados impactam na eficiência, na capacidade produtiva e nos resultados industriais.

Mas a questão é o caminho para o desenvolvimento de um robô, ou seja as tecnologias envolvidas, programação, preparação de estruturas, no qual o PIM poderia tomar à frente e nos colocar como um grande fornecedor desses equipamentos.

Onde estão os laranjas?

A maioria dos robôs no Brasil estão no segmento automobilístico, plásticos e químicos e metalurgia. Em outros países encontram-se, também, no eletroeletrônico. No âmbito da manufatura avançada estão sendo utilizados para reduzir atividades que não possuem valor agregado, além de acelerar o processo de fabricação com redução dos tempos de ciclos. Nas atividades de movimentação, soldagem, montagem pode contar com eles.

Para alguns críticos tais máquinas podem gerar alguma redução de mão-de-obra. Certamente em algumas atividades sim, mas a necessidade de desenvolvedores, engenheiros e demais profissionais será exponencial e portanto, devem compensar um vale inicial. E nessa conta não estão registrados os robôs colaborativos, os quais a mão-de-obra é mantida.

O uso dos recursos do PD & I poderiam ser direcionados para vetores tecnológicos de impulso, a exemplo das tecnologias de internet da coisas, que contribuíssem para um novo polo exportador de equipamentos de alta tecnologia em automação, já que as empresas na 4ª revolução industrial buscam integração e interoperabilidade. Uma perspectiva futurista para a nossa ZFM.

Recentemente surgiram discussões sobre incentivos, a sustentabilidade, nova economia, dentre outras coisas do planalto. O fato é que urge uma nova visão inovadora, ampla, verticalizada ou ficaremos somente na penny-farthing.

(*) Professor da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), Pós-doutoramento em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Porto e Doutor em Engenharia de Produção pela UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina. Diretor Adjunto da FIEAM, Federação das Indústrias do Estado do Amazonas.

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