07/05/2014
O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Américo Esteves, comenta que há uma sensação de descaso do governo federal com a autarquia e com a região Norte. “Essa é a sensação que temos, de descaso. Eles não atendem e não têm carinho nenhum pela Suframa. Isso é preocupante! Se prometeram, têm que cumprir. Até hoje sentimos o reflexo da demora de solução para a greve”, comenta.
Esteves afirma que há sim uma preocupação “enorme” com o discurso feito pelo presidente do Sindframa, Anderson Belchior, de que, se nada for feito, a greve pode ser retomada. “Se não cumprirem, temos o temor sim de uma nova greve. A possibilidade é muito preocupante. Com o advento da Copa e do segundo semestre, que costuma ser melhor que o primeiro, os prejuízos seriam ainda maiores”, lamenta.
Também vice-presidente da Fieam e presidente do SINMEN (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Athaydes Félix, também cobra mais agilidade do governo. “Nós temos que cumprir os acordos que fazemos com os trabalhadores, na totalidade e no prazo. Senão, a justiça do trabalho vem e autua com valores altíssimos e penalidades. Sempre dizem que é uma justiça social. Mas só vale para um lado?”, questiona.
Félix afirma que entende que a demora possa ser um processo natural da burocracia dos órgãos públicos, mas lamenta os riscos que o modelo corre pela situação. “Ficamos desencantados. O governo tem que rever seus atos e cumprir o que diz que fará. Corremos um perigo de voltar a ter greve e nós aqui que pagaremos a conta de novo. Na cobrança dos impostos eles são eficazes”, critica.
Com um tom um pouco mais ameno, o presidente do Cieam, Wilson Périco, pede bom senso ao governo federal e aos servidores da Suframa para que a situação não chegue a tons drásticos como ocorreu no início do ano. Périco afirma que houve uma conversa com o ministro Mauro Borges e que o mesmo se mostrou preocupado em atender os pleitos e cumprir os acordos feitos com os servidores.
“Não acredito que ocorrerá uma nova greve. Espero que haja bom senso do governo federal e também dos servidores de entender as mudanças que estão ocorrendo. Que ninguém se furta dos seus compromissos. Tivemos uma conversa com o ministro e colocamos essa questão de descaso com a região. A Suframa é e deve ser vista como os olhos e ouvidos do governo federal para o Norte, não só no Amazonas. Os recursos arrecadados, se permanecessem aqui, poderiam estar desenvolvendo atividades em outros Estados”, comenta.
Fonte: JCAM